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quinta-feira, 30 de maio de 2013

A Festa de Corpus Christi

Promulgada em 1294 pelo Papa Urbano IV, a Solenidade do Santíssimo Sacramento do Corpo e Sangue de Cristo, celebrada na quinta-feira após a solene liturgia da Santíssima Trindade, nos é apresentada neste ano à luz do Evangelista Lucas (Lc 9,11-17), diante da multiplicação dos pães. Tal festa solene nos remete à Quinta-feira na Ceia do Senhor, o dia da instituição do sacramento eucarístico. Todavia, na cerimônia do Corpus Christi, a Eucaristia é proclamada aos povos atentos à voz do Pastor, o qual transmitiu grandioso mistério no segredo do Cenáculo.

Sempre atento às necessidades do seu rebanho, Nosso Senhor sente compaixão daquelas milhares de pessoas que o seguiam nas jornadas pelos ambientes inóspitos da Terra Santa, e em vez de os despedir para buscarem comida e pouso, dirigi-se aos apóstolos para que eles mesmos os acomodassem. Seus discípulos, na pequenez sabedoria do movimento messiânico, interpretam que apenas comprando enorme quantidade de suprimento poderiam saciar a multidão.

O milagre da multiplicação dos pães é o prelúdio do mistério eucarístico: no primeiro, Cristo encarrega os seus a distribuírem o pão temporal ao povo, já no segundo, através do sacerdócio dado aos apóstolos, alimentarão, transcendentemente, a humanidade.

A Exortação Apostólica "Sacramentum Caritatis" de Bento XVI revela que a Eucaristia "manifesta o seu enlevo diante da conversão substancial do pão e do vinho no Corpo e no Sangue do Senhor Jesus, realidade esta que ultrapassa toda a compreensão humana. Com efeito, a Eucaristia é por excelência 'mistério da fé': é o resumo e a súmula da nossa fé".

Diante da doação do Senhor no sacramento eucarístico, que é verdadeiramente carne e sangue do Santíssimo, a piedosa devoção da Igreja nos primeiros séculos, simbolizou a sagrada oblação na figura do pelicano, ave que habita regiões costeiras e lacustres. Os pelicanos frente à escassez de alimento que garante a sobrevivência dos filhotes, arranca do seu próprio corpo lascas de carne para alimentá-los. Assim é Jesus Cristo quando alimenta sua Igreja com seu Corpo e Sangue, em dolorosa e vivificante Paixão.

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