Queridos irmãos e irmãs
paroquianos, a cada dia que passa nos impressionamos mais com tudo que temos de
riqueza espiritual em nossa amada Igreja Católica. Justamente ao celebrarmos 50
anos da abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II, o papa Bento XVI tem dado
um foco especial à liturgia em suas últimas catequeses. Especialmente na do dia
26 de setembro, o Sumo Pontífice foi diretamente ao fio condutor: o que é a
liturgia? A resposta nos aparece bem clara no Catecismo da Igreja,
especificamente no número1069, que é um serviço do povo, por parte do povo. Mas
é um serviço do povo de Deus em união com sua Igreja e sua doutrina. O papa
também nos exorta de que a Liturgia é a comunhão com a Igreja, Esposa de Cristo
e, sobretudo, no pleno seguimento às normas litúrgicas.
O papa também se expressou quanto ao papel que a liturgia
teve no Concílio Vaticano II, especialmente ao falar do documento Sacrossanctum
Concilium, que fala essencialmente da Sagrada Liturgia. Existe uma razão pela
qual foi falado em primeiro lugar da Liturgia no Concílio, pois é ela que
orienta toda a vida da Igreja. No artigo quinto da constituição, temos que a
liturgia e todo o mistério da Salvação que culmina na Paixão, Morte e
Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Mais adiante, no artigo sétimo,
aprendemos que a Liturgia é obra de Cristo e que Ele está presente em toda
liturgia. Por isso, que nenhum de nós tem a permissão de alterar a liturgia,
pois ela é de Cristo. Na pessoa do sacerdote celebrante, Cristo se faz
presente, assim como também nas espécies consagradas de pão e vinho, na Sagrada
Escritura e em cada um de nós. O que o documento também exalta é o múnus do sacerdote,
confiado pelo próprio Cristo; ademais, o sacerdote é alter Christus (outro Cristo) e age em persona Christi (na pessoa de Cristo).
O documento Sacrossanctum Concilium traz para nós ainda
mais dois parágrafos, no qual o Papa Bento XVI tem firmado suas catequeses
semanais. Ele se refere ao aspecto missionário que a liturgia nos convida,
especialmente para que busquemos trazer para nosso meio aqueles que estão
desviados do caminho divino. Aqui entendemos toda a sabedoria do Concílio
Vaticano II, em colocar este aspecto missionário antes do número seguinte, o
dez, que exprime que a liturgia é a
fonte e o ápice da vida da Igreja. Ou seja, é ela que sustenta nossa vida
cristã. E como ressalta o papa, a maior expressão litúrgica da qual podemos
participar é a celebração da Santa Missa. Para o Papa, participar bem da Santa
Missa significa viver com dignidade o mistério de Cristo e em pleno cumprimento
das normas litúrgicas, que existem, não para nos regular em nossa participação,
mas pelo contrário, para nos mostrar que a Missa, a Eucaristia e toda a
Liturgia não é um ato nosso, mas sim de Deus. Cabe a Ele decidir o certo. Para
trazer às claras, tomemos uma frase do Papa Bento XVI:
“Descubramos a íntima riqueza da liturgia da
Igreja e a sua verdadeira grandeza: não somos os que fazemos uma festa para
nós, mas, pelo contrário, é o próprio Deus vivo que prepara uma festa para nós”.
Em seu livro Lembranças da Minha Vida, Bento XVI diz
que a grande crise que a Igreja passa se deve à crise da Liturgia, ou seja, o
fato de cada um tomar a liturgia como sua tentando fazer o que bem entende e
esquecendo o essencial, que é uma obra de Cristo. A Liturgia não funciona como
um “show de talentos” em que cada um expõe aquilo que de melhor sabe fazer.
Pelo contrário é o sacríficio da cruz de nosso Senhor Jesus Cristo por todos
nós.
Como dizia São Pio de
Pietrelcina, devemos participar da Santa Missa com uma piedade semelhante
àquela que tinha Maria e João aos pés da cruz.
Salvemos a liturgia, para que
ela nos salve.
Três palavras permanecem em
nossa celebração: SOBRIEDADE, SACRALIDADE, SOLENIDADE.
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