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domingo, 26 de maio de 2013

Solenidade da Santíssima Trindade

Neste primeiro domingo após o retorno do Tempo Comum, a solene liturgia propõe a reflexão do mistério central e mais excelso de nossa fé: a Santíssima Trindade. Solenidade, oriunda do século XIV, no pontificado de João XXII, devota a unidade composta de Deus, que durante os séculos da história da Igreja sofreu com ideologias heréticas por más interpretações, como o modalismo e o arianismo.

O trecho evangélico de São João (Jo 16,12-15) apresenta o dinamismo das Pessoas da Trindade em colaboração à santificação do rebanho de Deus. Cristo, na iminência da culminação da obra messiânica, garante aos seus, mesmo partindo para onde veio, a sua relação com eles mediante Aquele que "vos conduzirá à plena verdade [...] porque receberá do que é meu [...] Tudo que o Pai possui é meu". A relação do Pai com o Filho é tão intimamente plena em amor, que Santo Agostinho declara sendo esta união sentimental como o Espírito Santo.

A excelência do mistério da Trindade Beatíssima tenta ser caracterizada pelos doutores da Igreja, a fim de ser o mínimo de compreensão para nós. Basta em nossa humildade a interpretação à luz desses insignes mestres da verdade. O monge grego Simão, o Novo Teólogo, no seu hino "Tudo que o Pai tem é Meu" esmiuça brilhantemente tão esplêndida unidade trina. Meditemos tais versos na reflexão desta liturgia dominical:
"Porque o Senhor é o Espírito.
Espírito é também Deus, o Pai do Senhor,
Verdadeiramente um só Espírito, pois Ele é indiviso.
Aquele que O possui, possui em verdade aos três,
Mas distintamente a cada um.
Pois o Pai existe, e como poderá ser Filho?
Pois Ele é ingerado por essência.
Há o Filho, e como Se tornará Espírito?
O Espírito é Espírito – e como aparecerá Pai?
O Pai é Pai, porque gera incessantemente.
O Filho é Filho porque incessantemente é gerado.
E foi gerado antes de todos os tempos.
Surgiu sem ser cortado da Sua raiz.
Mas está simultaneamente à parte sem estar separado.
E inteiro e uno com o Pai Vivo.
E Ele próprio é Vida e a todos dá a Vida.
Tudo o que o Pai tem, tem o Filho.
Tudo o que o Filho tem, tem o Pai.
Quando vejo o Filho, vejo o Pai.
Vemos o Pai semelhante em tudo ao Filho,
Salvo que um gera e o outro é incessantemente gerado.
Como surge do Pai o Filho? Tal e qual como a palavra sai do espírito.
Como Se separa Dele? Tal e qual como da palavra, a voz.
Como toma corpo? Tal e qual como a palavra que se escreve".


 Fonte: Direto da Sacristia


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