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sábado, 2 de março de 2013

Considerações sobre a renúncia do Papa Bento XVI




Caros leitores, como já é do conhecimento de todos, nosso amado Papa Bento XVI vai renunciar oficialmente no dia de hoje. Às 20 horas (horário de Roma e 16h de Brasília), o Papa Bento subirá num helicóptero que o levará até Castel Gandolfo onde ficará até mais ou menos inicio de maio, depois seguirá para o mosteiro onde irá morar o resto da vida. Todos nós ainda estamos conturbados e, em certo sentido, tristes com esta notícia da renúncia do Santo Padre. Realmente, era algo que não estava planejado nem esperado. Mas o próprio papa afirmou que tomou esta decisão há alguns meses atrás e que essa medida exigiu constantes reflexões e meditações. Desde o dia 11 deste mês, quando anunciou a renúncia, novas informações foram surgindo a respeito do próprio papa e de acontecimentos dos anos passados. Duas notícias chamaram a atenção: o fato de o papa usar um marca-passo há alguns anos e a batida que sofreu em sua cabeça durante a viagem apostólica a Cuba no ano passado.






Esta semana, foi divulgado um boletim da Sala de Imprensa do Vaticano, que diz respeito sobre as vestimentas do papa e demais adereços. Portanto, o papa Bento XVI continuará a ser chamado de Papa, ou, formalmente, Sumo Pontífice Emérito Bento XVI. Sua vestimenta continuará a ser a batina branca, porém sem a manteleta e sem o anel de pescador, que pode ser usado somente pelo pontífice em exercício, uma vez que possui seu brasão para ser marcado em documentos pontifícios. O papa emérito também não poderá mais usar os tradicionais múleos, os sapatos vermelhos do Papa, pois eles indicam que quem usa está no posto de Santo Padre.
Como Papa emérito, Bento XVI deixará de usar os múleos



Para a próxima semana, o Vaticano adiantou que terão início as Congregações Gerais, que são reuniões entre todos os cardeais para decidirem assuntos urgentes da Igreja, sendo o principal a data do início do Conclave. Todos os cardeais devem participar das Congregações Gerais, mesmo aqueles que tem mais de 80 anos.
Posteriormente, terá início o Conclave, do qual participarão cerca de 115 cardeais com menos de 80 anos. Qualquer fiel católico batizado e que professa regularmente sua fé pode ser eleito papa, ou seja, o papa não precisa necessariamente ser um cardeal, pode ser um bispo, monsenhor, padre e até mesmo diácono. Mas casos como estes não acontecem há muito tempo e várias características são levadas em consideração para a eleição do novo sucessor de Pedro.

Procissão dos cardeais para o Conclave



O Conclave tem início com a procissão de todos os cardeais até a Capela Sistina, acompanhados pelo canto da Litaniae Sanctuorum (Ladainha dos Santos). Assim que todos chegarem ao local, é feito o juramento de fidelidade e segredo por todos os cardeais. Caso algum deles conte o que viu e o que votou no Conclave, está automaticamente excomungado. Porém antes de começar a eleição, o Mestre de Cerimônias Pontifícias, Mons. Guido Marini, entoará à porta da capela, o famoso Extra Omnes, que quer dizer que todo mundo que não pertence aquele momento deve se retirar dali. Ficam na Capela Sistina junto com os cardeais, o Mestre de Cerimônias e o Secretário da Congregação dos Bispos, que é o antigo Núncio Apostólico do Brasil, Dom Lorenzo Baldisseri. Das outras vezes, eram realizadas duas votações pela manhã e duas pela tarde, sendo que se o novo papa fosse eleito, o anúncio seria feito por volta do meio-dia, à tarde, ou à noite.


O Mestre de Cerimônias do Papa João Paulo II, entoa o Extra Omnes. A partir deste momento, todos os que não fazem parte do Conclave devem se retirar. Este ano, o Extra Omnes será entoado por Mons. Guido Marini.



Para que um cardeal seja eleito papa, ele deve receber dois terços dos votos, mais um, o que caracteriza a maioria dos cardeais. Os cardeais ao votarem, devem escrever com uma letra diferente daquela habitual que usam e dizer uma fórmula ao colocar a cédula na urna. Se o papa não for eleito, os papeis são queimados e uma fumaça preta indica a indecisão e que haverá uma nova eleição. Se a fumaça que sair for branca, significa que o novo papa está eleito. Então, o Mestre de Cerimônias chama mais dois cerimoniários e o cardeal proto-diácono pergunta ao novo papa se ele aceita o cargo de sumo pontífice e como quer ser chamado. Em seguida, ele troca de roupa e é feito o anúncio na sacada da janela principal da Basílica de São Pedro:


O Cardeal Medina Estevez anuncia o Habemus Papam




Fratelli e Sorelli carissimi
Dear brothres and sisters
Queridisimos hermanos y hermanas
Amados irmãos e irmãs
Annuntio vobis, gaudium Magnum
HABEMUS PAPAM
Eminentissimum, ac Reverendíssimum dominum N. Sancte Romanae Eclesiae, cardinalem N.
Qui sibi nomen imposuit, N.


Eu vos anuncio uma grande alegria
TEMOS UM PAPA
Eminentíssimo e Reverendíssimo senhor N. Cardeal da Santa Igreja Romana N.
Que possuirá o nome de N.

Em seguida o novo papa aparece na janela, saúda os fieis e concede sua primeira bênção.



Assista no vídeo acima, o Habemus Papam de 2005, anunciando a eleição do Cardeal Ratzinger, futuro Bento XVI


















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