Páginas

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

O Dogma da Mãe de Deus - Parte I



Caros leitores, no ano passado (2012), vários posts foram publicados por ocasião da solenidade da Assunção de Maria, em 15 de agosto. Naquela ocasião, apresentamos para vocês o dogma da Assunção e suas partes: dados da fé, tradição da Igreja, bases bíblicas e escritos dos Santos Padres. Agora em 2013, vamos, por ocasião do Ano da Fé, apresentar os outros dogmas da Virgem Maria a começar pela maternidade divina, uma vez que celebramos dia primeiro o dia de Santa Maria Mãe de Deus. Em março iremos apresentar o dogma da virgindade perpétua por ocasião da Solenidade da Anunciação do Senhor; em maio o dogma da Imaculada Conceição e em agosto iremos postar novamente o dogma da Assunção.

Para esse estudo estamos seguindo o livro do Frei Clodovis Boff, OSM, intitulado Dogmas Marianos.

1.      Dados da fé
A explicação inicial para o dogma da Mãe de Deus é bem claro e nós o encontramos principalmente no Evangelho de Lucas.

®    Lc 1,43 – Mãe do meu Senhor
®    Lc 1,32 – Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo
®    Mt 1,23 – Eis que uma Virgem conceberá e dará à luz um Filho, que se chamará Emanuel, que quer dizer: Deus-conosco.

Na maioria das vezes, os Evangelhos utilizam a expressão “Mãe de Jesus”, para poder falar de Maria. Através de uma análise bem simples, sabemos que Jesus é Deus, portanto Maria é mãe de Deus.

2.      Magistério
No ano de 431, Maria foi declarada como Mãe de Deus, durante o Concílio de Éfeso. Encontramos em outros idiomas as seguintes expressões: Theotókos, Dei Genitrix, Deipara, porém, “segundo a carne” assumida pelo Verbo. Este Concílio, na verdade, retomou a afirmação de uma carta de São Cirilo a Nestório. O fragmento nos diz: “Os Santos Padres não duvidaram chamar a Santa Virgem de Theotókos... porque dela nasceu o Verbo... segundo a carne.” (DH 251).
Esta afirmação foi necessária pois Nestório – Patriarca de Constantinopla – só aceitava Maria com o título de Mãe de Cristo (Christotókos), ou o de Portadora de Deus (Theotochos – com a distinção pelo ch ao invés do k.). O verdadeiro título de Mãe de Deus, ou seja, Theotókos, somente foi confirmado nos concílios posteriores Calcedônia em 451, Constantinopla II em 553 e Constantinopla III em 681. O Catecismo da Igreja Católica traz também explicações bem claras sobre isso nas questões intituladas de Maria Mãe de Deus e Maria Mãe dos fieis.

3.      Senso dos Fieis
Logo no início, o termo Theotókos era muito utilizados nas religiões pagãs para determinar as deusas pagãs que eram mães: Cibele, Ishtar, Astarté e de uma forma especial Isís. O povo cristão, portanto, via muito essa denominação e fez uma rápida ligação com Maria, por ela ser a mãe de Cristo, Deus feito homem. A primeira vez que o termo foi usado e que pode ser comprovado é na oração suplicante mais antiga, depois da Ave Maria, o Sub Tuum Praesidium:
Sub Tuum praesidium confugimus, Sancta Dei Genitrix.
À vossa proteção recorremos, SANTA MÃE DE DEUS.

Esta oração tem sua data fixada entre o século III e o IV.  Hoje o título Mãe de Deus é familiar ao povo de fiel. Está na segunda parte da Ave-Maria. Outra representação que podemos tomar é que na maioria das imagens da Virgem Maria, ela tem o Menino em seus braços. Assim aparece a Virgem desde o século II nas catacumbas e assim também a pintam frequentemente os artistas cristãos.




REFERÊNCIA
BOFF, Clodovis M. Dogmas Marianos: Síntese catequético-pastoral. São Paulo: Editora Ave-Maria, 2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentários ofensivos serão excluídos

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...