Páginas

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Especial da Assunção da Virgem Maria - Parte II: Indícios antigos e Santos Padres


Caros leitores, como havia prometido, farei algumas publicações sobre a Solenidade da Assunção da Virgem Maria. Na última segunda-feira foi postado um artigo sobre a história geral do dogma, sua difusão pelo mundo e a aceitação e proclamação feita pelo Papa Pio XII no dia Primeiro de Novembro de 1950. Hoje, na segunda parte desta matéria, vamos abordar os indícios mais antigos deste dogma e o que os Santos Padres diziam sobre ele.

            Como já falamos na primeira publicação, o senso dos fieis é essencial para a difusão e, posteriormente, a proclamação de um dogma. Os primeiros relatos de escritos sobre a assunção da Mãe de Deus, começaram a surgir no século II no meio dos círculos entre judeus e cristãos. No Oriente, somente no século VI é que eles explodiram. O termo mais usado para o fim da vida de Nossa Senhora era a kóimesis, o que hoje conhecemos como dormição. Existe, inclusive, um fragmento que fala sobre essa dormição. Segundo relata o fragmento, Maria teria sido alertada por um anjo de que sua morte estava próxima e, em seguida, os apóstolos são todos reunidos ao redor de Maria, que morre e é enterrada. Mas, ressuscita e é levada ao Paraíso. Assim sendo, a tese da dormição também privilegiava a tese da morte de Maria, pois, segundo a tese, Maria teria dormido e depois levada ao céu pelos anjos.

Ícone da dormição de Maria
Em 1970, Pe. B. Bagatti elaborou uma hipótese na qual fala que Maria teria morrido e que seu túmulo estava sob os cuidados dos judeo-cristãos, de modo que a grande Igreja, da qual eles se separaram, tinha perdido contato  com a tradição do trânsito, ou dormição corporal de Maria.

Festas

            No Ocidente a festa teve início no século VII em Roma, com uma procissão solene que começava com uma oração intitulada Veneranda. Nesta época, a festa já recebia o nome de Assunção e era celebrada na corte de Carlos Magno, com a presença do papa Adriano I que fomentava o aspecto da assunção corporal da Virgem Maria. Depois disso, a piedade popular aumentou cada vez mais, ainda mais com a produção de imagens da assunção, geralmente representada pela Virgem subindo ao céu, transportada por Cristo ou pelos anjos. Sempre teve como base o capítulo doze do Apocalipse.






Santos Padres

            A respeito daquilo que os santos padres da Igreja falaram sobre a Assunção de Maria, não muito o que relatar, o fato é que muitos deles preferiram meditar em silêncio aguardando que o Espírito Santo iluminasse os pensamentos da Igreja. A divulgação e sustentação do dogma pelo senso dos fieis, recebeu apenas uma ajuda dos Santos Padres, mas que não vinha diretamente dele. Foram escritos vários falsos documentos defendo a tese da assunção. O mais famoso foi posto sob o nome de Santo Agostinho, no qual afirma que Maria não poderia padecer da morte eterna, uma vez que ela carregou Cristo em seu ventre e se fez carne como a dele.

Na próxima publicação, traremos as bases bíblicas de sustentação do dogma da assunção e na última parte, a explicação teológica do dogma.

Nossa Senhora da Assunção, rogai por nós.

REFERÊNCIA
BOFF, Clodovis M. Dogmas Marianos: Síntese catequético-pastoral. São Paulo: Editora Ave- Maria, 2010. p.43 a 57

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentários ofensivos serão excluídos

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...