“ É capaz de receber o
Batismo toda pessoa ainda não batizada, e somente ela”.
Código de
Direito Canônico, cânon 864
Caros
leitores, estamos em nossa quarta formação sobre o Sacramento do Batismo e hoje
nossa proposta é estudar e meditar um pouco acerca de quem pode receber e de
quem pode batizar. Para começar, esta citação do Código de Direito Canônico nos
deixa bem claro a situação de quem pode ser batizado: a pessoa que ainda não o
foi. Mas neste caso temos que fazer duas observações que o Catecismo nos traz a
partir do paragrafo 1247. Estamos falando do Batismo de adultos e o Batismo de
crianças.
Batismo de Jesus por Perugio. Encontra-se na Capela Sistina |
1. Batismo de Adultos
Ao contrário daquilo que podemos pensar hoje e do
que vemos, o Batismo de adultos é muito normal e convencional nas regiões onde
o Evangelho foi anunciado recentemente e uma conversão foi aplicada à pessoas
já adultas. O procedimento feito é o catecumenato que, como explicamos na
primeira formação, significa que aprende, escuta. No Batismo de adultos o
catecumenato já é feito com uma preparação conjunta para receber também os
Sacramentos da Confirmação (crisma) e a Eucaristia. A finalidade do
catecumenato é proporcionar a estas pessoas de conversão tardia um
amadurecimento na fé, estando enraizados em sua comunidade de origem (paróquia).
Os catecúmenos são inseridos na comunidade cristã aos poucos, através de ritos
apresentados no Ritual da Iniciação Cristã para Adultos. Alguns destes ritos
são: a inscrição do nome, entrega do símbolo e etc. O que pode parecer estranho
é que estes ritos são realizados logo após a homilia e depois de terminado os
catecúmenos são convidados a deixar a Igreja. Isto mesmo, eles deixam a
celebração eucarística. Isto se faz para que os catecúmenos participem
completamente da celebração apenas na Vigília Pascal, quando serão batizados,
crismados e receberão pela primeira vez a Eucaristia. Mas os catecúmenos já
estão unidos à Igreja, já pertencem à casa de Cristo, não sendo raro eles
levarem uma boa vida de fé, esperança e caridade.
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Batismo de adulto na Vigília Pascal |
2. Batismo de Crianças
A razão pela qual a Igreja sempre batizou as
crianças é porque elas, assim como todos nós, nascem com uma natureza humana
manchada e decaída pelo pecado original e necessitam de uma purificação através
do Batismo, para poderem morrem com Cristo para o pecado e nascerem com Ele
para uma vida nova. A Igreja e os pais privariam então a criança da graça
inestimável de se tornar filhos de Deus se não lhe conferissem o Batismo pouco
depois do nascimento.
A tradição da Igreja ensina que o Batismo de
crianças é uma prática muito antiga, recordando ao século II. Mas é bem
possível que desde o início da pregação apostólica, quando “casas” inteiras
receberam o Batismo, também se tenha batizado as crianças.
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Batismo de criança na Festa do Batismo do Senhor |
3. Quem pode batizar?
Assim como nos demais sacramentos, os ministros
ordinários para o Batismo são o Bispo e o presbítero. Na Igreja Ocidental
(Latina), o diácono também é considerado ministro ordinário do Batismo, fazendo
todos os ritos essenciais e complementares. Em caso de necessidade extrema,
perigo de morte ou em algumas regiões em que é difícil o acesso de padres,
bispos e diáconos, existem os Ministros Extraordinários do Batismo. Em caso de
perigo de morte, mesmo uma pessoa não instituída como Ministro Extraordinário
do Batismo, pode batizar, desde que ela seja batizada, sendo essa a única
condição. Portanto, qualquer pessoa pode batizar, desde que seja feito em nome
da Trindade Santíssima. Mas lembrando que os Ministros Ordinários do Batismo
são o Bispo, o presbítero e o diácono, que fazem os ritos de unção com o óleo dos
catecúmenos e do crisma. A Igreja vê a razão desta possibilidade na vontade
salvífica universal de Deus e na necessidade do Batismo para a salvação.
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O Bispo, ministro ordinário do Batismo, ungindo o neófito com o óleo do crisma |
Na próxima postagem falaremos um pouco sobre o nome do
Sacramento e o Batismo de Cristo.
REFERÊNCIA
Catecismo da
Igreja Católica. Parágrafos 1247 a 1252 e 1256
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