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domingo, 14 de outubro de 2012

Ensinamentos do Papa Bento XVI sobre Liturgia

 Caros leitores, a pedido de nosso pároco fiz um resumo de duas catequeses na qual o papa Bento XVI deu um foco especial para a Sagrada Liturgia, principalmente relacionando-a com os documentos do Concílio Vaticano II.  Abaixo coloco o texto que pessoalmente tive o prazer de fazer.



Queridos irmãos e irmãs paroquianos, a cada dia que passa nos impressionamos mais com tudo que temos de riqueza espiritual em nossa amada Igreja Católica. Justamente ao celebrarmos 50 anos da abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II, o papa Bento XVI tem dado um foco especial à liturgia em suas últimas catequeses. Especialmente na do dia 26 de setembro, o Sumo Pontífice foi diretamente ao fio condutor: o que é a liturgia? A resposta nos aparece bem clara no Catecismo da Igreja, especificamente no número1069, que é um serviço do povo, por parte do povo. Mas é um serviço do povo de Deus em união com sua Igreja e sua doutrina. O papa também nos exorta de que a Liturgia é a comunhão com a Igreja, Esposa de Cristo e, sobretudo, no pleno seguimento às normas litúrgicas.

            O papa também se expressou quanto ao papel que a liturgia teve no Concílio Vaticano II, especialmente ao falar do documento Sacrossanctum Concilium, que fala essencialmente da Sagrada Liturgia. Existe uma razão pela qual foi falado em primeiro lugar da Liturgia no Concílio, pois é ela que orienta toda a vida da Igreja. No artigo quinto da constituição, temos que a liturgia e todo o mistério da Salvação que culmina na Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Mais adiante, no artigo sétimo, aprendemos que a Liturgia é obra de Cristo e que Ele está presente em toda liturgia. Por isso, que nenhum de nós tem a permissão de alterar a liturgia, pois ela é de Cristo. Na pessoa do sacerdote celebrante, Cristo se faz presente, assim como também nas espécies consagradas de pão e vinho, na Sagrada Escritura e em cada um de nós. O que o documento também exalta é o múnus do sacerdote, confiado pelo próprio Cristo; ademais, o sacerdote é alter Christus (outro Cristo) e age em persona Christi (na pessoa de Cristo).

            O documento Sacrossanctum Concilium traz para nós ainda mais dois parágrafos, no qual o Papa Bento XVI tem firmado suas catequeses semanais. Ele se refere ao aspecto missionário que a liturgia nos convida, especialmente para que busquemos trazer para nosso meio aqueles que estão desviados do caminho divino. Aqui entendemos toda a sabedoria do Concílio Vaticano II, em colocar este aspecto missionário antes do número seguinte, o dez, que exprime que a liturgia é a fonte e o ápice da vida da Igreja. Ou seja, é ela que sustenta nossa vida cristã. E como ressalta o papa, a maior expressão litúrgica da qual podemos participar é a celebração da Santa Missa. Para o Papa, participar bem da Santa Missa significa viver com dignidade o mistério de Cristo e em pleno cumprimento das normas litúrgicas, que existem, não para nos regular em nossa participação, mas pelo contrário, para nos mostrar que a Missa, a Eucaristia e toda a Liturgia não é um ato nosso, mas sim de Deus. Cabe a Ele decidir o certo. Para trazer às claras, tomemos uma frase do Papa Bento XVI:

“Descubramos a íntima riqueza da liturgia da Igreja e a sua verdadeira grandeza: não somos os que fazemos uma festa para nós, mas, pelo contrário, é o próprio Deus vivo que prepara uma festa para nós”.

Em seu livro Lembranças da Minha Vida, Bento XVI diz que a grande crise que a Igreja passa se deve à crise da Liturgia, ou seja, o fato de cada um tomar a liturgia como sua tentando fazer o que bem entende e esquecendo o essencial, que é uma obra de Cristo. A Liturgia não funciona como um “show de talentos” em que cada um expõe aquilo que de melhor sabe fazer. Pelo contrário é o sacríficio da cruz de nosso Senhor Jesus Cristo por todos nós.
Como dizia São Pio de Pietrelcina, devemos participar da Santa Missa com uma piedade semelhante àquela que tinha Maria e João aos pés da cruz.
Salvemos a liturgia, para que ela nos salve.
Três palavras permanecem em nossa celebração: SOBRIEDADE, SACRALIDADE, SOLENIDADE.





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