Caros
leitores, como havia prometido, farei algumas publicações sobre a Solenidade da
Assunção da Virgem Maria. Na última segunda-feira foi postado um artigo sobre a
história geral do dogma, sua difusão pelo mundo e a aceitação e proclamação
feita pelo Papa Pio XII no dia Primeiro de Novembro de 1950. Hoje, na segunda
parte desta matéria, vamos abordar os indícios mais antigos deste dogma e o que
os Santos Padres diziam sobre ele.
Como já falamos na primeira
publicação, o senso dos fieis é essencial para a difusão e, posteriormente, a
proclamação de um dogma. Os primeiros relatos de escritos sobre a assunção da
Mãe de Deus, começaram a surgir no século II no meio dos círculos entre judeus
e cristãos. No Oriente, somente no século VI é que eles explodiram. O termo
mais usado para o fim da vida de Nossa Senhora era a kóimesis, o que hoje conhecemos como dormição. Existe, inclusive,
um fragmento que fala sobre essa dormição. Segundo relata o fragmento, Maria
teria sido alertada por um anjo de que sua morte estava próxima e, em seguida,
os apóstolos são todos reunidos ao redor de Maria, que morre e é enterrada.
Mas, ressuscita e é levada ao Paraíso. Assim sendo, a tese da dormição também
privilegiava a tese da morte de Maria, pois, segundo a tese, Maria teria
dormido e depois levada ao céu pelos anjos.
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Ícone da dormição de Maria |
Em 1970,
Pe. B. Bagatti elaborou uma hipótese na qual fala que Maria teria morrido e que
seu túmulo estava sob os cuidados dos judeo-cristãos, de modo que a grande
Igreja, da qual eles se separaram, tinha perdido contato com a tradição do trânsito, ou dormição
corporal de Maria.
Festas
No Ocidente a festa teve início no
século VII em Roma, com uma procissão solene que começava com uma oração intitulada
Veneranda. Nesta época, a festa já recebia o nome de Assunção e era celebrada
na corte de Carlos Magno, com a presença do papa Adriano I que fomentava o
aspecto da assunção corporal da Virgem Maria. Depois disso, a piedade popular
aumentou cada vez mais, ainda mais com a produção de imagens da assunção,
geralmente representada pela Virgem subindo ao céu, transportada por Cristo ou
pelos anjos. Sempre teve como base o capítulo doze do Apocalipse.
Santos Padres
A respeito daquilo que os santos
padres da Igreja falaram sobre a Assunção de Maria, não muito o que relatar, o
fato é que muitos deles preferiram meditar em silêncio aguardando que o
Espírito Santo iluminasse os pensamentos da Igreja. A divulgação e sustentação
do dogma pelo senso dos fieis, recebeu apenas uma ajuda dos Santos Padres, mas
que não vinha diretamente dele. Foram escritos vários falsos documentos defendo
a tese da assunção. O mais famoso foi posto sob o nome de Santo Agostinho, no
qual afirma que Maria não poderia padecer da morte eterna, uma vez que ela
carregou Cristo em seu ventre e se fez carne como a dele.
Na próxima
publicação, traremos as bases bíblicas de sustentação do dogma da assunção e na
última parte, a explicação teológica do dogma.
Nossa
Senhora da Assunção, rogai por nós.
REFERÊNCIA
BOFF,
Clodovis M. Dogmas Marianos: Síntese
catequético-pastoral. São Paulo: Editora Ave- Maria, 2010. p.43 a 57
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