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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Santo Agostinho

 Caros leitores, estamos encerrando o mês de agosto que é dedicado às vocações. No fim do mês de agosto, celebramos um dos santos mais importantes e conhecidos da Igreja Católica: Santo Agostinho. Antes, porém, celebramos no dia 27, o dia de Santa Mônica a mãe de Agostinho. Com ela, aprendemos que a oração tem que ser perseverante a cada dia; deve ser um contínuo louvor a Deus por sua infinita benevolência. Depois de rezar pela conversão de seu filho por mais de 33 anos, Santa Mônica viu a conversão de seu filho para Deus, e como ele se tornou um dos homens mais intimamente ligado com o Cristo.

 Abaixo, postamos a Segunda Leitura do Ofício de Leituras do dia de Santo Agostinho (28 de Agosto). A leitura é tirada do livro Confissões - muito conhecido, pois narra a vida de Agostinho.

Dos Livros das Confissões, de Santo Agostinho, bispo
 (Lib. 7,10.18;10,27: CSEL 33,157-163.255)
(Séc.V)
 Ó eterna verdade e verdadeira caridade
e cara eternidade!
Instigado a voltar a mim mesmo, entrei em meu íntimo, sob tua guia e o consegui, porque tu te
fizeste meu auxílio (cf. Sl 29,11). Entrei e com certo olhar da alma, acima do olhar comum da
alma, acima de minha mente, vi a luz imutável. Não era como a luz terena e evidente para todo
ser humano. Diria muito pouco se afirmasse que era apenas uma luz muito, muito mais
brilhante do que a comum, ou tão intensa que penetrava todas as coisas. Não era assim, mas
outra coisa, inteiramente diferente de tudo isto. Também não estava acima de minha mente
como óleo sobre a água nem como o céu sobre a terra, mas mais alta, porque ela me fez, e eu,
mais baixo, porque feito por ela. Quem conhece a verdade, conhece esta luz.


Ó eterna verdade e verdadeira caridade e cara eternidade! Tu és o meu Deus, por ti suspiro dia e
noite. Desde que te conheci, tu me elevaste para ver que quem eu via, era, e eu, que via, ainda
não era. E reverberaste sobre a mesquinhez de minha pessoa, irradiando sobre mim com toda a
força. E eu tremia de amor e de horror. Vi-me longe de ti, no país da dessemelhança, como que
ouvindo tua voz lá do alto: “Eu sou o alimento dos grandes. Cresce e me comerás. Não me
mudarás em ti como o alimento de teu corpo, mas tu te mudarás em mim”.

E eu procurava o meio de obter forças, para tornar-me idôneo a te degustar e não o encontrava
até que abracei o mediador entre Deus e os homens, o homem Cristo Jesus (1Tm 2,5), que é
Deus acima de tudo, bendito pelos séculos (Rm 9,5). Ele me chamava e dizia: Eu sou o
caminho, a verdade e a vida (Jo 14,6). E o alimento que eu não era capaz de tomar se uniu à
minha carne, pois o Verbo se fez carne (Jo 1,14), para dar à nossa infância o leite de tua
sabedoria, pela qual tudo criaste.

Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Eis que estavas dentro e eu, fora. E
aí te procurava e lançava-me nada belo ante a beleza que tu criaste. Estavas comigo e eu não
contigo. Seguravam-me longe de ti as coisas que não existiriam, se não existissem em ti.
Chamaste, clamaste e rompeste minha surdez, brilhaste, resplandeceste e afugentaste minha
cegueira. Exalaste perfume e respirei. Agora anelo por ti. Provei-te, e tenho fome e sede.
Tocaste-me e ardi por tua paz.


Mensagem do Santo Padre na Audiência Geral

Nesta última quarta-feira do mês de agosto, a Igreja recorda a memória litúrgica do martírio de São João Batista, o único santo do qual se celebra o nascimento, em 24 de junho, e a morte, por meio do martírio.

Este foi o tema do encontro do Pontífice com os peregrinos e turistas que foram a Castel Gandolfo para a audiência geral. Em sua catequese, Bento XVI lembrou que a memória do Santo é muito antiga: as primeiras provas de seu culto datam do IV século.

As referências históricas no Evangelho bem ilustram a relação de João Batista com Jesus. Lucas, por exemplo, narrou o nascimento, a vida no deserto, a pregação; enquanto Marcos nos falou de sua dramática morte.

De fato, num gesto final, João Batista testemunhou com o sangue sua fidelidade aos mandamentos de Deus, sem ceder ou retroceder, realizando sua missão até o fim. Ele não se limitou a pregar a penitência, mas teve a humildade de indicar Jesus como “Enviado de Deus”, colocando-se de lado para que o Senhor pudesse crescer, ser ouvido e seguido.

Depois desta introdução, Bento XVI perguntou aos fiéis:

“De onde nasceu esta vida tão dedicada a Deus?”. “A resposta é simples” – disse o Papa: “da oração, fio condutor de toda existência”.

João foi um dom divino, pois Zacarias e Isabel não podiam ter filhos, eram idosos e Isabel era estéril. “Mas nada é impossível para Deus”, e o anúncio do nascimento do menino aconteceu justamente quando seu pai entrava no templo de Jerusalém, o templo da oração.

Enfim, toda a existência do Precursor de Jesus, especialmente o período passado no deserto, foi alimentada por seu relacionamento com Deus. O deserto era um lugar de tentações, mas ao mesmo tempo, onde o homem sentia a sua própria pobreza, onde não encontrava apoio e nem certezas materiais, e onde compreendia que sua única referência sólida era sempre Deus.

Terminando sua catequese, o Papa recordou que “o exemplo de João Batista nos diz que não podemos ‘negociar’ nosso amor por Cristo, por Sua Palavra e pela Verdade.

“A vida cristã exige o ‘martírio’ da fidelidade cotidiana ao Evangelho, a coragem de deixar que Cristo cresça em nós, oriente nossos pensamentos e atitudes”.

Mas – ressaltou o Papa – isso só pode acontecer se nossa relação com Deus for sólida. Rezar não é perder tempo, não é roubar tempo de outras atividades; mas é o contrário: se formos capazes de manter uma vida de oração fiel, constante, o próprio Deus nos dará a capacidade e a força para viver de modo feliz, superar as dificuldades e testemunhá-Lo com coragem”.

Encerrada a catequese, Bento XVI passou a saudar a multidão em várias línguas, como o português:

Amados peregrinos de Portugal e do Brasil, e demais pessoas de língua portuguesa, sede bem-vindos! Uma saudação particular aos fiéis de Chã Grande, Natal e do Rio de Janeiro. Que o exemplo e a intercessão de São João Batista vos ajudem a viver a vossa entrega a Deus sem reservas, sobretudo por meio da oração e da fidelidade ao Evangelho, para que Cristo cresça em vós, guiando os vossos pensamento e ações. Com estes votos, de bom grado a todos abençôo”. RealAudioMP3

Devido ao grande número de fiéis, a audiência da manhã desta quarta-feira se realizou na Praça da Liberdade, na frente da residência pontifícia. Em meio às centenas de grupos de vários países, vieram da França cerca de 2.600 participantes da peregrinação nacional dos ministrantes da França, liderada por dez bispos e uma centena de sacerdotes e seminaristas, provenientes de metade das dioceses do país.

A peregrinação tem o tema “Servir o Senhor, alegria do homem, alegria de Deus”, e aos coroinhas, o Papa fez uma saudação especial:

Queridos jovens, o serviço que vocês fazem tão fielmente lhes permite estar particularmente perto de Jesus Cristo na Eucaristia. Vocês têm o enorme privilégio de estar perto do altar, perto do Senhor. Sejam cientes da importância deste serviço para a Igreja e para si mesmos. Que este seja uma oportunidade para você crescerem na amizade e no relacionamento pessoal com Jesus. Não tenham medo de comunicar com entusiasmo a quem está ao seu redor a alegria que recebem de Sua presença! E se um dia vocês ouvirem seu chamado para segui-lo no caminho do sacerdócio ou da vida religiosa, respondam com generosidade!”.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Parabéns Sidney

 Caros leitores, essa sexta-feira foi um dia muito especial para toda nossa comunidade paroquial e, em especial, para nosso irmão Sidney Lemes dos Santos. Hoje, ele recebeu, das mãos do arcebispo Dom Moacyr José Vitti, a instituição como leitor e acolito, em Celebração Eucarística no Santuário Nossa Senhora do Equilibrio.
Após a cerimônia, conseguimos um entrevista exclusiva com o sr. Sidney, na qual manifesta toda sua alegria e gratidão. Acompanhe abaixo:




quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Festa de Nossa Senhora Rainha


Caros leitores, no último dia 22 de agosto (quarta-feira), celebramos o dia de Nossa Senhora Rainha. Em nossa Arquidiocese, celebramos com grande júbilo este dia, pois temos um Seminário com este título: o seminário maior teológico Rainha dos Apóstolos. Além do dia da padroeira, foram celebrados os 55 anos de fundação do Seminário.
            Para tal ocasião, foi celebrada uma Santa Missa presidida pelo Exmo. Revmo. arcebispo Dom Moacyr José Vitti, CSS. e concelebrada pelos bispos auxiliares Dom Rafael e Dom João e pelo arcebispo emérito, Dom Pedro Fedalto. Estiveram presentes os padres formadores dos demais seminários. Além da Santa Missa, houve, antes, um momento histórico com a apresentação de um vídeo sobre a história do seminário e a recitação do Santo Terço. Ao final da Santa Missa, foi feita a bênção e coroação da imagem de Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos. Abaixo, seguem algumas fotos da celebração:

Acolhida inicial feita pelo Reitor, Cônego André Biernaski

Oração do Terço em preparação à Santa Missa

Imposição do incenso

   
Saudação Inicial
Salmodia

Oração do Dia

Liturgia da Palavra

Evangelho (Proclamado pelo vice-reitor do Seminário, Pe. Roberto Nentwig)

Homilia
Apresentação das oferendas

Incensação das oblatas

Incensação do celebrante

Incensação da assembleia

Elevação da Hóstia

Elevação do Cálice

Oração Eucarística III


Comunhão

Incensação da Imagem após a coroação

Bênção final
 

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Especial da Assunção de Nossa Senhora - Parte IV - Esclarecimentos teológicos


            Caros leitores, chegamos à última parte de nosso artigo especial da Assunção de Nossa Senhora, que celebramos no último domingo. Nesta última parte, vamos falar um pouco sobre a explicação teológica do dogma da Assunção. Segundo o livro que estamos seguindo neste estudo, que você tem a referência no rodapé da publicação, a defesa do dogma consta de cinco alegações teológicas.

1- O dogma da Assunção tem profundo caráter teocêntrico e cristocêntrico. Pois, antes de exaltar a Virgem Maria elevada aos céus, a Santíssima Trindade é exaltada. Este dogma também age em benefício do povo de Deus.

2- O dogma da Assunção está profundamente ligado aos outros dogmas marianos. Quando falamos de Maria, Mãe de Deus, já entendemos que ela passou toda a sua vida ao lado do Cristo e, por isso, certamente não ficou separada de seu Filho após a morte.
A respeito da virgindade perpétua de Maria, entendemos que se o corpo foi preservado de qualquer mancha de pecado, por isso, jamais ele seria dissolvido na morte. E, por fim, quanto à imaculada conceição: por ser Toda-santa, Maria nada deveu ao pecado e, portanto, também nada à morte, que é o salário do pecado, como diz São Paulo na Carta aos Romanos. (Rm 6,23).

3 – Dentro da própria proclamação dogmática infalível, encontramos que Maria foi assunta na glória celeste, e não elevada aos céus, como se diz no modo popular.  Por isso usamos o termo assunta e assunção: pois denota que Maria foi levada aos céus.

4 – O mistério da morte ou dormição de Maria. Na proclamação do dogma, Pio XII dizia que: “terminado o curso de sua vida terrena...”. A expressão usada por Eugênio Pacelli (Pio XII), deixa em aberto esta questão: teria Maria realmente morrido, ou apenas dormiu. A tese dominante dos dias atuais é a mortalista. Inclusive o papa João Paulo II mostrou-se inclinado a ela.

5 – Por fim, existe uma hipótese teológica não muito aceita que diz que a assunção ocorre no momento exato da morte e não depois. Para tal afirmação, faltam inúmeros indícios, muitos deles bíblicos. Além do mais, tiraria o grande privilégio de Maria, como Mãe de Deus. A própria Comissão Teológica Internacional se opõe a este pensamento.

Este é o fim do nosso breve estudo. Esperamos que, mais do que conhecimentos, possa frutificar cada vez mais em nós, nossa real devoção à Santíssima Virgem Maria.
Nossa Senhora da Assunção, rogai por nós.

REFERÊNCIA
BOFF, Clodovis M. Dogmas Marianos: Síntese catequético-pastoral. São Paulo: Editora Ave-Maria, 2010. p. 43 a 57

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Os Símbolos da Jornada Mundial da Juventude: Explicação e História


Caros leitores, estamos em contagem regressiva para a Jornada Mundial da Juventude de 2013, que se realizará no Brasil, especificamente na cidade do Rio de Janeiro. Até aí não temos nenhuma novidade. O fato é que queremos transmitir a todos, o que significam e de onde vieram os símbolos usados na Jornada. Para tal, temos como fonte uma matéria publicada pela Rádio Vaticano.

            A cruz foi entregue pelo Beato João Paulo II no ano de 1984, durante as comemorações do Ano Jubilar da Juventude, no final do Ano Santo da Redenção. A Praça de São Pedro ficou lotada por cerca de 300 mil jovens de todo o mundo. Ao entregar a cruz, o papa João Paulo II disse aos jovens:

Caros Jovens, ao final do Ano Santo entrego a vocês o sinal deste ano jubilar: a Cruz de Cristo. Levem-na ao mundo como sinal do amor do Senhor Jesus para a humanidade e anunciem a todos que somente em Cristo morto e ressuscitado há salvação e redenção", disse João Paulo II.

A Jornada Mundial da Juventude, influenciou a decisão tomada pela ONU de decretar o ano de 1985, como Ano Internacional da Juventude.  Este texto do Papa João Paulo II também percorre as cidades, juntamente com a cruz. 



Ícone de Nossa Senhora

            O outro símbolo marcante da JMJ é o ícone de Nossa Senhora. Este ícone também foi dado pelo Papa João Paulo II, em 2003, durante a oração do Ângelus. Ao entregar, disse:

Á delegação alemã, confio hoje também o Ícone de Maria. De agora em diante, junto com a Cruz, ele vai acompanhar as Jornadas Mundiais da Juventude. Será o sinal da presença materna de Maria ao lado dos jovens, chamados, como o Apóstolo João, a recebe-la em suas vidas”.

Este ícone de Nossa Senhora é uma cópia da Salus Populi Romani, um antigo e sagrado ícone, encontrado na maior e mais antiga Basílica dedicada à Virgem Maria Basílica de Santa Maria Maior.



Especial da Assunção da Virgem Maria - Parte III - Bases Bíblicas


Caros leitores, ontem celebramos o dia solene, da Assunção de Nossa Senhora aos céus. Hoje, continuamos com nossa pequena catequese sobre o dogma da Assunção, na terceira parte que dedicaremos às bases bíblicas da defesa do dogma.

            Assim como os Sete Sacramentos, Santíssima Trindade e Mãe de Deus, não temos na Bíblia um texto que fale, explicitamente, da Assunção da Virgem Maria.  Para tal, o que existem são temas bíblicos, que através da tradição da Igreja e de sua profunda espiritualidade, levou à descoberta deste novo dogma. Por isso, é bom que guardemos esta palavra: descoberta. O dogma foi descoberto com as bases bíblicas implícitas e com a tradição da Igreja. Seria um pecado pensarmos que o dogma foi inventado por alguém, algum santo, ou até mesmo pelo papa. Por isso, que no que diz respeito à Assunção, o que conta não é somente um texto da Sagrada Escritura, mas todo o seu desenrolar e o contexto.

            As ideias comuns que temos destes temas são duas: a íntima associação de Maria ao destino de Jesus, seu Filho, e sua santidade plena. Os principais temas bíblicos que sustentam o dogma são:

1)    Gênesis 3,15
Mulher vitoriosa sobre a serpente: “Esta te ferirá a cabeça”. Maria é aquela que vence o pecado e também a morte e a corrupção, que são suas consequências. 



2)    A Nova Eva
Maria não comeu do fruto da morte, por isso, ela não podia morrer corporalmente.


3)    A Nova Arca
O corpo imaculado e virginal de Maria deveria permanecer incorruptível, assim como a madeira incorruptível da arca. Os Santos Padres tratam deste assunto da mesma maneira como falam da arca: “Levantai-vos, Senhor, para vir ao vosso repouso, vós e a arca de vossa majestade”. Salmo 131,8.
Ora, se Cristo subiu aos céus, Maria deve tê-lo seguido.

4)    A Mãe Perfeita
Jesus também obedecia aos mandamentos, incluindo aquele que dizia para honrar pai e mãe. Cristo com certeza honrou sua mãe. E como não iria fazê-lo, senão elevando-a ao céu também com o corpo?

5)    Rainha Mãe
No Salmo 44, rezamos que a mãe do Rei deveria e merecia ser colocada à direita do Filho, ainda mais sendo Ele vitorioso após sua morte. No livro do Cântico dos Cânticos, encontramos, no versículo cinco do capítulo oito, algo que sustenta isto: “Quem é esta que sobe do deserto apoiada em seu amado?” Ct 8,5.

6)    Mulher vestida de sol
Em Apocalipse 12, lemos que a mulher fora subtraída ao ataque do mortífero dragão. A Igreja viu na figura da mulher a figura da Virgem glorificada, imagem escatológica da Igreja.

7)    A primeira pessoa a ser realmente tocada pela ressurreição de Jesus
Na primeira Carta aos Coríntios, São Paulo escreve que todos reviverão com Cristo, mas, cada qual em sua ordem: Cristo, em primeiro lugar e depois aqueles que forem de Cristo. Sem sombras de dúvidas, Maria foi a criatura que mais pertenceu a Cristo. Por isso, ela é a primeira a receber o efeito de sua ressurreição.  Segundo alguns teólogos, Maria é o elo entre o primogênito dentre os mortos (Cristo) e a humanidade à espera da ressurreição.

8)    Generosa e singular companheira de seu Filho
Podemos fazer o seguinte pensamento: Se Maria participou piedosamente de todos os momentos da vida de seu Filho, estando desde sua Anunciação até à morte dolorosa na Cruz, como não haveria de participar também de sua glorificação? Pois, se morrermos com Cristo, com Cristo também viveremos.

Esta foi a terceira parte do especial da Assunção de Maria, no próximo artigo, o último, a explicação teológica do dogma.

Nossa Senhora da Assunção, rogai por nós.


REFERÊNCIA
BOFF, Clodovis M. Dogmas Marianos: Síntese Catéquetico-Pastoral. São Paulo: Editora Ave-Maria, 2010. p. 43 a p. 57

sábado, 18 de agosto de 2012

Assunção de Nossa Senhora

 Caros leitores, como anunciado durante toda a semana, neste domingo celebramos a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora. Você, claro, fica por dentro de tudo à respeito desta Solenidade, através dos nossos artigos publicados anteriormente. Agora, chegou a hora de realmente celebrarmos.

Convidamos a todos para participarem da Santa Missa Solene da Assunção da Virgem Maria

Neste sábado, 18 de Agosto, às 18 horas.

Celebrada pelo Pe. João Batista Chemin - Reitor do Seminário Maior Bom Pastor

Pode ter Jesus desprezado a sua mãe?

 Caros leitores, amanhã celebraremos a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora. Por isso, ao longo da semana, publicamos artigos sobre o dogma da Assunção, proclamado pelo Papa Pio XII em Primeiro de Novembro de 1950. Nestes artigos, falamos sobre o senso dos fieis e os indícios mais antigos relacionados à hipótese do dogma. Também, não podemos deixar de lado a contribuição dos Santos Padres para tal dogma. Evidentemente, que, como escrito no segundo artigo, os santos padres não tiveram uma contribuição direta. O que aconteceu é que vários falsos documentos foram escritos, o mais conhecido é atribuído a Santo Agostinho.

Para acessar os demais artigos clique Especial da Assunção da Virgem Maria - Parte II - Indícios antigos e Santos Padres e o primeiro Especial da Assunção de Maria - Parte I

Hoje, publicamos um vídeo do Pe. Paulo Ricardo respondendo à pergunta se Jesus teria desprezado sua Mãe.

Acompanhemos


Família e Festa

No penúltimo dia da Semana Nacional da Família, sexta, 17, a Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), divulgou um texto redigido a partir das Catequeses preparatórias ao 7º Encontro Mundial das Famílias. A mensagem trata da família e a festa e aborda a importância da festividade no ambiente familiar, para união e celebração entre seus membros. O objetivo do texto é ser mais um instrumento de reflexão, sobre a família, entre as comunidades da Igreja.

Leia o texto:

Família e a festa

O ser humano moderno criou o tempo livre e perdeu o sentido da festa. É necessário recuperar o sentido da festa, e de modo particular do domingo, como “um tempo para ser humano”, aliás, “um tempo para a família”. Voltar a encontrar o centro da festa é decisivo também para humanizar o trabalho, para lhe atribuir um significado que não o reduza a ser uma resposta às necessidades, mas que o abra ao relacionamento e à partilha: com a comunidade, com o próximo e com Deus.

Atualmente, a festa como “tempo livre” é vivida no contexto do “fim de semana”. Em vez do descanso e da santificação privilegia-se a diversão, a fuga das cidades, e isto influi sobre a família, principalmente se tem filhos adolescentes e jovens. Os membros da família tem dificuldade de encontrar um momento de relacionamento familiar. O domingo perde a sua dimensão de dia do Senhor e é vivido mais como um tempo “individual” do que como um espaço “comum”.

O tempo livre no domingo torna-se com frequência um dia “móvel” e corre o risco de não ser mais um dia “fixo”, dificultando o encontro familiar. As pessoas não descansam somente para voltar ao trabalho, mas para fazer festa. É mais oportuno do que nunca que as famílias voltem a descobrir a festa como lugar do encontro com Deus e da proximidade recíproca, criando a atmosfera familiar sobretudo quando os filhos são pequenos. As realidades vividas nos primeiros anos na família de origem permanece inscrito para sempre na memória do ser humano. Também os gestos da fé, no dia do domingo e nas festividades anuais, marcam a vida da família, sobretudo no encontro com o mistério santo de Deus e contribui para a reforçar os relacionamentos familiares.

O encontro com Deus e com o outro é o âmago da festa. A mesa dominical, em casa e com a comunidade, é diferente daquela de todos os dias: a de cada dia serve para sobreviver, mas a do domingo serve para viver a alegria do escuta e comunhão, disponibilidade para o culto e a caridade.

A celebração e o serviço são as suas formas fundamentais da lei, com as quais se honra a Deus e se recebe a sua dádiva de amor: no culto, Deus comunica-nos gratuitamente a sua caridade; no serviço, o dom recebido torna-se amor compartilhado e vivido com os outros. O dies Domini (dia de Deus) deve tornar se, inclusive, um dies hominis (dia do homem). Se a família se aproximar deste modo da festa, poderá vivê-la como o “dia do Senhor”.

Para experimentar a “presença” do Senhor ressuscitado, a família é exortada aos domingos em especial a deixar-se iluminar pela Eucaristia. A missa torna-se a celebração central, viva e pulsante do dia do Senhor, da sua presença de Ressuscitado aqui e agora. A eucaristia concede-nos a graça de celebrarmos o mistério santo de que vem ao nosso encontro. No domingo, a família encontra o sentido e a razão da semana que se inicia.

Participando na missa, a família dedica espaço e tempo, oferece energias e recursos, aprende que a vida não é feita unicamente de necessidades a atender, mas de relações a construir. A gratuidade da eucaristia dominical exige que a família participe na memória da Páscoa de Jesus. Na missa, a família alimentasse na mesa da palavra e do pão, que dá sabor e sentido às palavras e ao alimento cotidiano compartilhado à mesa da família.

Desde crianças, os filhos têm o direito de serem educados para a escuta da palavra, para descobrir o domingo como “dia do Senhor“. A memória do Crucificado Ressuscitado marca a diferença do domingo em relação ao tempo livre: se não nos encontrarmos com Ele, a festa não se realiza, a comunhão é apenas um sentimento e a caridade se reduz a um gesto de solidariedade, que não constrói a comunidade cristã e não educa para a missão. A eucaristia do domingo enquanto nos introduz no coração de Deus, faz a família, e a família, na comunidade cristã, faz de um certo modo a Eucaristia.

O dia do Senhor faz viver a festa como um tempo para os outros, dia da comunhão e da missão. A Eucaristia é memória do gesto de Jesus: isto é o meu corpo entregue, isto é o meu sangue derramado por vós e por todos. O “por vós e por todos” vincula intimamente a vida fraterna (por vós) e a abertura a todos (por todas as pessoas). Na conjunção “e” encontra-se toda a força da missão evangelizadora da família e da comunidade: é doado a nós, a fim de que venha a ser para todos.

A Diocese e a Paróquia constituem a presença concreta do Evangelho no centro da existência humana. Elas são as figuras mais conhecidas da Igreja, pela sua índole de proximidade e de acolhimento em relação a todos.

Na Paróquia as famílias, “Igreja doméstica”, fazem com que a comunidade paroquial seja uma Igreja no meio das casas das pessoas. A vida quotidiana, com o ritmo de trabalho e de festa, permite ao mundo entrar no seio da família integrando os membros da família ao mundo.

A comunidade cristã é convidada a cuidar das famílias, ajudando-as a evitar à tentação de se fechar no seu “apartamento”, no seu “mundinho” e abrindo-as aos caminhos da fé. O dia do Senhor torna-se dia da Igreja, quando ajuda a experimentar a beleza de um domingo vivido juntos, evitando a banalidade de um fim de semana consumista, para realizar às vezes também experiências de comunhão fraterna entre as famílias.

Na família, os filhos experimentam no dia-a-dia a dedicação gratuita e incansável da parte dos pais e o seu serviço, aprendendo do seu exemplo o segredo do amor. Quando, na comunidade paroquial, os adolescentes e os jovens, tiverem que ampliar o horizonte da caridade às outras pessoas, poderão compartilhar a experiência de amor e de serviço aprendida em casa. O ensino prático da caridade, sobretudo nas famílias com um filho único, deverá abrir-se imediatamente a pequenas ou grandes formas de serviço ao próximo.


Fonte: Rádio Vaticano

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Investir na família

Cresce na sociedade, em seus diversos segmentos, a convicção de que é preciso investir na família, instituição que também é prioridade na missão evangelizadora da Igreja. De 12 a 18 de agosto, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promove a Semana da Família, evento que é realizado anualmente. Trata-se de um acontecimento que merece a importante cobertura dos meios de comunicação, pelo que representa a instituição familiar no enfrentamento de graves desafios, como a superação dos alarmantes índices de violência e dos desvios na direção da dependência química.

Com seus limites próprios, em razão das vicissitudes e estreitamentos humanos, nenhuma instituição consegue contribuir tanto na formação da consciência e da assimilação de valores indispensáveis. Essa convicção há de ser assumida por quem tem sua família, particularmente aqueles que têm responsabilidade na sua condução e sustento, de maneira aguerrida, para fazer desse lugar primeiro de cada um de nós a referência amorosa mais importante.

A família tem importância e centralidade em razão de cada ser humano e no conjunto da sociedade. É na família que se aprende a conhecer o amor e a fidelidade a Deus. Não se pode abrir mão dessa escola que tem propriedades para formar e configurar o indispensável sentido de transcendência. A ausência desse sentido pode levar a incapacidades crônicas. A escola família, conforme ensina a Sagrada Escritura, possibilita aos filhos a aprendizagem das primeiras e decisivas lições, como a urbanidade, processo naturalmente sustentado e fecundado pela fidelidade conjugal e pela circulação própria do amor em família.

Por isso, a Igreja considera a família como a primeira sociedade natural, titular de direitos próprios e originários. Não se pode, é uma convicção e batalha que a Igreja assume na sua missão evangelizadora, atribuir à família um papel subalterno e secundário. Ela deve ser entendida e assumida por todos como célula vital para a sociedade. A família que nasce da íntima comunhão de vida e de amor, fundada sobre o matrimônio entre um homem e uma mulher, tem uma dimensão social própria enquanto lugar primeiro das relações sociais.

A família é a primeira escola onde se aprende a reciprocidade. No dom recíproco, por parte do homem e da mulher, unidos em matrimônio, se configura a criação do ambiente de vida no qual a criança pode nascer e desenvolver suas potencialidades, tornar-se consciente de sua dignidade e preparar-se para uma adequada participação na sociedade. Quando se pensa a ecologia humana, a família é a experiência onde se aprende as primeiras e determinantes noções acerca do bem e da verdade, exercício natural e transcendente na capacidade de amar e ser amado.

Não é uma importância apenas para o indivíduo, mas também para o contexto social onde ele está inserido e participa de maneira cidadã. A sociabilidade exercitada na instituição familiar acrescenta valores e sustentos para a sociedade, pois a família é uma comunidade de pessoas. Os ricos ensinamentos da Igreja nos seus preciosos documentos afirmam que “uma sociedade à medida da família é a melhor garantia contra toda a deriva de tipo individualista ou coletivista, porque nela a pessoa está sempre no centro da atenção enquanto fim e nunca como meio”. Este entendimento advoga o princípio de que a família é prioritária em relação à sociedade e ao Estado.

Assim, a definição de um modelo social no funcionamento da sociedade deve ter a inteligência de incluir o apoio decisivo para que a família desempenhe adequadamente suas responsabilidades. Metas e intervenções, no funcionamento social e político, não podem desconsiderar essa centralidade da instituição familiar. O Concílio Vaticano II, no Decreto Gravissimum Educationis, sublinha que essa instituição, exercendo sua tarefa educativa, contribui para o bem comum e se constitui na primeira escola das virtudes sociais. É indispensável, portanto, para a sociedade. A ciência sobre a família reúne densos capítulos que precisam ser conhecidos para inspirar mais, clarear papéis e responsabilidades. Investir na instituição familiar é contribuir para que a humanidade redesenhe horizontes: torne-se mais fraterna e solidária.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte


Fonte: Rádio Vaticano

Especial da Assunção da Virgem Maria - Parte II: Indícios antigos e Santos Padres


Caros leitores, como havia prometido, farei algumas publicações sobre a Solenidade da Assunção da Virgem Maria. Na última segunda-feira foi postado um artigo sobre a história geral do dogma, sua difusão pelo mundo e a aceitação e proclamação feita pelo Papa Pio XII no dia Primeiro de Novembro de 1950. Hoje, na segunda parte desta matéria, vamos abordar os indícios mais antigos deste dogma e o que os Santos Padres diziam sobre ele.

            Como já falamos na primeira publicação, o senso dos fieis é essencial para a difusão e, posteriormente, a proclamação de um dogma. Os primeiros relatos de escritos sobre a assunção da Mãe de Deus, começaram a surgir no século II no meio dos círculos entre judeus e cristãos. No Oriente, somente no século VI é que eles explodiram. O termo mais usado para o fim da vida de Nossa Senhora era a kóimesis, o que hoje conhecemos como dormição. Existe, inclusive, um fragmento que fala sobre essa dormição. Segundo relata o fragmento, Maria teria sido alertada por um anjo de que sua morte estava próxima e, em seguida, os apóstolos são todos reunidos ao redor de Maria, que morre e é enterrada. Mas, ressuscita e é levada ao Paraíso. Assim sendo, a tese da dormição também privilegiava a tese da morte de Maria, pois, segundo a tese, Maria teria dormido e depois levada ao céu pelos anjos.

Ícone da dormição de Maria
Em 1970, Pe. B. Bagatti elaborou uma hipótese na qual fala que Maria teria morrido e que seu túmulo estava sob os cuidados dos judeo-cristãos, de modo que a grande Igreja, da qual eles se separaram, tinha perdido contato  com a tradição do trânsito, ou dormição corporal de Maria.

Festas

            No Ocidente a festa teve início no século VII em Roma, com uma procissão solene que começava com uma oração intitulada Veneranda. Nesta época, a festa já recebia o nome de Assunção e era celebrada na corte de Carlos Magno, com a presença do papa Adriano I que fomentava o aspecto da assunção corporal da Virgem Maria. Depois disso, a piedade popular aumentou cada vez mais, ainda mais com a produção de imagens da assunção, geralmente representada pela Virgem subindo ao céu, transportada por Cristo ou pelos anjos. Sempre teve como base o capítulo doze do Apocalipse.






Santos Padres

            A respeito daquilo que os santos padres da Igreja falaram sobre a Assunção de Maria, não muito o que relatar, o fato é que muitos deles preferiram meditar em silêncio aguardando que o Espírito Santo iluminasse os pensamentos da Igreja. A divulgação e sustentação do dogma pelo senso dos fieis, recebeu apenas uma ajuda dos Santos Padres, mas que não vinha diretamente dele. Foram escritos vários falsos documentos defendo a tese da assunção. O mais famoso foi posto sob o nome de Santo Agostinho, no qual afirma que Maria não poderia padecer da morte eterna, uma vez que ela carregou Cristo em seu ventre e se fez carne como a dele.

Na próxima publicação, traremos as bases bíblicas de sustentação do dogma da assunção e na última parte, a explicação teológica do dogma.

Nossa Senhora da Assunção, rogai por nós.

REFERÊNCIA
BOFF, Clodovis M. Dogmas Marianos: Síntese catequético-pastoral. São Paulo: Editora Ave- Maria, 2010. p.43 a 57

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Mensagem do Papa Bento XVI nesta Solenidade da Assunção

Como já é tradição no dia 15 de agosto, Bento XVI deixou esta manhã a residência de Castel Gandolfo, onde descansa no verão – e foi à Paróquia de Santo Tomás de Vilanova, para presidir a missa da celebração da Assunção da Beata Virgem Maria.

O Papa foi acolhido com entusiasmo por um grupo de cidadãos e turistas da pequena cidade. Participaram da missa seu irmão Mons. Georg Ratzinger, o Secretário de Estado, Cardeal Tarcisio Bertone, os Cardeais Giuseppe Bertello e Domenico Calcagno, Prefeito e Regente da Casa Pontifícia, Dom James Harvey, Padre Leonardo Sapienza, o bispo de Albano, Dom Marcello Semeraro, e o pároco de Castel Gandolfo, Pe. Pietro Diletti.

O Papa iniciou a homilia explicando o significado do dogma proclamado em 1950 por Pio XII: “A Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial”. O dogma se tornou um “ato de louvor e exaltação”, o ato de proclamação da Assunta foi visto como uma “liturgia da fé”.

Citando o Magnificat, Bento XVI afirmou que o louvor a Virgem, Mãe de Deus, é da Igreja de todos os tempos e todos os lugares. “É um dever e um compromisso da comunidade cristã de todas as gerações”.

“Por que Maria é glorificada com a assunção ao céu?” – perguntou o Pontífice, respondendo que Ela viveu fielmente e guardou no seu íntimo as palavras de Deus a seu povo e as promessas feitas aos apóstolos. No Magnificat, a Palavra de Deus era a Palavra de Maria, luz de seu caminho.

Na leitura de hoje, do livro de Samuel, o evangelista faz um paralelo: Maria, que tem em seu ventre Jesus, é a Arca Santa que traz em si a presença daquele que é fonte de consolação, de alegria plena: “Maria é a ‘visita’ de Deus que traz alegria”. Também Lucas o diz explicitamente: “Bendito seja o Senhor, porque visitou e redimiu seu povo” - lembrou Bento XVI, falando aos paroquianos.

Improvisando, o Papa disse que por ser unida a Deus, “Maria está muito perto de cada um de nós; seu coração é grande, Ela pode ouvir e nos ajudar. Esta presença de Deus em nós é importante para iluminar as tristezas e os problemas do mundo”.

Bento XVI exortou os fiéis a abrirem o seu ser a Deus, para que “Ele possa entrar em nós e ser a força que dá a vida”. “Hoje – acrescentou – muitos esperam um mundo melhor, mas não se sabe quando este mundo melhor vai chegar. O certo é que um mundo que se afasta de Deus só pode piorar”.

Terminando a homilia, o Papa disse que é preciso confiar na materna intercessão de Maria, para que o Senhor reforce a fé na vida eterna e nos ajude a viver bem o tempo que Deus nos oferece com esperança.

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