No
Evangelho deste domingo temos a má vontade e a hipocrisia, de um lado, e
a justiça e bondade de Deus, do outro. Evidentemente, o Amor é mais
inteligente e vence a hipocrisia.
Uma mulher é apanhada em
adultério. Naquela época cometer adultério não significava
necessariamente estar com outra pessoa, mas bastava apenas a insinuação.
Preferimos entender assim, já que não se fala do parceiro com quem a
adúltera pecava. Os fariseus, plenos de malícia, mais uma vez preparam
uma cilada para que Jesus caia como blasfemo e entre em contradição com
sua doutrina, a do amor. Podemos ver aí duas atitudes: Do lado dos
fariseus temos pessoas altamente preocupadas pela legalidade e pelo
cumprimento das prescrições mosaicas. Elas não suportam o pecado, dos
outros! Por isso Jesus diz : “Quem não tiver pecado, atire a primeira
pedra!” Existem pessoas que têm verdadeira obsessão pelos pecados,
sobretudo sexuais, dos outros. Por que se deleitam em divulgar os
pecados dos outros? Sempre arranjam justificativas para isso. Serão de
fato puros e inocentes estes pregoeiros da moral?
Por outro lado
Jesus, condoído pelo vexame e constrangimento vivido pela mulher, quer
ajudá-la, quer revesti-la com a dignidade que havia perdido – por seu
pecado e pela exposição feita pelos fariseus - , quer levantá-la. Afinal
ele veio para salvar, para dar vida!
Mas nesse “imbroglio” está
em jogo a missão de Jesus como Redentor – e é isso que os fariseus
desejam verdadeiramente atingir. Podemos dizer que os fariseus queriam
pegar dois coelhos com uma única cajadada: eliminar a mulher e
desmoralizar Jesus, destruí-lo.
O Senhor, conhecendo os corações e
pleno de sabedoria, dá tempo ao seu sentimento humano e respira fundo,
rabiscando no chão. Depois, levanta a cabeça e, senhor da situação, com
toda serenidade diz: “Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra!”
Quem dentre os presentes jamais tivera um pensamento impuro? Quem dentre
os presentes foi feito de natureza diferente? Quem dentre os presentes
respeitava plenamente os dez mandamentos?
O pecado é um mal que
fere o homem. Por isso, Deus o detesta, Jesus o detestou. Mas ele não
condena o pecador, ao contrário, ele veio salvar o pecador, veio dar sua
vida para salvá-lo. O que Jesus mais deseja é a salvação de quem errou.
Ele não veio para julgar, mas para salvar!
Aprendamos com o
Senhor. Qualquer que seja a situação que estejamos, qualquer que seja o
deslize de um irmão nosso, seja ele quem for, sejamos discípulos do
Mestre e procuremos salvar, vestir de dignidade quem a perdeu. Isso não
significa acobertar o pecado e deixar a vítima de lado, mas ter um
coração como o de Deus, onde existe lugar para todos. Deus é vida,
sejamos também vida!
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