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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Especial da Assunção da Virgem Maria - Parte I: A história do dogma


Caros leitores, no próximo domingo, a Igreja celebrará a solenidade da Assunção da Virgem Maria. Em vários países, a solenidade é comemorada em seu dia original, 15 de agosto. No Brasil comemoramos no domingo seguinte, para que os fieis que não tem a oportunidade de participar da Eucaristia diária, possam também viver intensamente estes mistérios.

Nossa Senhora da Assunção
            O dogma da Assunção de Maria é uma definição infalível que está presente na constituição Munificentissimus Deus (Deus Generosíssimo, que você pode ler na íntegra em português clicando aqui), de Pio XII, de 1950. O dogma foi proclamado em Primeiro de novembro de 1950, na Solenidade de Todos os Santos.

O trecho principal da proclamação do dogma é:

“Pela autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo,
dos santos apóstolos Pedro e Paulo e pela Nossa,
PRONUNCIAMOS, DECLARAMOS E DEFINIMOS
ser dogma revelado por Deus que:
a Imaculada Mãe de Deus, sempre Virgem Maria,
terminado o curso de sua vida terrena,
FOI ASSUNTA À GLÓRIA CELESTE EM CORPO E ALMA.”
Proclamação do dogma feita pelo papa Pio XII em 01/11/1950

            A constituição e proclamação de um dogma leva muito em conta o senso dos fieis, que, como dizia Pio XII, não se engana. O primeiro a fazer esta solicitação foi o padre Césario Shguanin, cerca de duzentos anos antes da proclamação. Depois, a rainha Isabela, da Espanha, falou com o papa a pedido de Santo Antonio Maria Claret; Pio IX disse que a assunção era uma verdade de fé, mas que ainda não havia chegado a hora da proclamação do dogma.
Um dos maiores expoentes dessa história foi o bispo Dom Luigi Vaccari, que mobilizou os bispos no Vaticano I, mas acabou sendo freado pelo Santo Ofício.  Da mesma maneira, foi feito um movimento com o recolhimento de assinaturas, iniciado pelo Beato Bártolo Longo, após este ter fundado o Santuário de Pompei, no início do Século XX. Ele contava com missionários e, graças a eles, a campanha pode ser divulgada por todos os cantos do mundo. No Brasil foram recolhidas mais de cem mil assinaturas, fato que fez com que o papa Pio X e depois Bento XV investigarem profundamente o caso.

Santo Antonio Maria Claret
            Durante os anos 30, o trabalho do Beato B. Longo foi ajuntado com o do padre jesuíta de nome Salvador, e do padre estadunidense Mateus Crawley. Para impressionar a sensibilidade dos fieis, foram distribuídas mais de 150 mil imagens da Virgem da Assunção. Na soma geral, foram recolhidas mais de 1,6 bilhão de assinaturas no período de 1863 à 1921; e de 1921 até 1940, quase 6,5 bilhões.
            O lance final seria feito pelo próprio papa Pio XII, a exemplo daquilo que fizera Pio IX com o dogma da Imaculada Conceição: consultar o episcopado no de 1946. Mais de 98% dos bispos aprovaram o dogma.
O povo começou a celebrar a Assunção em 15 de agosto, desde o século VI, na Basílica que a Imperatriz Eudóxia tinha mandado construir no lugar do passamento de Maria. Com a ajuda do imperador Maurício, que levou esta festa para Bizâncio rapidamente tornou-se a maior festa mariana celebrada pelos católicos.

Uma curiosidade que talvez não é conhecida por muitos é que no dia da proclamação do dogma da Assunção, o Céu quis dar um sinal de aprovação: a celebração solene na praça de São Pedro, começou com o tempo nublado e fechado, mas, no momento da proclamação do dogma, a praça foi subitamente iluminada pelo sol em seu esplendor.

Na próxima postagem, falaremos sobre indícios mais antigos do dogma e o que os Santos Padres diziam sobre ele.

Nossa Senhora da Assunção, rogai por nós!

REFERÊNCIA

BOFF, Frei Clodovis, OSM. Dogmas Marianos. Síntese catequético-pastoral. 1ª Ed. São Paulo: Editora Ave-Maria, 2010. p 43 a 57



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