Caros leitores, ontem celebramos o dia solene, da
Assunção de Nossa Senhora aos céus. Hoje, continuamos com nossa pequena
catequese sobre o dogma da Assunção, na terceira parte que dedicaremos às bases
bíblicas da defesa do dogma.
Assim
como os Sete Sacramentos, Santíssima Trindade e Mãe de Deus, não temos na
Bíblia um texto que fale, explicitamente, da Assunção da Virgem Maria. Para tal, o que existem são temas bíblicos,
que através da tradição da Igreja e de sua profunda espiritualidade, levou à
descoberta deste novo dogma. Por isso, é bom que guardemos esta palavra:
descoberta. O dogma foi descoberto com as bases bíblicas implícitas e com a
tradição da Igreja. Seria um pecado pensarmos que o dogma foi inventado por
alguém, algum santo, ou até mesmo pelo papa. Por isso, que no que diz respeito
à Assunção, o que conta não é somente um texto da Sagrada Escritura, mas todo o
seu desenrolar e o contexto.
As
ideias comuns que temos destes temas são duas: a íntima associação de Maria ao
destino de Jesus, seu Filho, e sua santidade plena. Os principais temas
bíblicos que sustentam o dogma são:
1)
Gênesis 3,15
Mulher vitoriosa sobre a serpente: “Esta
te ferirá a cabeça”. Maria é aquela que vence o pecado e também a morte
e a corrupção, que são suas consequências.
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2)
A Nova Eva
Maria não comeu do fruto da morte, por isso, ela não
podia morrer corporalmente.
3)
A Nova Arca
O corpo imaculado e virginal de Maria deveria
permanecer incorruptível, assim como a madeira incorruptível da arca. Os Santos
Padres tratam deste assunto da mesma maneira como falam da arca: “Levantai-vos, Senhor, para vir ao vosso
repouso, vós e a arca de vossa majestade”. Salmo 131,8.
Ora, se Cristo subiu aos céus, Maria deve tê-lo
seguido.
4)
A Mãe Perfeita
Jesus também obedecia aos mandamentos, incluindo
aquele que dizia para honrar pai e mãe. Cristo com certeza honrou sua mãe. E
como não iria fazê-lo, senão elevando-a ao céu também com o corpo?
5)
Rainha Mãe
No Salmo 44, rezamos que a mãe do Rei deveria e
merecia ser colocada à direita do Filho, ainda mais sendo Ele vitorioso após
sua morte. No livro do Cântico dos Cânticos, encontramos, no versículo cinco do
capítulo oito, algo que sustenta isto: “Quem
é esta que sobe do deserto apoiada em seu amado?” Ct 8,5.
6)
Mulher vestida de sol
Em Apocalipse 12, lemos que a mulher fora subtraída
ao ataque do mortífero dragão. A Igreja viu na figura da mulher a figura da
Virgem glorificada, imagem escatológica da Igreja.
7)
A primeira pessoa a ser
realmente tocada pela ressurreição de Jesus
Na primeira Carta aos Coríntios, São Paulo escreve
que todos reviverão com Cristo, mas, cada qual em sua ordem: Cristo, em
primeiro lugar e depois aqueles que forem de Cristo. Sem sombras de dúvidas,
Maria foi a criatura que mais pertenceu a Cristo. Por isso, ela é a primeira a
receber o efeito de sua ressurreição.
Segundo alguns teólogos, Maria é o elo entre o primogênito dentre os mortos
(Cristo) e a humanidade à espera da ressurreição.
8)
Generosa e singular companheira
de seu Filho
Podemos fazer o seguinte pensamento: Se Maria
participou piedosamente de todos os momentos da vida de seu Filho, estando
desde sua Anunciação até à morte dolorosa na Cruz, como não haveria de participar
também de sua glorificação? Pois, se morrermos com Cristo, com Cristo também
viveremos.
Esta foi a terceira parte do especial da Assunção de
Maria, no próximo artigo, o último, a explicação teológica do dogma.
Nossa Senhora da Assunção, rogai por nós.
REFERÊNCIA
BOFF, Clodovis M. Dogmas Marianos: Síntese Catéquetico-Pastoral. São Paulo: Editora
Ave-Maria, 2010. p. 43 a p. 57
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