Caros leitores, no ano passado (2012), vários posts
foram publicados por ocasião da solenidade da Assunção de Maria, em 15 de
agosto. Naquela ocasião, apresentamos para vocês o dogma da Assunção e suas
partes: dados da fé, tradição da Igreja, bases bíblicas e escritos dos Santos
Padres. Agora em 2013, vamos, por ocasião do Ano da Fé, apresentar os outros
dogmas da Virgem Maria a começar pela maternidade divina, uma vez que
celebramos dia primeiro o dia de Santa Maria Mãe de Deus. Em março iremos apresentar o dogma da virgindade perpétua por ocasião da Solenidade da Anunciação do Senhor; em maio o dogma da Imaculada
Conceição e em agosto iremos
postar novamente o dogma da Assunção.
Para esse estudo estamos seguindo o livro do Frei
Clodovis Boff, OSM, intitulado Dogmas Marianos.
1. Dados da fé
A explicação inicial para o dogma da Mãe de Deus é
bem claro e nós o encontramos principalmente no Evangelho de Lucas.
® Lc 1,43 – Mãe do meu Senhor
® Lc 1,32 – Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo
® Mt 1,23 – Eis que uma Virgem conceberá e dará à luz um Filho, que se
chamará Emanuel, que quer dizer: Deus-conosco.
Na maioria das vezes, os Evangelhos utilizam a
expressão “Mãe de Jesus”, para poder
falar de Maria. Através de uma análise bem simples, sabemos que Jesus é Deus,
portanto Maria é mãe de Deus.
2. Magistério
No ano de 431, Maria foi declarada como Mãe de Deus,
durante o Concílio de Éfeso. Encontramos em outros idiomas as seguintes
expressões: Theotókos, Dei Genitrix,
Deipara, porém, “segundo a carne” assumida pelo Verbo. Este Concílio, na
verdade, retomou a afirmação de uma carta de São Cirilo a Nestório. O fragmento
nos diz: “Os Santos Padres não duvidaram
chamar a Santa Virgem de Theotókos... porque dela nasceu o Verbo... segundo a
carne.” (DH 251).
Esta afirmação foi necessária pois Nestório –
Patriarca de Constantinopla – só aceitava Maria com o título de Mãe de Cristo
(Christotókos), ou o de Portadora de Deus (Theotochos – com a distinção pelo ch
ao invés do k.). O verdadeiro título
de Mãe de Deus, ou seja, Theotókos, somente foi confirmado nos concílios
posteriores Calcedônia em 451, Constantinopla II em 553 e Constantinopla III em
681. O Catecismo da Igreja Católica traz também explicações bem claras sobre
isso nas questões intituladas de Maria
Mãe de Deus e Maria Mãe dos fieis.
3. Senso dos Fieis
Logo no início, o termo Theotókos era muito
utilizados nas religiões pagãs para determinar as deusas pagãs que eram mães:
Cibele, Ishtar, Astarté e de uma forma especial Isís. O povo cristão, portanto,
via muito essa denominação e fez uma rápida ligação com Maria, por ela ser a
mãe de Cristo, Deus feito homem. A primeira vez que o termo foi usado e que
pode ser comprovado é na oração suplicante mais antiga, depois da Ave Maria, o Sub Tuum Praesidium:
Sub Tuum
praesidium confugimus, Sancta Dei Genitrix.
À vossa proteção recorremos, SANTA MÃE DE DEUS.
Esta oração tem sua data fixada entre o século III e
o IV. Hoje o título Mãe de Deus é
familiar ao povo de fiel. Está na segunda parte da Ave-Maria. Outra
representação que podemos tomar é que na maioria das imagens da Virgem Maria,
ela tem o Menino em seus braços. Assim aparece a Virgem desde o século II nas
catacumbas e assim também a pintam frequentemente os artistas cristãos.
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REFERÊNCIA
BOFF, Clodovis M. Dogmas Marianos: Síntese catequético-pastoral. São Paulo: Editora
Ave-Maria, 2010
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