O centro da catequese foi a oração sacerdotal que o Senhor pronuncia antes de sua Paixão. Nela, e evocando a festa judaica do Yom kippùr, Jesus se apresenta como Sumo Sacerdote que pede por si próprio, pelos sacerdotes e pelo povo, como a vítima que se oferece ao Pai em expiação.
Em primeiro lugar, explica Bento XVI, Jesus pede ao Pai a glorificação, invocando ao Senhor para que aceite seu sacrificio. Depois, intercede pelos discípulos, consagrando-os enteramente a Deus para enviá-los à missão que lhes confia. Por último, Jesus ora por todos aqueles que creerão mediante este envio, que se prolonga na história. Suplica para eles a unidade, entendida como dom de Deus que pode ter lugar somente na comunhão trinitária. Deste modo, inaugura a Igreja que se define como povo enviado, consagrado, chamado ao conhecimento de Deus e nascido na cruz.
No final da Audiência, o Papa fez um resumo da catequese em várias línguas, entre as quais em português, seguida de sua saudação aos fiéis de língua portuguesa:
"A chamada «Oração Sacerdotal» de Jesus na Última Ceia é inseparável do seu Sacrifício, no qual Se consagra inteiramente ao Pai. Sacerdote e vítima, Cristo reza por Si mesmo, pelos Apóstolos e pela Igreja de todos os tempos. Para Si próprio, pede uma obediência total ao Pai, que O conduza à plena condição filial. Para os Apóstolos, pede a consagração na verdade, para continuarem a missão d’Ele; para isso, devem ser consagrados, isto é, segregados do mundo, colocando-se à disposição de Deus para a missão que lhes está reservada, e, deste modo, postos à disposição de todos. Finalmente Jesus estende o olhar até ao fim dos tempos e reza pela Igreja, pedindo a unidade de todos os cristãos: «Que eles sejam todos um, como Tu, Pai, o és em Mim e Eu em Ti» (Jo 17, 21). Assim a Igreja continua a missão de Cristo: conduzir o mundo para fora do pecado, que aliena o homem de Deus e de si mesmo, para que volte a ser o mundo de Deus.
A minha saudação amiga para os fiéis de Santa Maria dos Pobres de Paranoá e demais peregrinos de língua portuguesa, propondo-vos como modelo de vida o Apóstolo São Paulo, cuja conversão hoje recordamos num abraço ideal que se alarga a todos os cristãos na conclusão do Oitavário de Oração pela sua Unidade. Que os vossos corações, fortes na fé, possam servir sempre os amorosos desígnios de Deus. Sobre vós e vossas famílias, desça a minha Bênção".
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