A cena de Moisés e da sarça ardente, que temos na primeira leitura,
apresenta-nos o coração do grande líder judeu. Moisés possuía grande
sensibilidade e senso de justiça. Ele se revoltou com a injustiça
praticada em relação a um homem judeu e deixou vir à tona um grande
arroubo em favor do oprimido. Ele demonstrou ser possuído por grandes
paixões.
É de homens assim que Deus quer precisar para agir no
mundo. Deus deu missão a Moisés, a Sansão, a Davi, a João Batista, a
todos aqueles que se deixaram tomar por uma grande paixão em favor do
ser humano. Vejamos nossos santos: Madre Paulina, Santo Antônio Galvão,
Beato Anchieta, e tantos outros!
Mas voltemos a Moisés. Em suas
orações, percebeu que Deus precisava dele. Deixou-se tocar pelo Senhor
no momento em que se revoltou quando viu injustiças. Mais tarde,
refletindo sobre esses fatos, percebeu que deveria deixar sua vidinha
acomodada de pastorar rebanho, de estar com a família e com os amigos
para se colocar a serviço de Deus, a serviço do povo.
Sabia que Deus estaria sempre com ele e jamais o abandonaria, nem a ele e nem aos seus.
Essa
vocação para ser libertador, nasceu junto a uma imperfeição grave.
Moisés agiu com violência matando o egípcio que oprimia um seu
conterrâneo. Mesmo assim, Deus viu nele qualidades de libertador.
Agora,
no Evangelho, Jesus vai corrigir essa ação de Moisés, ao não concordar
com a indignação do povo em relação a Pilatos. Jesus não concorda nem
com a retribuição sanguinária à atitude de Pilatos e nem em atribuir aos
galileus mortos alguma culpa.
Jesus não concorda que cultivemos
sentimentos de violência contra as pessoas que nos fizeram mal. Ele
convida todos a uma mudança, a uma conversão.
A parábola da figueira
estéril nos convoca a uma paciência e esperança divinas, tolerantes com
as fraquezas humanas. Tolerante, mas não conivente ou negligente.
Deus
nos quer pessoas apaixonadas, vibrantes, dedicadas à missão até a raiz
de nossa existência, contudo ele nos quer cidadãos absolutamente
convertidos ao bem.
Fonte: Rádio Vaticano
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