Quinto dia: O DOM DE CONSELHO
TODOS -
Fazei, ó divino Espírito Santo, que a vossa luz oriente todos os nossos planos,
escolhas e decisões, de modo que vivamos sempre guiados pela prudência cristã,
e possamos “dar bom conselho a quem dele precisar”.
LEITOR - Hoje vamos meditar sobre o dom de
Conselho. A oração que acabamos de fazer, já nos dá uma boa ideia dele. O Papa
João Paulo II expôs essa doutrina nas alocuções que fez aos domingos, antes de
rezar o Regina Caeli do meio-dia, no tempo de Páscoa de 1989. Foi no dia
7 de maio de 1989 que falou do dom de Conselho, e dizia que, mediante esse dom,
o Espírito Santo enriquece e aperfeiçoa a virtude da prudência (necessária para
fazer escolhas e planos, e para tomar decisões acertadas), e ilumina
interiormente a alma sobre o que deve fazer, especialmente quando se trata de
opções importantes. Dizia que é como “um sopro” do Espírito Santo dentro da
nossa consciência. Já imaginaram como é importante acertar quando temos que
decidir, por exemplo, sobre a escolha da vocação; sobre casar ou não com uma
determinada pessoa; procurar ter ou não mais um filho; decidir entre um
trabalho honesto e pouco lucrativo e outro mais lucrativo mas moralmente
duvidoso; colocar um filho numa escola boa e que sai muito em conta, mas que
transmite erros sobre a fé e a moral, ou em outra escola um pouco inferior, mas
que não prejudica a fé e a moral dos alunos; ou, quando surgem problemas
difíceis na vida dos filhos, como ajudar um filho que já se envolveu com
drogas; ou então saber se um católico pode recorrer, em caso de doença, a
“passes” ou “bênçãos” dados por espíritas, etc. etc.
TODOS -
Meu Deus, como precisamos deste dom! A toda hora temos dúvidas que não sabemos
resolver bem, e podemos fazer disparates, tomando decisões ou dando conselhos
de consequências trágicas, pensando que agimos bem. Como doem, por exemplo, os
erros cometidos na educação dos filhos! Ou os cometidos por enganar-nos na
escolha da vocação!
LEITOR - Eu sugiro agora rezar com o coração,
pedindo esse dom do Espírito Santo, e meditar em silêncio sobre as nossas
dúvidas de consciência, talvez dúvidas que deixamos ficar enrustidas, sem
resolver, quando deveríamos ter procurado, antes de que fosse tarde, a resposta
de Deus na oração e no conselho de um bom orientador.
(pausa de silêncio)
LEITOR - Acho que pode ser útil perceber que a
prudência cristã, que nós pedimos com o dom de Conselho, não é necessária só
para grandes ocasiões e grandes problemas, mas no dia-a-dia, nas coisas mais
comuns. Todos nós podemos organizar os horários do nosso dia (dentro de certas
limitações) como quisermos. Tendo a mesma carga horária de trabalho, há pessoas
que encontram tempo para Deus, tempo para conversar com os filhos, tempo para
visitar doentes…, e outras que não têm tempo para nada. O mesmo tempo pode ser
“esticado” ou “encolhido”, dar para muito ou não dar para nada. Depende do
coração! Ou, para dizê-lo de outra forma, do “querer”. Quando uma pessoa quer
muito uma coisa (porque tem a convicção de que é boa para ele, ou porque gosta
muito, ou porque tem entusiasmo), arranja tempo; não se sabe como, mas arranja
tempo… A pessoa que quer muito fazer um curso superior faz “milagres”, por
assim dizer, mas arranja tempo; o namorado ou a namorada apaixonados arranjam
tempo para namorar; o torcedor roxo, arranja tempo para fazer fila na
bilheteria de um clássico; a dona de casa viciada em telenovela, arranja tempo para
não perder nenhum capítulo… E não se diga nada do “tempão” que muitos dedicam a
programas noturnos de televisão ou à Internet - coisas muitas vezes indecentes
- um monte de pessoas que, por outro lado, dizem que não têm tempo para rezar,
para ler, para trocar ideias com a esposa ou o marido e com os filhos, para
visitar parentes… Então, vocês veem como é importante que peçamos a Deus que
nos ajude a ter prudência e conselho, para nos organizarmos e aproveitar o
tempo da vida - que sempre é breve - para as coisas que realmente valem a pena,
as coisas que Deus quer. Só que isso custa, exige sacrifício, e nós estamos
mais a favor da “lei do gosto” do que da “lei do amor e do bem”.
TODOS -
Meu Deus, fazei com que enxerguemos essas verdades! Que não nos enganemos com
desculpas (aquelas de: não tenho tempo de conversar em família, não tenho tempo
para ir à Missa, não tenho tempo de rezar, não tenho tempo de fazer trabalhos
apostólicos, não tenho tempo de ajudar e aconselhar os que se extraviam…). E
assim vamos passando a vida, deixando as coisas para depois, evitando o que
custa… Uma vida vazia de muitas coisas que Deus pede, e cheia de muitas coisas
que Deus não quer.
LEITOR - Lembram-se de que hoje, no começo, citando
João Paulo II, dizíamos que, com dom de conselho, o Espírito Santo enriquece e
aperfeiçoa a virtude da prudência? Acho que agora entendemos bem esta
definição, pois a prudência é a virtude que nos ajuda a escolher os verdadeiros
bens, as metas boas da vida, e os meios necessários para alcançá-las. Creio que
com esses pensamentos podemos terminar a nossa reflexão de hoje.
TODOS -
Meu Deus, o que pedíamos na oração inicial deste dia, queremos pedir de novo
para terminar: Fazei, ó divino Espírito Santo, que a vossa luz oriente todos os
nossos planos, escolhas e decisões, de modo que vivamos sempre guiados pela
prudência cristã, e possamos “dar bom conselho a quem dele precisar”.
LEITOR - Sugestão de propósito concreto para este
quinto dia: Fazer todas as noites uns minutos de exame de consciência, antes de
nos retirarmos para descansar: para ver o que fizemos bem, o que fizemos mal, o
que no dia seguinte devemos fazer melhor. E decidir-nos a praticar a confissão
frequente e a direção espiritual.
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