Páginas

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Ordenação Sacerdotal no Vaticano

 Caros leitores, como já postado anteriormente em nosso blog, o Santo Padre ordenou nove presbíteros, ontem, na Basílica de São Pedro, em Roma. Aqui no blog você confere a homilia do Santo Padre e agora publicamos as fotos da cerimônia.

Fonte: Servizio Fotografico - Site da Santa Sé - www.vatican.va








Os respectivos ordenandos


Procissão de entrada



Incensação do altar

Liturgia da Palavra

Evangelho

Homilia

Promessas sacerdotais

Ladainha dos Santos

Imposição das mãos

Concelebrantes impõe as mãos

Unção das mãos


Homilia do Santo Padre no Quarto Domingo da Páscoa

Bento XVI presidiu na manhã deste IV Domingo de Páscoa, na Basílica de São Pedro, à santa missa na qual fez a ordenação sacerdotal de nove diáconos de sua diocese. A seguir, na íntegra, a homilia do Pontífice:





Venerados Irmãos,
Caros Ordenandos,
Caros Irmãos e Irmãs.


A tradição romana de celebrar as Ordenações Sacerdotais neste IV Domingo de Pascoa, o domingo do Bom Pastor, contem uma grande riqueza de significado, ligada a convergência entre a Palavra de Deus, o Rito litúrgico e o tempo pascoal no qual se insere. 

Em particular, a figura do pastor, tão relevante na Sagrada Escritura e naturalmente muito importante para a definição do sacerdote, adquire sua verdade plena e clareza sob o rosto de Cristo, na luz do Mistério da sua morte e ressurreição. Esta riqueza vocês também, caros Ordenandos, poderão sempre absorver, cada dia de suas vidas, e assim o seu sacerdócio será continuamente renovado.

Este ano o trecho evangélico e aquele central do capitulo 10 de João e começa de fato com a afirmação de Jesus: Eu sou o bom pastor, da qual procede a primeira característica fundamental: o bom pastor da a própria vida pelo rebanho. Assim, somos imediatamente conduzidos ao centro, ao ápice da revelação de Deus como pastor de seu povo; este centro e ápice e Jesus, precisamente Jesus que morre na cruz e ressurge do sepulcro no terceiro dia, ressurge com toda sua humanidade, e deste modo nos envolve, cada homem, em sua passagem da morte a vida.

Este acontecimento, a Pascoa de Cristo, no qual se realiza completa e definitivamente a obra pastoral de Deus, e um acontecimento de sacrifício: por isso o Bom Pastor e o Sumo Sacerdote se encontram na pessoa de Jesus que deus a vida por todos nos.

Mas observamos brevemente também as primeiras duas leituras e o Salmo responsorial. O trecho dos Atos dos Apóstolos nos apresenta o testemunho de São Pedro diante dos chefes do povo e aos anciãos de Jerusalém, depois da prodigiosa cura do aleijado. Pedro afirma com grande franqueza que Jesus e a pedra, que foi descartada por vocês, construtores, e que se transformou em pedra fundamental; e acrescenta: Em mais ninguém esta a salvação; não há, de fato, abaixo dos céus, outro nome dado aos homens, no qual esta estabelecido que nos estamos salvos. 

O apóstolo interpreta o Salmo 118 a luz do mistério pascoal de Cristo, salmo este em que rendemos graças a Deus por responder nosso pedido de ajuda e nos manter a salvo. O Salmo diz: A pedra descartada pelos construtores, se transformou na pedra fundamental. Isso foi obra do Senhor: uma maravilha aos nossos olhos. Jesus viveu esta experiencia: de ser descartado pelos chefes de seu povo e reabilitado por Deus, colocado como fundamento de um novo templo, de um novo povo que louvará o Senhor com frutos de justiça. Então, a primeira Leitura e o Salmo responsorial, que e o mesmo Salmo 118, conduzem fortemente ao contexto pasqual, e com esta imagem da pedra descartada e restabelecida por Deus atraem o nosso olhar a Jesus morto e ressuscitado.

A segunda Leitura, extraída da Primeira Carta de João, ao invés nos fala do fruto da Pascoa de Cristo: o nosso ser transformado filho de Deus. Nas palavras de João sente-se ainda toda a surpresa por essa doação: não somente somos chamados filhos de Deus, mas somos realmente filhos de Deus. Da fato, essa condição filial do homem e o fruto da obra de salvação de Jesus: com a sua encarnação, com a sua morte e ressurreição e com o dom do Espírito Santo Ele inseriu o homem numa nova relação com Deus, a sua mesma relação com o Pai. Por isso, Jesus ressuscitado diz: Subo ao meu Pai e ao Pai de vocês, meu Deus e Deus de vocês. E uma relação plenamente real, mas que não e ainda plenamente manifestada: será no final, quando – se Deus quiser – poderemos ver o seu rosto sem véus.

Caros Ordenandos, é para lá que o Bom Pastor nos quer conduzir! E para lá que o sacerdote e chamado a conduzir os fieis a ele confiados: a verdadeira vida, a vida em abundância. Voltemos então ao Evangelho, e a parábola do pastor. O bom pastor da a própria vida pelo seu rebanho. Jesus insiste nesta característica essencial do verdadeiro pastor que e Ele mesmo: aquela de dar a própria vida. Ele a repete três vezes e no final conclui ao dizer: Por isso o Pai me ama: porque eu dei a minha vida, para depois viver novamente. Ninguém pode tira-la de mim: eu a doo de mim mesmo. Tenho o poder de dá-la e o poder de tê-la novamente. Esta e a ordem que recebi do meu Pai. Este é claramente o qualitativo de pastor assim como Jesus o interpreta em primeira pessoa, segundo a vontade do Pai que determinou.

A figura bíblica do rei-pastor, que compreende principalmente a tarefa de conduzir o povo de Deus, de mantê-lo unido e guiá-lo, toda essa função real se realiza plenamente em Jesus Cristo na dimensão do sacrifício, na oferta da vida.

Se realiza, em uma palavra, no mistério da Cruz, ou seja, no supremo ato de humildade e de amor oblativo. Diz o abade Teodoro Studita: por meio da cruz nós, ovelhas de Cristo, fomos reunidos em um só rebanho e fomos destinados a morada eterna. 

Nesta prospectiva orientam as fórmulas do Rito de Ordenação dos Presbíteros, que estamos celebrando. Por exemplo, as três perguntas sobre os compromissos dos eleitos, a última, que tem um caráter culminante e ao mesmo tempo sintético, diz assim: vocês querem estar sempre cada vez mais unidos estreitamente a Cristo sumo sacerdote, que como vitima pura se ofereceu ao Pai por nos, consagrando vocês mesmos a Deus junto com ele para a salvação de todos os homens? O sacerdote e, de fato, aquele que vem inserido de maneira singular no mistério do Sacrifício de Cristo, com uma união pessoal a Ele, para prolongar sua missão de salvação. 

Esta união, que acontece graças ao Sacramento da Ordenação, pede que seja sempre mais estreita pela generosa correspondência do próprio sacerdote. Por isso, caros Ordenandos, dentro de pouco tempo vocês vão responder essa pergunta dizendo: Sim, com ajuda de Deus, eu quero. Sucessivamente, nos ritos explicativos, no momento da unção crismal, o celebrante diz: O Senhor Jesus Cristo, que o Pai consagrou em Espírito Santo e potencia, te proteja para a santificação do seu povo e para a oferta do sacrifício. E, depois, na entrega do pão e do vinho: receba as ofertas do povo santo para o sacrifício eucarístico. Estejam cientes daquilo que vocês farão, adequa a tua vida ao mistério da cruz de Cristo Senhor. Destaca com forca que, para o sacerdote, celebrar todos os dias a Santa Missa não significa desempenhar uma função ritualista, mas executar uma missão que envolve inteira e profundamente a existência, em comunhão com Cristo ressuscitado que, na sua Igreja, continua a realizar o Sacrifício redentor. 

Esta dimensão eucarística e de sacrifício e inseparável daquela pastoral e constitui o núcleo de verdade e de forca de salvação, da qual depende a eficácia de cada atividade. Naturalmente, não falamos da eficácia somente em nível psicológico ou social, mas da fecundidade vital da presente de Deus em nível profundamente humano.

A oração, as obras e os gestos dos mais variados gêneros que a Igreja faz com suas múltiplas iniciativas, perderiam as suas fecundidades salvíficas se viessem sem a celebração do Sacrifício de Cristo. E esta e confiada aos sacerdotes ordenados. De fato, o presbítero e chamado a viver em si mesmo aquilo que Jesus experimentou em primeira pessoa, ou seja, a doar-se plenamente a oração e a cura do homem de cada mal do corpo e do espírito, e depois, no final, reassumir tudo no gesto supremo de dar a vida pelos homens, gesto que encontra sua expressão sacramental na Eucarística, memorial perpetuo da Pascoa de Jesus. 

Somente por esta porta do Sacrifício pascoal que os homens e as mulheres de todos os tempos e lugares podem entrar na vida eterna; e por meio desta via santa que podem cumprir o êxodo que conduz a terra prometida da verdadeira liberdade, aos pastos verdejantes da paz e da alegria sem fim.

Caros Ordenandos, que esta Palavra de Deus ilumine todas as suas vidas. E quando o peso da cruz se tornar um fardo ainda mais pesado, saibam que aquela será a hora mais preciosa para vocês e para as pessoas a vocês confiadas: renovando com fé e com amor o seu sim, com ajuda de Deus eu quero, vocês cooperarão com Cristo, Sumo Sacerdote e Bom Pastor, a apascentar seu rebanho – talvez aquela que estava perdida, mas pela qual se faz grande festa no Céu. A Virgem Maria, Salus Populi Romani, vele cada um de vocês e seus caminhos.



Fonte: Rádio Vaticano e L'Osservatore Romano

sábado, 28 de abril de 2012

Oração pelas Vocações




 Caros leitores, estamos vivendo, dentro do Tempo Pascal, a semana de oração pelas vocações. Estamos no ano de número 49 que essa corrente de orações é realizada. Sempre com a Semana de Orações, o Santo Padre publica uma mensagem de incentivo à oração pelas vocações.

 Abaixo, a Mensagem do Papa Bento XVI para este ano:



Tema: As vocações, dom do amor de Deus 

Amados irmãos e irmãs!
O XLIX Dia Mundial de Oração pelas Vocações, que será celebrado no IV domingo de Páscoa – 29 de Abril de 2012 –, convida-nos a reflectir sobre o tema «As vocações, dom do amor de Deus».
A fonte de todo o dom perfeito é Deus, e Deus é Amor – Deus caritas est –; «quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele» (1 Jo 4, 16). A Sagrada Escritura narra a história deste vínculo primordial de Deus com a humanidade, que antecede a própria criação. Ao escrever aos cristãos da cidade de Éfeso, São Paulo eleva um hino de gratidão e louvor ao Pai pela infinita benevolência com que predispõe, ao longo dos séculos, o cumprimento do seu desígnio universal de salvação, que é um desígnio de amor. No Filho Jesus, Ele «escolheu-nos – afirma o Apóstolo – antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em caridade na sua presença» (Ef 1, 4). Fomos amados por Deus, ainda «antes» de começarmos a existir! Movido exclusivamente pelo seu amor incondicional, «criou-nos do nada» (cf. 2 Mac 7, 28) para nos conduzir à plena comunhão consigo.
À vista da obra realizada por Deus na sua providência, o salmista exclama maravilhado: «Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos, a Lua e as estrelas que Vós criastes, que é o homem para Vos lembrardes dele, o filho do homem para com ele Vos preocupardes?» (Sal 8, 4-5). Assim, a verdade profunda da nossa existência está contida neste mistério admirável: cada criatura, e particularmente cada pessoa humana, é fruto de um pensamento e de um acto de amor de Deus, amor imenso, fiel e eterno (cf. Jer 31, 3). É a descoberta deste facto que muda, verdadeira e profundamente, a nossa vida. Numa conhecida página das Confissões, Santo Agostinho exprime, com grande intensidade, a sua descoberta de Deus, beleza suprema e supremo amor, um Deus que sempre estivera com ele e ao qual, finalmente, abria a mente e o coração para ser transformado: «Tarde Vos amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde Vos amei! Vós estáveis dentro de mim, mas eu estava fora, e fora de mim Vos procurava; com o meu espírito deformado, precipitava-me sobre as coisas formosas que criastes. Estáveis comigo e eu não estava convosco. Retinha-me longe de Vós aquilo que não existiria, se não existisse em Vós. Chamastes-me, clamastes e rompestes a minha surdez. Brilhastes, resplandecestes e dissipastes a minha cegueira. Exalastes sobre mim o vosso perfume: aspirei-o profundamente, e agora suspiro por Vós. Saboreei-Vos e agora tenho fome e sede de Vós. Tocastes-me e agora desejo ardentemente a vossa paz» (Confissões, X, 27-38). O santo de Hipona procura, através destas imagens, descrever o mistério inefável do encontro com Deus, com o seu amor que transforma a existência inteira.
Trata-se de um amor sem reservas que nos precede, sustenta e chama ao longo do caminho da vida e que tem a sua raiz na gratuidade absoluta de Deus. O meu antecessor, o Beato João Paulo II, afirmava – referindo-se ao ministério sacerdotal – que cada «gesto ministerial, enquanto leva a amar e a servir a Igreja, impele a amadurecer cada vez mais no amor e no serviço a Jesus Cristo Cabeça, Pastor e Esposo da Igreja, um amor que se configura sempre como resposta ao amor prévio, livre e gratuito de Deus em Cristo» (Exort. ap. Pastores dabo vobis, 25). De facto, cada vocação específica nasce da iniciativa de Deus, é dom do amor de Deus! É Ele que realiza o «primeiro passo», e não o faz por uma particular bondade que teria vislumbrado em nós, mas em virtude da presença do seu próprio amor «derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo» (Rm 5, 5).
Em todo o tempo, na origem do chamamento divino está a iniciativa do amor infinito de Deus, que se manifesta plenamente em Jesus Cristo. «Com efeito – como escrevi na minha primeira Encíclica, Deus caritas est – existe uma múltipla visibilidade de Deus. Na história de amor que a Bíblia nos narra, Ele vem ao nosso encontro, procura conquistar-nos – até à Última Ceia, até ao Coração trespassado na cruz, até às aparições do Ressuscitado e às grandes obras pelas quais Ele, através da acção dos Apóstolos, guiou o caminho da Igreja nascente. Também na sucessiva história da Igreja, o Senhor não esteve ausente: incessantemente vem ao nosso encontro, através de pessoas nas quais Ele Se revela; através da sua Palavra, nos Sacramentos, especialmente na Eucaristia» (n.º 17).
O amor de Deus permanece para sempre; é fiel a si mesmo, à «promessa que jurou manter por mil gerações» (Sal 105, 8). Por isso é preciso anunciar de novo, especialmente às novas gerações, a beleza persuasiva deste amor divino, que precede e acompanha: este amor é a mola secreta, a causa que não falha, mesmo nas circunstâncias mais difíceis.
Amados irmãos e irmãs, é a este amor que devemos abrir a nossa vida; cada dia, Jesus Cristo chama-nos à perfeição do amor do Pai (cf. Mt 5, 48). Na realidade, a medida alta da vida cristã consiste em amar «como» Deus; trata-se de um amor que, no dom total de si, se manifesta fiel e fecundo. À prioresa do mosteiro de Segóvia, que fizera saber a São João da Cruz a pena que sentia pela dramática situação de suspensão em que ele então se encontrava, este santo responde convidando-a a agir como Deus: «A única coisa que deve pensar é que tudo é predisposto por Deus; e onde não há amor, semeie amor e recolherá amor» (Epistolário, 26).
Neste terreno de um coração em oblação, na abertura ao amor de Deus e como fruto deste amor, nascem e crescem todas as vocações. E é bebendo nesta fonte durante a oração, através duma familiaridade assídua com a Palavra e os Sacramentos, nomeadamente a Eucaristia, que é possível viver o amor ao próximo, em cujo rosto se aprende a vislumbrar o de Cristo Senhor (cf. Mt 25, 31-46). Para exprimir a ligação indivisível entre estes «dois amores» – o amor a Deus e o amor ao próximo – que brotam da mesma fonte divina e para ela se orientam, o Papa São Gregório Magno usa o exemplo da plantinha: «No terreno do nosso coração, [Deus] plantou primeiro a raiz do amor a Ele e depois, como ramagem, desenvolveu-se o amor fraterno» (Moralia in Job, VII, 24, 28: PL 75, 780D).
Estas duas expressões do único amor divino devem ser vividas, com particular vigor e pureza de coração, por aqueles que decidiram empreender um caminho de discernimento vocacional em ordem ao ministério sacerdotal e à vida consagrada; aquelas constituem o seu elemento qualificante. De facto, o amor a Deus, do qual os presbíteros e os religiosos se tornam imagens visíveis – embora sempre imperfeitas –, é a causa da resposta à vocação de especial consagração ao Senhor através da ordenação presbiteral ou da profissão dos conselhos evangélicos. O vigor da resposta de São Pedro ao divino Mestre – «Tu sabes que Te amo» (Jo 21, 15) – é o segredo duma existência doada e vivida em plenitude e, por isso, repleta de profunda alegria.
A outra expressão concreta do amor – o amor ao próximo, sobretudo às pessoas mais necessitadas e atribuladas – é o impulso decisivo que faz do sacerdote e da pessoa consagrada um gerador de comunhão entre as pessoas e um semeador de esperança. A relação dos consagrados, especialmente do sacerdote, com a comunidade cristã é vital e torna-se parte fundamental também do seu horizonte afectivo. A este propósito, o Santo Cura d’Ars gostava de repetir: «O padre não é padre para si mesmo; é-o para vós» [Le curé d’Ars. Sa pensée – Son cœur ( ed.  Foi Vivante - 1966), p. 100].
Venerados Irmãos no episcopado, amados presbíteros, diáconos, consagrados e consagradas, catequistas, agentes pastorais e todos vós que estais empenhados no campo da educação das novas gerações, exorto-vos, com viva solicitude, a uma escuta atenta de quantos, no âmbito das comunidades paroquiais, associações e movimentos, sentem manifestar-se os sinais duma vocação para o sacerdócio ou para uma especial consagração. É importante que se criem, na Igreja, as condições favoráveis para poderem desabrochar muitos «sins», respostas generosas ao amoroso chamamento de Deus.
É tarefa da pastoral vocacional oferecer os pontos de orientação para um percurso frutuoso. Elemento central há-de ser o amor à Palavra de Deus, cultivando uma familiaridade crescente com a Sagrada Escritura e uma oração pessoal e comunitária devota e constante, para ser capaz de escutar o chamamento divino no meio de tantas vozes que inundam a vida diária. Mas o «centro vital» de todo o caminho vocacional seja sobretudo a Eucaristia: é aqui no sacrifício de Cristo, expressão perfeita de amor, que o amor de Deus nos toca; e é aqui que aprendemos incessantemente a viver a «medida alta» do amor de Deus. Palavra, oração e Eucaristia constituem o tesouro precioso para se compreender a beleza duma vida totalmente gasta pelo Reino.
Desejo que as Igrejas locais, nas suas várias componentes, se tornem «lugar» de vigilante discernimento e de verificação vocacional profunda, oferecendo aos jovens e às jovens um acompanhamento espiritual sábio e vigoroso. Deste modo, a própria comunidade cristã torna-se manifestação do amor de Deus, que guarda em si mesma cada vocação. Tal dinâmica, que corresponde às exigências do mandamento novo de Jesus, pode encontrar uma expressiva e singular realização nas famílias cristãs, cujo amor é expressão do amor de Cristo, que Se entregou a Si mesmo pela sua Igreja (cf. Ef 5, 25). Nas famílias, «comunidades de vida e de amor» (Gaudium et spes, 48), as novas gerações podem fazer uma experiência maravilhosa do amor de oblação. De facto, as famílias são não apenas o lugar privilegiado da formação humana e cristã, mas podem constituir também «o primeiro e o melhor seminário da vocação à vida consagrada pelo Reino de Deus» (Exort. ap. Familiaris consortio, 53), fazendo descobrir, mesmo no âmbito da família, a beleza e a importância do sacerdócio e da vida consagrada. Que os Pastores e todos os fiéis leigos colaborem entre si para que, na Igreja, se multipliquem estas «casas e escolas de comunhão» a exemplo da Sagrada Família de Nazaré, reflexo harmonioso na terra da vida da Santíssima Trindade.
Com estes votos, concedo de todo o coração a Bênção Apostólica a vós, veneráveis Irmãos no episcopado, aos sacerdotes, aos diáconos, aos religiosos, às religiosas e a todos os fiéis leigos, especialmente aos jovens e às jovens que, de coração dócil, se põem à escuta da voz de Deus, prontos a acolhê-la com uma adesão generosa e fiel.

Vaticano, 18 de Outubro de 2011.

ivpascoa

IV Domingo da Páscoa - Homilia de Dom Henrique Soares da Costa

   Caros leitores, o quarto domingo da Páscoa é conhecido por ser o Domingo do Bom Pastor. Por isso, apresentamos aqui a homilia de Dom Henrique Soares da Costa, um conhecido bispo de Aracaju.

Abaixo sua homilia:

Brasão de D. Henrique



Este Quarto Domingo da Páscoa é conhecido como Domingo do Bom Pastor, pois nele se lê sempre um trecho do capítulo 10 de São João, onde Jesus se revela como o Bom Pastor. Mas, o que isso tem a ver com o tempo litúrgico que ora estamos vivendo? A resposta, curta e graciosa, encontra-se na antífona de comunhão que o Missal Romano traz: “Ressuscitou o Bom Pastor, que deu a vida pelas ovelhas e quis morrer pelo rebanho!” Aqui está tudo!
“Eu sou o bom pastor” – disse Jesus. O adjetivo grego usado para “bom” significa mais que bom: é belo, perfeito, pleno, bom. Jesus é, portanto, o pastor por excelência, aquele pastor que o próprio Deus sempre foi. Pela boca de Ezequiel profeta, Deus tinha prometido que ele próprio apascentaria o seu rebanho: “Eu mesmo cuidarei do meu rebanho e o procurarei. Eu mesmo apascentarei o meu rebanho, eu mesmo lhe darei repouso” (34,11.15). Pois bem: Jesus apresenta-se como o próprio Deus pastor do seu povo!

Mas, por que ele é o Belo, o Perfeito, o Pleno Pastor? Escutemo-lo, caríssimos: O bom pastor dá a vida por suas ovelhas. É por isso que o Pai me ama: porque dou a minha vida, para depois recebê-la novamente. Ninguém tira a minha vida; eu a dou por mim mesmo! Tenho o poder de entregá-la e o poder de retomá-la novamente; esse é o preceito que recebi do meu Pai”. Amados irmãos, são palavras de intensidade inexaurível, essas! Jesus é o pastor perfeito porque é capaz de dar a vida pelas ovelhas: ele as conhece, ou seja, é íntimo delas, as ama, e está disposto a dar-se totalmente pelo rebanho, por nós! E, mesmo na dor, faz isso livremente, em obediência amorosa à vontade do Pai por nós! Por amor, morre pelo rebanho; por amor ressuscita para nos ressuscitar! Nós jamais poderemos compreender totalmente este mistério! Jesus diz que conhece suas ovelhas como o Pai o conhece e ele conhece o Pai! É impossível penetrar em tão grande mistério! Conhecer, na Bíblia, quer dizer, ter uma intimidade profunda, uma total comunhão de vida. A comunhão de vida entre o Pai e o Filho é total, é plena. Pois bem, Jesus diz que essa mesma comunhão ele tem com suas ovelhas. E é verdade! No batismo, deu-nos o seu Espírito Santo, que é sua própria vida de ressurreição; na eucaristia, dá-se totalmente a nós, morto e ressuscitado, pleno desse mesmo Espírito, como vida da nossa vida! De tal modo é a união, de tal grandeza é a comunhão, de tal profundidade é a intimidade, que ele está em nós e nós estamos mergulhados, enxertados e incorporados nele! De tal modo, que somos uma só coisa com ele, seja na vida seja na morte! De tal sorte ele nos deu o seu Espírito de Filho, que São João afirma na segunda leitura de hoje: “Somos chamados filhos de Deus. E nós o somos!”

Compreendamos, irmãos: somos filhos de verdade, não só figurativamente! Somos filhos porque temos em nós a mesma vida, o mesmo Espírito Santo que agora plenifica o Filho ressuscitado! E São João continua, provocante: “Se o mundo não nos conhece, é porque não conheceu o Pai!” Ou seja: se, para o mundo, nós somos apenas uns tolos, uns nada, se o mundo não consegue compreender essa maravilhosa realidade – que somos filhos de Deus – é porque também não experimentou, não conheceu que Deus é o Pai de Jesus, o Filho eterno, o Bom Pastor, que nos faz filhos como ele é o Filho único, agora tornado primogênito de muitos irmãos! Mas, a Palavra de Deus nos consola e anima: “Quando Jesus se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque o veremos tal como ele é!” Este é o destino da humanidade, este é o nosso destino: ser como Jesus ressuscitado, trazer sua imagem bendita, participar eternamente da sua glória! Para isso Deus nos criou desde o princípio! Não chegar a ser como Jesus ressuscitado, não ressuscitar com ele – nesta vida já pelos sacramentos, e na outra, na plenitude da glória – é frustrar-se. E isso vale para todo ser humano, pois “em nenhum outro há salvação, pois não existe debaixo do céu outro nome dado aos homens, pelo qual possamos ser salvos!” Por isso mesmo, Jesus afirma hoje, pensando nos não-cristãos: “Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil. Também a elas devo conduzir; elas escutarão a minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor!”

Caríssimos, voltemos o nosso olhar para Aquele que foi entregue por nós e por nós ressuscitou. Olhemos seu lado aberto, suas mãos chagadas. Quanto nos ama, quanto se deu a nós! Agora, escutemo-lo dizer: “”Eu sou o bom pastor! Eu conheço as minhas ovelhas! Eu dou a minha vida pelas ovelhas!” Num mundo de tantas vozes, sigamos a voz de Jesus! Num mundo de tantas pastagens venenosas, deixemos que o Senhor nos conduza às pastagens verdadeiras, que nos dão vida plena e sacia nosso coração! Num mundo que nos tenta seduzir com tantos amores, amemos de todo coração Aquele que nos amou e por nós se entregou ao Pai!

Hoje é também jornada mundial de oração pelas vocações sacerdotais e religiosas. Peçamos ao Senhor, Bom Pastor, que dê à Igreja e ao mundo pastores segundo o seu coração, pastores que, nele e com ele, estejam dispostos a fazer da vida uma total entrega pelo rebanho; pastores que tenham sempre presente qual a única e imprescindível condição para pastorear o rebanho do Bom Pastor: “Simão, tu me amas? Apascenta as minhas ovelhas!” (Jo 21,15s). Eis a condição: amar o Pastor! Quem não é apaixonado por Jesus não pode ser pastor do seu rebanho! Não se trata de competência, de eficiência, de vedetismo ou brilhantismo; trata-se de amor! Se tu amas, então apascenta! Como dizia Santo Agostinho, “apascentar é ofício de quem ama”.

Que o Senhor nos dê os pastores que sejam viva imagem dele; que Cristo nos faça verdadeiras ovelhas do seu rebanho. Amém.

Dom Henrique Soares da Costa

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Novo núncio apostólico transmite mensagem em Aparecida



 Caros leitores, o novo Núncio Apostólico do Brasil, Dom Giovanni Daniello, esteve presente na Assembleia Geral dos Bispos em Aparecida. Nesta quinta-feira, 26, foi encerrada oficialmente a Assembleia com a Santa Missa na Basílica Nacional. Dom Giovanni presidiu a Santa Missa e disse algumas palavras.



Em sua homilia, o Núncio Apostólico, Dom Giovanni D’Aniello, ressaltou que o Papa Bento XVI o encarregou de transmitir a todos os Bispos do Brasil sua mensagem de saudação afetuosa e sua oração diária.

“O que nos une aqui é o dom da fé. Fé que nasce do encontro, segundo a narração da primeira leitura que ouvimos nesta celebração” - afirmou.

Dom Giovanni D’Aniello acrescentou que neste momento em que inicia sua missão como Núncio Apostólico no Brasil, representante do Santo Padre, se une também a todos como irmão na fraternidade e na fé.

O Núncio afirmou que a Palavra de Deus proclamada torna-se pão que alimenta toda pessoa:

“A Palavra tornou-se vida que alimenta a todos nós. De fato, quem se alimenta desse pão vivo que é Jesus, apropria-se do Pai que leva a eternidade e a nossa participação nessa eucaristia nos coloca em comunhão com Ele” - acrescentou.

Encerrando sua reflexão, Dom Giovanni D’Aniello reforçou aos bispos que inicia sua caminhada como Núncio Apostólico junto de toda a Igreja no Brasil com grande alegria.
Ao final da celebração, Dom Damasceno agradeceu o reitor do Santuário Nacional de Aparecida, padre Darci Nicioli e aos Missionários Redentoristas pelo acolhimento durante a 50ª Assembleia Geral da CNBB

Dom Giovanni D'Aniello


quinta-feira, 26 de abril de 2012

512 anos da Primeira Missa no Brasil

 Caros leitores, no último dia 22 celebrávamos o dia do Descobrimento do Brasil. Hoje, dia 26 de abril, comemoramos 512 anos da primeira Missa celebrada no Brasil, na época, Terra de Santa Cruz.


No dia 26 de abril de 1500, num banco de coral na praia da Coroa Vermelha no litoral sul da Bahia, foi rezada uma missa de Páscoa, a primeira de tantas que desde então foram celebradas naquele que veio a tornar-se o maior país católico do mundo. Acompanhe os passos iniciais dos padres evangelizadores e as etapas das missões católicas no Brasil Colonial.
"E quando veio ao Evangelho, que nos erguemos todos em pé, com as mãos levantadas, eles (os índios) se levantaram conosco e alçaram as mãos, ficando assim, até ser acabado: e então tornaram-se a assentar como nós... e em tal maneira sossegados, que, certifico a Vossa Alteza, nos fez muita devoção." - Carta de Caminha a El-Rei, 1º de maio de 1500
Dias já faziam em que estavam os lusos ali entre idas à praia e voltas ao mar. Carregavam água, frutas e o lenho para os barcos, enquanto dois carpinteiros separavam um enorme tronco para a feitura da Cruz. Os índios, uns oitenta ou mais, tagarelas, estorvantes, arrodeavam os marinheiros em seus afazeres, olhando pasmos o efeito do fio do ferro na árvore. Da mata próxima vinham os barulhos da bicharada, o ruído forte dos papagaios, dos bugios, e de uma poucas pombas rolas. A missa mesmo, a primeira no Brasil, deu-se no Domingo de Páscoa, 26 de abril de 1500, quando afincaram a Cruz no chão macio de um banco de areia em Porto Seguro.
O Frei Henrique de Coimbra, um franciscano, oficiou-a todo aparamentado, enquanto a tripulação congregava-se na praia as voltas do altar. Tomavam posse daquela Ilha de Vera Cruz, em nome do rei de Portugal e da santa fé católica. Os nativos, dóceis, se portaram de tal modo que Caminha convenceu-se da fácil conversão deles no futuro. Um par de padres, dos bons, escreveu ele ao rei, bastava.


quarta-feira, 25 de abril de 2012

Jornada Mundial da Juventude



Jovens de Curitiba se preparam para JMJ Rio 2013
Lançamento do site e logomarca da Pré JMJ Curitiba acontece no próximo sábado (28). Participam do evento, além de jovens das comunidades paroquiais, também autoridades civis e eclesiásticas


Serão lançados no dia 28 de abril, a partir das 14h, no Cenáculo dos Adoradores (anexo a Igreja da Ordem), a logomarca e o site da Pré JMJ Curitiba – Semana Missionária. A iniciativa tem como objetivo mobilizar a juventude em torno do evento que será realizado, em Curitiba, uma semana antes da Jornada Mundial da Juventude que vai acontecer no Rio de Janeiro de 23 a 28 de julho de 2013.

Com o lançamento do site www.jmjcuritiba.com a equipe organizadora da Pré JMJ Curitiba – Semana Missionária pretende promover maior estímulo à participação dos jovens, uma vez que todas as informações serão concentradas neste canal.

Participam deste encontro do dia 28 líderes da juventude de todas as paróquias da Arquidiocese de Curitiba. Na ocasião, eles também irão receber orientações do Comitê Central da Pré JMJ Curitiba sobre as atividades paroquiais e animação da comunidade, entre outros assuntos. 

Sobre a Pré JMJ - Semana Missionária
Anteriormente o período que antecede uma Jornada Mundial da Juventude era chamado de “Dias nas Dioceses” ou de “Pré-Jornada”, mas durante a visita do Cardeal Rylko – presidente do Pontifício Conselho para os Leigos – ao Rio de Janeiro, em fevereiro de 2012, ele concordou que esta semana tenha um forte caráter missionário, seguindo a linha do Documento de Aparecida. Durante a Semana Missionária a proposta é que, chegando ao Brasil, os jovens peregrinos estrangeiros vivam intensamente a realidade local, em união com toda a Igreja do Brasil. Durante este tempo, todas as dioceses seguirão uma programação comum sobre três pilares: espiritualidade, solidariedade missionária e cultura. Isto vale também para as dioceses que não terão a presença de jovens estrangeiros. Há todo um esforço para preparar bem esta Semana Missionária com os próprios fiéis da diocese: envolvimento na formação de grupos de voluntários, acolhida dos peregrinos, entre outros aspectos que são demandados para estes dias.

Sobre a Jornada Mundial da Juventude
Em 1985, por ocasião do Ano Internacional da Juventude, o Papa João Paulo II instituiu a Jornada Mundial da Juventude, um encontro dos jovens católicos do mundo inteiro com o Papa, que acontece num intervalo de dois ou três anos. Desde então, já foram realizadas JMJ em Roma (1986), Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colônia (2005), Sydney (2008) e Madri (2011).

Serviço:
Lançamento logomarca e site Pré JMJ Curitiba –Semana Missionária
Data: sábado (28 de abril de 2012)
Local: Cenáculo dos Adoradores (ao lado da Igreja da Ordem)
Horário: das 14h às 17h
Endereço: Rua Mateus Leme, 01 - Centro

Fontes para entrevista:
Padre Alexsander Cordeiro - assessor eclesiástico do Setor Juventude da Arquidiocese de Curitiba
Marcos Moura - secretário do Setor Juventude da Arquidiocese de Curitiba
Telefones: 41 2105-6364/ 6368 - 9600-9697.

Assessoria de Imprensa Pré JMJ Curitiba – Semana Missionária
Ana Paula Rodrigues Ferreira – DRT 4198/PR -Telefone: 9633-2960
Andrea Adelio – DRT 4030/PR – Telefone: 41 9961-6203
Fabiana Sá – DRT 6486/PR - Telefone: 9131-6537
Maisa Gomes – DRT 7256/PR – Telefone: 9869-5697
Priscila Naufel – MTb  0175702/ PR  - Telefone: 9924-0542

domingo, 22 de abril de 2012

Mensagem do Papa na Oração Regina Caeli

O Evangelho de São Lucas e o mistério da ressurreição esteviram no centro da mensagem do Regina Coeli, dirigida pelo Santo Padre aos fiéis presentes na Praça São Pedro, neste domingo.

- Jesus ressuscitado que se apresenta aos discípulos, os quais, incrédulos e tomados pelo medo, pensam que estão vendo um fantasma, disse Bento XVI que, ao citar o filósofo italiano Romano Guardini, explicou as características dessa mudança: “O Senhor mudou. Não vive mais como antes. A sua existência não é compreensível. No entanto, é corpórea, inclui toda a sua vida, o destino percorrido, a sua paixão e morte. Tudo é realidade. Modificada, no entanto, mas sempre tangível realidade”. 

Bento XVI descreveu ainda como Jesus convenceu os Apóstolos de que não era um fantasma, como eles haviam pensado. 

- Visto que a ressurreição não apaga os sinais da crucificação, Jesus mostra aos Apóstolos as mãos e os pés. E para convencê-los, pede até mesmo algo para comer. Assim os discípulos ofereceram uma porção de peixe assado; que Ele aceitou e comeu diante deles".

Graças a estes sinais muito reais - prosseguiu o Papa - os discípulos superaram a dúvida inicial e se abriram ao dom da fé; e esta fé permite a eles entender as coisas escritas sobre Cristo “na lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”. 

Bento XVI ainda falou numa abertura, seguramente misteriosa, à percepção superior para que os Apóstolos pudessem ter uma compreensão daquilo que tinha acontecido e que estava além das razões humanas.

- Lemos que Jesus “abre a mente dos apóstolos para compreender as Escrituras e diz a eles: “Assim está escrito: o Cristo sofrerá e ressurgirá dos mortos no terceiro dia, e em seu nome serão predicados a todos os povos a conversão e o perdão dos pecados…Disto vocês são testemunhas”. 

Superando qualquer dúvida da presença de Jesus Cristo entre nós, Bento XVI esclareceu como e quando Ele se faz presente.

- O Salvador nos assegura de sua presença real entre nós, por meio da Palavra e da Eucaristia. Como, por isso, os discípulos de Emaús reconheceram Jesus ao dividir o pão, assim também nós encontramos o Senhor na Celebração eucarística. 

Ao citar São Tomás d’Aquino, Papa disse que “é necessário reconhecer, de acordo com a fé católica, que o Cristo por inteiro está presente neste Sacramento…porquê nunca a divindade deixou o corpo que assumiu.

Por fim, lembrou de um momento muito importante na vida dos jovens e convidou os envolvidos a se dedicarem a esse Sacramento.

- Caros amigos, no tempo pascoal a Igreja, frequentemente, administra a Primeira Comunhão às crianças. Exorto, para tanto, os párocos, os pais e os catequistas a preparar bem esta festa da fé, com grande fervor mas também com sobriedade. “Este dia permanece na memória como o primeiro momento em que se percebe a importância do encontro pessoal com Jesus”. 

Que a Mãe de Deus nos ajude a escutar com atenção a Palavra do Senhor e a participar dignamente do Sacrifício Eucarístico, para que nos transformemos em testemunhas da nova humanidade





Fonte: Rádio Vaticano - Acesse a página em nossa página inicial

sábado, 21 de abril de 2012

A Beleza do Rito Litúrgico

 Caros leitores, é muito importante estarmos sempre atentos ao que diz a Igreja sobre determinados assuntos. Por exemplo: no site da Santa Sé (cujo link encontra-se na página inicial) há diversos ensinamentos sobre liturgia, que servem para ajudar-nos em nossa espiritualidade e para celebrarmos melhor.

 Abaixo, uma publicação de 2010, que fala sobre a beleza do rito litúrgico.


A beleza do rito litúrgico

Hans Urs von Balthasar, na "Introdução" ao primeiro volume de sua monumental Herrlichkeit(Glória), em que desenvolveu uma teologia sistemática focada na importância da beleza, escreve:
"A beleza é a última palavra que o intelecto pensante pode atrever-se a pronunciar, porque esta não faz outra coisa a não ser coroar, como auréola de esplendor inapreensível, a estrela dupla da verdade e do bem e sua relação indissolúvel. Esta é a beleza altruísta, sem a qual o velho mundo era incapaz de ser compreendido, mas que deixou, na ponta dos pés, o moderno mundo dos interesses, abandonando-o à sua cobiça e tristeza. Esta é a beleza que já não é amada ou mesmo guardada pela religião, mas, como máscara arrancada de seu rosto, revela traços que ameaçam ser incompreensíveis para os homens. Esta é a beleza em que já não ousamos acreditar e que transformamos em aparência para que possamos nos libertar dela sem remorsos. Esta é a beleza, enfim, que requer (como é demonstrado hoje), pelo menos coragem e força de decisão da verdade e da bondade, e que não se deixa reduzir ao ostracismo e separar dessas suas duas irmãs sem arrastá-las consigo em uma misteriosa vingança" (Gloria. Una estetica teologica, Jaca Book, Milano 1994 [rist II.], pp. 10-11).
São palavras de clara condenação, por parte de um teólogo bem "moderno", desse espírito funcionalista típico da modernidade, que é incapaz de apreciar o valor das coisas belas que não tenham um reflexo imediato no campo da utilidade. Como compreender hoje o valor dos detalhes minuciosos que os artistas traçaram sobre as abóbadas de inúmeras igrejas e que são inúteis, porque não são perceptíveis para quem vê a abóbada da nave? Como justificar a fadiga dos mestres do mosaico que passavam dias compondo obras em locais não visíveis das catedrais medievais? Se a pintura ou o mosaico não serão vistos, não serão usufruídos por olho humano algum, de que adiantou tanta dificuldade? A beleza neste caso não implica uma perda de tempo e energia? E também: para que serve a beleza das vestimentas e dos vasos sagrados, se o pobre morre de fome ou não tem com que cobrir sua nudez? Essa beleza não tira recursos do cuidado dos necessitados?
E, no entanto, a beleza é proveitosa! E serve precisamente quando é gratuita, quando não busca uma utilidade imediata, quando é irradiação de Deus. Bento XVI recorda: "A relação entre mistério acreditado e mistério celebrado manifesta-se, de modo peculiar, no valor teológico e litúrgico da beleza. De fato, a liturgia, como aliás a revelação cristã, tem uma ligação intrínseca com a beleza: é esplendor da verdade (veritatis splendor). Na liturgia, brilha o mistério pascal, pelo qual o próprio Cristo nos atrai a Si e chama à comunhão. (...) A beleza da liturgia pertence a este mistério; é expressão excelsa da glória de Deus e, de certa forma, constitui o céu que desce à terra. (...) Concluindo, a beleza não é um fator decorativo da ação litúrgica, mas seu elemento constitutivo, enquanto atributo do próprio Deus e da sua revelação. Tudo isto nos há-de tornar conscientes da atenção que se deve prestar à ação litúrgica para que brilhe segundo a sua própria natureza" (Sacramentum Caritatis, n. 35).
Quem não sabe apreciar o valor gratuito (ou seja, da graça) da beleza, em especial da beleza litúrgica, dificilmente conseguirá realizar um ato adequado de culto divino. Continua Von Balthasar: "Quem, ao ouvir falar dela, sorri, julgando-a como um resíduo exótico de um passado burguês, desse se pode ter certeza de que - secreta ou abertamente - já não é capaz de rezar e, depois, tampouco o será de amar" (Glória, p. 11).
A beleza do rito, quando é tal, corresponde à ação santificadora própria da sagrada liturgia, a qual é obra de Deus e do homem, celebração que dá glória ao Criador e Redentor e santifica a criatura redimida. De modo conforme à natureza composta do homem, a beleza do rito deve ser sempre corpórea e espiritual, mostrar o visível e o invisível. Do contrário, ou se cai no esteticismo, que pretende satisfazer o gosto, ou no pragmatismo, que supera as formas na busca utópica de um contato "intuitivo" com o divino. No fundo, em ambos os casos, passa-se da espiritualidade à emotividade.
O risco hoje é menos o do esteticismo e muito mais o do pragmatismo informal. Temos necessidade, no presente, não tanto de simplificar e de extrair o supérfluo, mas de redescobrir o decoro e a majestade do culto divino. A sagrada liturgia da Igreja atrairá o homem da nossa época não vestindo cada vez mais as vestimentas da cotidianidade anônima e cinza, a que já está muito acostumado, mas vestindo o manto real da verdadeira beleza, vestidura sempre nova e jovem, que a faz ser percebida como uma janela aberta ao céu, como ponto de contato com o Deus Uno e Trino, a cuja adoração está ordenada, através da mediação de Jesus Cristo, Sumo e Eterno Sacerdote.




Terceiro Domingo da Páscoa

 Caros leitores, ainda estamos nos regozijando da alegria pascal, da ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo. O tempo pascal perdura por cinquenta dias: da Vigília Pascal, até a Solenidade de Pentecostes. 
Ao longo deste tempo, as passagens do Evangelho são centralizadas na ressurreição do Senhor. 
O Evangelho deste domingo relata a dificuldade dos Apóstolos em crerem na ressurreição. A influência da dualidade grega, da separação entre corpo e espírito e a superioridade deste em relação à matéria que era considerada como fadada a desaparecer, leva os membros da primeira comunidade cristã a terem dificuldades em crer na ressurreição da carne.

Do mesmo modo que em João, podemos entender a precisão de Lucas, ao falar que a aparição de Jesus aconteceu de noite, como não apenas a noite física da natureza, mas a noite da alma, que está repleta de angústias, de perturbações, de dúvidas.
Jesus aparece no meio deles e faz questão de provar que possui um corpo, o mesmo que traz as marcas da paixão, que se alimenta, que é tangível.

É necessário que o Senhor abra nossos corações e nossas inteligências para podermos crer em sua ressurreição. Não basta vermos e sentirmos, é preciso a graça, o dom de Deus para entendermos as Escrituras.
Em seguida o Senhor dá aos seus amigos a missão de serem suas testemunhas. Isso nos leva aos Atos dos Apóstolos, onde a ação de Pedro deixa claro o que é viver esse mandato. Pedro faz o anúncio do querigma, ou seja, da novidade eterna: Jesus, o Filho de Deus, morreu e ressuscitou para nos redimir.
Na terceira leitura, João, em sua carta, nos ensina que conhecer Deus, conhecer Jesus, é guardar seus mandamentos e sabemos que seu mandamento maior é amar.

Portanto, nossa missão como batizados é anunciar a redenção de Jesus, sua ressurreição e amar a todos sem limites.

Fonte: Rádio Vaticano. Acesse  o link em nossa página inicial



domingo, 15 de abril de 2012

Domingo da Divina Misericórdia - Reflexão do Arcebispo do Rio de Janeiro

 Caros leitores, hoje a Igreja celebra o Domingo da Divina Misericórdia. Para aqueles que quiserem saber mais desta tão solene festa, consulte a postagem do nosso blog intitulada Domingo da Divina Misericórdia e Homilia do Papa João Paulo II na canonização de Irmã Faustina Kowalska.


 Para tal solenidade, publicamos abaixo uma reflexão do Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, O. Cist. Cedida especialmente para a Rádio Vaticano.




Domingo da misericórdia! As leituras deste segundo domingo da Páscoa giram em torno desse tema, começando com a oração de abertura repetida no Salmo, e culminando na passagem do Evangelho em que Jesus apareceu aos discípulos no Cenáculo, mostrou-lhes as mãos e seu lado traspassado.

Sabemos que o fundamento teológico da devoção ao Coração de Jesus é o Seu Coração traspassado pela lança, do qual brotaram sangue e água; o sangue que regenera a vida da graça, e a água que nos purifica de nossos pecados. Quando contemplamos a imagem de Jesus misericordioso, vemos que Ele se mostra precisamente com o Coração traspassado, do qual surgem dois raios: um vermelho, que simboliza o sangue derramado, e o outro branco, que simboliza a água que nos purifica no nosso Batismo. Este quadro é relativo à Festa da Divina Misericórdia, celebrada no segundo domingo de Páscoa. Os escritos dos Santos Padres comparam esses sinais ao nascimento da Igreja do lado aberto de Cristo. 

A festa da Divina Misericórdia foi instituída pelo Papa Beato João Paulo II em abril de 2000. E em 29 de junho de 2002, com um novo decreto, acrescenta a esta festa uma indulgência plenária. Assim, o já chamado “domingo in Albis” (em branco, recordado pelas vestes dos que haviam sido batizados na noite de Páscoa) tornou-se o Domingo da Divina Misericórdia.

Esta festa vem precedida por uma novena de preparação, pois, anexa a ela existe uma grande promessa de Jesus a todos aqueles que confessarem e comungarem, celebrando dignamente esta Festa – serão remidas as penas das culpas e reencontrarão a veste branca batismal.
Sabemos que o Batismo nos faz novos. Nas primeiras comunidades cristãs alguns esperavam para recebê-lo mais tarde, pois assim estariam certos de que todos os seus pecados teriam sido perdoados pelo Batismo. Comportamento que revela, conforme a mentalidade da época, a fé na eficácia do sacramento.

Sabemos que o Batismo, como também a Crisma e a Ordem, opera uma consagração ontológica (do ser), que consagra de uma vez por todas o ser da pessoa que o recebe, o que significa que não pode ser dissolvido nem recebido uma segunda vez. Portanto, para nós que não podemos mais receber o Batismo, esta festa contribui a dar-nos de volta a veste branca do batismo, como foi inspirado por Santa Faustina: "Desejo que o primeiro domingo depois da Páscoa seja a Festa da Minha Misericórdia. A alma que naquele dia tiver se confessado e comungar, vai ficar completamente remida dos pecados e das culpas. A alma que recorrer à minha misericórdia não perecerá: Eu, o Senhor, vou defendê-la como minha própria glória, e na hora da morte não virei como um juiz, mas como Salvador. Diga à humanidade sofredora que se refugie em meu Coração Misericordioso e eu a preencherei de paz”. 

Dessa maneira, ao trazer à tona o nascimento da Igreja, nova Eva, com o simbolismo da água e do sangue jorrados do lado de Cristo e ao procurar renovar o cristão revivendo o seu batismo recordando que com o perdão ele se reveste com a veste branca, o domingo anteriormente chamado “in albis” continua retomando o seu caráter eclesial e batismal com a festa da Divina Misericórdia recentemente introduzida.

Nestes tempos em que um grupo minoritário impõe aos brasileiros, contra a vontade deles, suas opiniões sobre a vida e coloca o nosso país em retrocesso com relação aos valores do ser humano, sem dúvida, que para nós, cristãos, é tempo de aprofundar ainda mais nossa vida e missão nessa sociedade.

Nós estamos submersos sob uma avalanche de informações que nos é transmitida por diferentes canais. Temos de recuperar a orientação da verdade, o labirinto de informações destorcidas e desinformadas que afirmam hoje em letras garrafais, mas que amanhã corrigem em notas ao pé da página e que podem, até depois de amanhã ratificar, fazendo muitos perderem a cabeça, por não saberem mais em que acreditar.

Façamo-nos difusores da boa notícia da salvação e da misericórdia divina, e rios de água viva irrigarão o mundo com a presença de Deus. E uma nova primavera vai surgir! Gritemos ao mundo com toda a força: Cristo ressuscitou, aleluia, ressuscitou, verdadeiramente, aleluia! Em sua infinita misericórdia Ele quer nos salvar!



Dom Orani João Tempesta


LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...