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domingo, 28 de abril de 2013

Ordenação de Monsenhor José Mario

 Caros leitores, dentro de alguns instantes terá início a celebração Eucarísitca de Ordenação Episcopal de Mons. José Mario Angonese, eleito bispo auxiliar de Curitiba. O bispo sagrante principal será nosso arcebispo, Dom Moacyr José Vitti, CSS. A celebração será na Basílica Nossa Senhora Medianeira em Santa Maria, RS.

Você pode acompanhar a cerimônia pela Rede Vida de televisão, a partir das 15h30


sábado, 27 de abril de 2013

Imagens da Celebração da Paixão do Senhor no Vaticano

Procissão de entrada

Prostração
Narrativa da Paixão

Anúncio da morte do Senhor
Homilia feita pelo Frei Raniero Cantalamessa

Oração Universal
Adoração da Cruz

Apresentação da cruz para adoração dos fieis

Rito da Comunhão

Procissão de saída


 Fonte: Santa Sé

Reflexão para o V Domingo da Páscoa

O Evangelho de hoje é surpreendente enquanto nos diz que o modo de ser de Jesus é diferente do modo de ser dos homens: é claro que já o sabemos, mas não nos acostumamos com isso.

Na história antiga, a vitória dos reis, dos generais, se manifestava na opressão sobre os vencidos. A entrada triunfal dos generais romanos, de Júlio César, por exemplo, e também dos de outros povos era a expressão maior da opressão. À frente de sua pessoa, no desfile, eram levados os troféus, objetos de valor, animais, tudo pilhado no butim. Mais horripilante era que no conjunto desses despojos estavam seres humanos, homens, mulheres, crianças, reis, príncipes, pessoas comuns, todos sendo arrastados como objetos a serem vendidos como escravos. A glória do comandante, a vitória do povo estava alicerçada na desgraça, na infame humilhação, no sangue, na morte de um povo.

Com Jesus é o contrário. Nos versículos 31 e 32 do Evangelho de hoje, nos fala que sua morte é sua glorificação e é na cruz que ele demonstrará seu amor por todos nós. Mais ainda, isso é dito após ele ter lavado os pés dos discípulos, de todos, inclusive de Judas que o irá trair. O Senhor não usa de retaliação para com Judas, ao contrário, lhe oferece mais uma oportunidade de se deixar tocar pelo amor.

Aproveitemos o momento e façamos uma reflexão sobre nosso testemunho de Jesus.

Como procedemos? Qual nossa visão de sucesso, de êxito? A quem parabenizamos? A quem é rico, inteligente, bonito, culto? A quem prontamente nos colocamos à disposição? Somente a quem tem algo a nos dar em troca?

Qual nossa relação para com os pobres, os velhos, os doentes, os aleijados, os marginalizados pela sociedade?

O Senhor termina o Evangelho de hoje dizendo: “Nisso todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros”.

Jesus nos propõe um modo de ser para criar o mundo novo, de amor, de respeito, de serviço.

A segunda leitura, tirada do livro do Apocalipse, que fala de um novo céu e uma nova terra, está falando exatamente dessa nova civilização onde uma nova ordem social é instaurada, a ordem do amor, da fraternidade. Por isso, “a morte não existirá mais”, não haverá mais violência, nem tripudiação do mais forte sobre o mais fraco, mas será a vitória da misericórdia. Então ouviremos: “Eis que faço novas todas as coisas”! Sejamos esses homens e mulheres novos, construtores de uma nova sociedade alicerçada no amor.



sábado, 20 de abril de 2013

Mensagem do Papa Bento XVI para o 50º Dia Mundial de Oração pelas Vocações

 Caros leitores, sempre no Domingo do Bom Pastor, celebramos o dia de oração pelas vocações, que neste ano completa 50 anos. No ano passado, o Papa Emérito Bento XVI já havia publicado sua mensagem, a qual reproduzimos aqui:

MENSAGEM DO SANTO PADRE
PARA O 50º DIA MUNDIAL
DE ORAÇÕES PELAS VOCAÇÕES
21 DE ABRIL DE 2013 - IV DOMINGO DE PÁSCOA
Tema: As vocações sinal da esperança fundada na fé

Amados irmãos e irmãs!
No quinquagésimo Dia Mundial de Oração pelas Vocações que será celebrado no IV Domingo de Páscoa, 21 de Abril de 2013, desejo convidar-vos a reflectir sobre o tema «As vocações sinal da esperança fundada na fé», que bem se integra no contexto do Ano da Fé e no cinquentenário da abertura do Concílio EcuménicoVaticano II. Decorria o período da Assembleia conciliar quando o Servo de Deus PauloVI instituiu este Dia de unânime invocação a Deus Pai para que continue a enviar operários para a sua Igreja (cf. Mt 9,38). «O problema do número suficiente de sacerdotes –sublinhava então o Sumo Pontífice– interpela todos os fiéis, não só porque disso depende o futuro da sociedade cristã, mas também porque este problema é o indicador concreto e inexorável da vitalidade de fé e amor de cada comunidade paroquial e diocesana, e o testemunho da saúde moral das famílias cristãs. Onde desabrocham numerosas as vocações para o estado eclesiástico e religioso, vive-se generosamente segundo o Evangelho» (Paulo VI, Radiomensagem, 11 de Abril de 1964).
Nestas cinco décadas, as várias comunidades eclesiais dispersas pelo mundo inteiro têm-se espiritualmente unido todos os anos, no IV Domingo de Páscoa, para implorar de Deus o dom de santas vocações e propor de novo à reflexão de todos a urgência da resposta à chamada divina. Na realidade, este significativo encontro anual tem favorecido fortemente o empenho por se consolidar sempre mais, no centro da espiritualidade, da acção pastoral e da oração dos fiéis, a importância das vocações para o sacerdócio e a vida consagrada.
A esperança é expectativa de algo de positivo para o futuro, mas que deve ao mesmo tempo sustentar o nosso presente, marcado frequentemente por dissabores e insucessos. Onde está fundada a nossa esperança? Olhando a história do povo de Israel narrada no Antigo Testamento, vemos aparecer constantemente, mesmo nos momentos de maior dificuldade como o exílio, um elemento que os profetas de modo particular não cessam de recordar: a memória das promessas feitas por Deus aos Patriarcas; memória essa que requer a imitação do comportamento exemplar de Abraão, o qual– como sublinha o Apóstolo Paulo– «foi com uma esperança, para além do que se podia esperar, que ele acreditou e assim se tornou pai de muitos povos, conforme o que tinha sido dito: Assim será a tua descendência» (Rm 4,18). Então, uma verdade consoladora e instrutiva que emerge de toda a história da salvação é a fidelidade de Deus à aliança, com a qual Se comprometeu e que renovou sempre que o homem a rompeu pela infidelidade, pelo pecado, desde o tempo do dilúvio (cf. Gn 8,21-22) até ao êxodo e ao caminho no deserto (cf. Dt 9,7); fidelidade de Deus que foi até ao ponto de selar anova e eterna aliança com o homem por meio do sangue de seu Filho, morto e ressuscitado para a nossa salvação.
Em todos os momentos, sobretudo nos mais difíceis, é sempre a fidelidade do Senhor– verdadeira força motriz da história da salvação–que faz vibrar os corações dos homens e mulheres e os confirma na esperança de chegar um dia à «Terra Prometida». O fundamento seguro de toda a esperança está aqui: Deus nunca nos deixa sozinhos e permanece fiel à palavra dada. Por este motivo, em toda a situação, seja ela feliz ou desfavorável, podemos manter uma esperança firme, rezando como salmista: «Só em Deus descansa a minha alma, d’Ele vem a minha esperança»(Sl 62/61,6). Portanto ter esperança equivale a confiar no Deus fiel, que mantém as promessas da aliança. Por isso, a fé e a esperança estão intimamente unidas. A esperança «é, de facto, uma palavra central da fé bíblica, a ponto de, em várias passagens, ser possível intercambiar os termos “fé” e “esperança”. Assim, a Carta aos Hebreus liga estreitamente a “plenitude da fé” (10,22) com a “imutável profissão da esperança” (10,23). De igual modo, quando a Primeira Carta de Pedro exorta os cristãos a estarem sempre prontos a responder a propósito do logos – o sentido e a razão – da sua esperança (3,15), “esperança” equivale a “fé”» (Enc. Spe salvi, 2).
Amados irmãos e irmãs, em que consiste a fidelidade de Deus à qual podemos confiar-nos com firme esperança? Consiste no seu amor. Ele, que é Pai, derrama o seu amor no mais íntimo de nós mesmos, através do Espírito Santo(cf.Rm 5,5).E é precisamente este amor, manifestado plenamente em Jesus Cristo, que interpela a nossa existência, pedindo a cada qual uma resposta a propósito do que quer fazer da sua vida e quanto está disposto a apostar para a realizar plenamente. Por vezes o amor de Deus segue percursos surpreendentes, mas sempre alcança a quantos se deixam encontrar. Assim a esperança nutre-se desta certeza: «Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele» (1 Jo 4,16). E este amor exigente e profundo, que vai além da superficialidade, infunde-nos coragem, dá-nos esperança no caminho da vida e no futuro, faz-nos ter confiança em nós mesmos, na história e nos outros. Apraz-me repetir, de modo particular a vós jovens, estas palavras: «Que seria da vossa vida, sem este amor? Deus cuida do homem desde a criação até ao fim dos tempos, quando completar o seu desígnio de salvação. No Senhor ressuscitado, temos a certeza da nossa esperança» (Discurso aos jovens da diocese de São Marino-Montefeltro, 19 de Junho de 2011).
Também hoje, como aconteceu durante a sua vida terrena, Jesus, o Ressuscitado, passa pelas estradas da nossa vida e vê-nos imersos nas nossas actividades, com os nossos desejos e necessidades. É precisamente no nosso dia-a-dia que Ele continua a dirigir-nos a sua palavra; chama-nos a realizar a nossa vida com Ele, o único capaz de saciar a nossa sede de esperança. Vivente na comunidade de discípulos que é a Igreja, Ele chama também hoje a segui-Lo. E este apelo pode chegar em qualquer momento. Jesus repete também hoje: «Vem e segue-Me!» (Mc 10,21). Para acolher este convite, é preciso deixar de escolher por si mesmo o próprio caminho. Segui-Lo significa entranhar a própria vontade na vontade de Jesus, dar-Lhe verdadeiramente a precedência, antepô-Lo a tudo o que faz parte da nossa vida :família, trabalho, interesses pessoais, nós mesmos. Significa entregar-Lhe a própria vida, viver com Ele em profunda intimidade, por Ele entrar em comunhão com o Pai no Espírito Santo e, consequentemente, com os irmãos e irmãs. Esta comunhão de vida com Jesus é o «lugar» privilegiado onde se pode experimentara esperança e onde a vida será livre e plena.
As vocações sacerdotais e religiosas nascem da experiência do encontro pessoal com Cristo, do diálogo sincero e familiar com Ele, para entrar na sua vontade. Por isso, é necessário crescer na experiência de fé, entendida como profunda relação com Jesus, como escuta interior da sua voz que ressoa dentro de nós. Este itinerário, que torna uma pessoa capaz de acolher a chamada de Deus, é possível no âmbito de comunidades cristãs que vivem uma intensa atmosfera de fé, um generoso testemunho de adesão ao Evangelho, uma paixão missionária que induza a pessoa à doação total de si mesma pelo Reino de Deus, alimentada pela recepção dos sacramentos, especialmente a Eucaristia, e por uma fervorosa vida de oração. Esta «deve, por um lado, ser muito pessoal, um confronto do meu eu com Deus, com o Deus vivo; mas, por outro, deve ser incessantemente guiada e iluminada pelas grandes orações da Igreja e dos santos, pela oração litúrgica, na qual o Senhor nos ensina continuamente a rezar de modo justo» (Enc. Spe salvi, 34).
A oração constante e profunda faz crescera fé da comunidade cristã, na certeza sempre renovada de que Deus nunca abandona o seu povoe que o sustenta suscitando vocações especiais, para o sacerdócio e para a vida consagrada, que sejam sinais de esperança para o mundo. Na realidade, os presbíteros e os religiosos são chamados a entregar-se de forma incondicional ao Povo de Deus, num serviço de amor ao Evangelho e à Igreja, num serviço àquela esperança firme que só a abertura ao horizonte de Deus pode gerar.
Assim eles, com o testemunho da sua fé e com o seu fervor apostólico, podem transmitir, em particular às novas gerações, o ardente desejo de responder generosa e prontamente a Cristo, que chama a segui-Lo mais de perto. Quando um discípulo de Jesus acolhe a chamada divina para se dedicar ao ministério sacerdotal ou à vida consagrada, manifesta-se um dos frutos mais maduros da comunidade cristã, que ajuda a olhar com particular confiança e esperança para o futuro da Igreja e o seu empenho de evangelização. Na verdade, sempre terá necessidade de novos trabalhadores para a pregação do Evangelho, a celebração da Eucaristia, o sacramento da Reconciliação.
Por isso, oxalá não faltem sacerdotes zelosos que saibam estar ao lado dos jovens como «companheiros de viagem», para os ajudarem, no caminho por vezes tortuoso e obscuro da vida, a reconhecer Cristo, Caminho, Verdade e Vida (cf. Jo 14,6); para lhes proporem com coragem evangélica a beleza do serviço a Deus,à comunidade cristã, aos irmãos. Não faltem sacerdotes que mostrem a fecundidade de um compromisso entusiasmante, que confere um sentido de plenitude à própria existência, porque fundado sobre a fé n’Aquele que nos amou primeiro (cf. 1 Jo 4,19).
Do mesmo modo, desejo que os jovens, no meio de tantas propostas superficiais e efémeras, saibam cultivar a atracção pelos valores, as metas altas, as opções radicais por um serviço aos outros seguindo os passos de Jesus. Amados jovens, não tenhais medo de O seguir e de percorrer os caminhos exigentes e corajosos da caridade e do compromisso generoso. Sereis felizes por servir, sereis testemunhas daquela alegria que o mundo não pode dar, sereis chamas vivas de um amor infinito e eterno, aprendereis a «dar a razão da vossa esperança» (1 Ped 3,15).
Vaticano, 6 de Outubro 2012.
PAPA BENTO XVI

Missa em Preparação para a JMJ

 Convidamos todos os jovens de nossa Paróquia para a Santa Missa em preparação para a Jornada Mundial da Juventude. Atenção para a data:




Data: Sábado - 20 de Abril - 18 horas

Local: Matriz - Paróquia de São Lucas e Nossa Senhora do Carmo

Venha!

Homilia de D. Henrique Soares da Costa

Uma imagem muito comum neste tempo pascal é aquela do Cordeiro “de pé, como que imolado” (Ap 5,6). Este Cordeiro, eternamente diante do trono do Pai, é o Cristo no seu estado de perpétua imolação e glória, de entrega sacrifical e ao mesmo tempo vitoriosa, por nós. Mas, misteriosamente, este Cordeiro é também Pastor: “O Cordeiro que está no meio do trono será o seu pastor e os conduzirá às fontes da água da vida”. Que imagem impressionante: um cordeiro que é pastor que dá vida às ovelhas. Pois bem, Jesus afirmou: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas” (Jo 10,11). Estejamos atentos: este dar a vida possui dois sentidos: primeiro: Cristo nos dá a vida porque morre por nós, por nós entrega sua vida humana: “Eu dou minha vida pelas minhas ovelhas” (Jo 10,15). É, portanto, um pastor que ama profundamente o seu rebanho: “As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem”. Num segundo sentido, Cristo dá a vida porque transmite às ovelhas a vida divina, a vida eterna, a vida glorificada que ele recebeu do Pai na ressurreição: “Eu dou-lhes a vida eterna e elas jamais se perderão. E ninguém vai arrancá-las de minha mão!” Que afirmações estupendas! Nosso Pastor, que por nós se fez Cordeiro imolado, dá-nos a vida eterna e imperecível, uma vida que nos saciará eternamente! Cristão, compreende: como é grande, como é concreta, como é verdadeira a tua esperança, como é certa a tua herança!

Esta vida, que o Cordeiro-Pastor nos prepara, é para todos, é em abundância. Isto já aparece na primeira leitura: diante da recusa dos judeus como um todo em acolher o Evangelho da salvação em Jesus, o Apóstolo volta-se para os pagãos: “Era preciso anunciar a palavra de Deus primeiro a vós, judeus. Mas, como a rejeitais e vos considerais indignos da vida eterna, sabei que vamos dirigir-nos aos pagãos”. E estes, cheios do Espírito Santo, ficaram cheios de alegria. Eis! A salvação que Cristo nos trouxe, com sua morte e ressurreição, com seu mistério pascal, é plena, é total e é para todos[1]!

É com estas idéias e sentimentos no coração que devemos, agora, contemplar a estupenda imagem que o Apocalipse nos apresenta na liturgia de hoje. Toda a humanidade, “uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas, que ninguém podia contar”… de pé, diante do trono e do Cordeiro”. Pensemos bem! É toda esta humanidade tão sofrida, de vida tão frágil, de esperança tão incerta, que é chamada a este momento tão grandioso: de pé (posição de quem venceu, de quem está vivo) diante do trono de Deus e do Cordeiro, o Cristo nosso Senhor, Aquele que venceu! Observem que nossa esperança nada tem de espírito de seita. A salvação não é para um grupinho de eleitos que excluem os demais farisaicamente! Não! Nunca! Deus quer “que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,4). Os cristãos têm o dever de olhar o mundo com amor benevolente. Nós, amados por Deus em Cristo, não podemos guardar só para nós esse amor e essa salvação: é preciso anunciá-la, comunicá-la, e com um coração bom, benévolo para com o mundo: nunca uma atitude de seita, de acusação, de fechamento! Dizer a verdade, sim; anunciar a verdade, sim; denunciar o erro e o pecado, sim; mas,com uma atitude de amor e respeito, de benignidade, como o coração do Bom Pastor, que deu a vida pelas ovelhas e quis morrer pelo rebanho!

Estes eleitos “trajavam vestes brancas” símbolos da glória, de vida, da pureza e da imortalidade; “traziam palmas na mão”, símbolo da vitória. Quem são eles? “São os que vieram da grande tribulação. Lavaram e alvejaram as suas vestes no sangue do Cordeiro”. Que imagem fantástica! É a multidão dos cristãos de todos os tempos, que perseveraram e vencerão no combate das tribulações desta vida… às vezes, até à morte! Pensemos: somos nós, se formos fiéis no combate do Cristo; somos nós, se perseverarmos e guardarmos a fé e a esperança no Senhor nas lutas e provações desta vida! Estejamos atentos: “lavaram e alvejaram as vestes no sangue do Cordeiro!” Sangue bendito e precioso, que lava, que purifica, que alveja! Nenhum de nós chegará diante do trono limpo por sua própria limpeza, mas sim pelo sangue do Cordeiro que é nosso pastor! “Nunca mais terão fome, nem sede. Nem os molestará o sol, nem algum calor ardente”. Bendito Cordeiro, bendito Pastor, bendito Cristo-Senhor, que nos dá uma vida tão plena! Ele mesmo nos tinha prometido: “Quem vem a mim nunca mais terá fome e quem crê em mim nunca mais terá sede” (Jo 6,35). Bendito Jesus, que é tão fiel! “E o Cordeiro, que está no meio do trono, será seu pastor e os conduzirá às fontes da água da vida”. Aonde nos conduzirá o Pastor? Que lugar é este, com tanta vida e tanto frescor e consolação? Escutem a Palavra: “Aquele que está sentado no trono os abrigará na sua tenda… E Deus enxugará as lágrimas de seus olhos!” Eis, irmãos, aonde o Cristo imolado e ressuscitado nos conduz: à tenda do coração do Pai, para nos aconchegar, para nos consolar, para nos enxugar as lágrimas, para nos dar a vida em abundância: “Meu Pai, que me deu estas ovelhas, é maior que todos, e ninguém pode arrebatá-las da mão do Pai. Eu e o Pai somos uma só coisa!”

É por isso, caríssimos, que a Páscoa de Cristo é também nossa: sua vitória é penhor da nossa, é certeza de nossa esperança agora e plenitude um dia. Vivamos fielmente os combates do presente, deixemo-nos guiar pelo Bom Pastor, lavemos nossas vestes no sangue do Cordeiro e sejamos herdeiros da vida que ele nos prepara. Ele, bendito pelos séculos dos séculos. Amém

D. Henrique Soares da Costa

sábado, 13 de abril de 2013

Reflexão para o III Domingo da Páscoa

O Evangelho de hoje nos fala da experiência pascal que os apóstolos fizeram.

Todos estão reunidos em um dia comum de trabalho. Eles estão na barca de Pedro, já que aceitaram sua liderança quando ele lhes comunicou que iria pescar.

No momento do relato, eles estão no mar. Ora, o mar simboliza para a cultura judaica da época, o mal, o conjunto das forças adversas ao homem. Jesus não está com eles, mas na margem. Eles trabalham sozinhos, mas nada conseguem. Também nós, mesmo que estejamos unidos, com boas intenções, belos projetos, mas sem contar com a presença de Deus não frutificamos, e nosso trabalho se torna estéril.

Os discípulos vão agora aprender, quando o desconhecido fala com eles e lhes dá a sugestão de jogar a rede para o outro lado e a pesca se torna fecunda, que Deus sempre está com eles, sempre. Mesmo que de modo diferente, aparentemente ausente, mas não os abandona. O Senhor é o Emanuel, Deus Conosco.

Eles pescam 153 peixes. Por que o evangelista faz questão de dar o número? Ele deseja dizer que a missão dos doze, da Igreja. é pescar, é evangelizar toda a humanidade. 50 é o número que simboliza todo o povo. 3 significa a perfeição. 50 multiplicado por 3 dá 150 e adiciona-se a esse resultado o número 3. É o povo multiplicado pela perfeição e unido a ela. Ora, a Igreja conduzirá, toda a humanidade à libertação das forças da morte, do vínculo com o mal, de um modo pleno!

Ao seu peixe, que já está na brasa, Jesus pede que os discípulos acrescentem os pescados por eles.

Jesus soma ao seu trabalho de redenção da Humanidade, todo o trabalho exercido pela Igreja. No final dos tempos, celebraremos juntos, o banquete eterno nos céus.

O Evangelho tem uma segunda parte que é a entrega de Jesus a Pedro, do governo da Igreja como seu pastor. A única exigência é amar, amar sem condições, mais que seus companheiros. Portanto, ser pastor não é impor sua vontade, mas vivenciar o seu amor a Cristo na entrega radical, absoluta e incondicional pelos seus irmãos.

Também nós somos convidados ao trabalho generoso pelo Reino. Amor com amor se paga! Ao amor de entrega, vivido por Jesus para nossa felicidade eterna, segue nossa resposta de amor, procurando nossa semelhança, nossa identificação com nosso Mestre e Senhor.


Fonte: Rádio Vaticano

Um mês de Francisco






℣. Oremus pro Pontifice nostro Franciscum. ℟. Dominus conservet eum, et vivificet eum, et beatum faciat eum in terra, et non tradat eum in animam inimicorum eius. ℣. Tu es Petrus, ℟. Et super hanc petram aedificabo Ecclesiam meam. Oremus. Deus, omnium fidelium pastor et rector, famulum tuum Franciscum, quem pastorem Ecclesiae tuae praeesse voluisti, propitius respice: da ei, quaesumus, verbo et exemplo, quibus praeest, proficere: ut ad vitam, una cum grege sibi credito, perveniat sempiternam. Per Christum, Dominum nostrum. Amen.


terça-feira, 9 de abril de 2013

Homilia do Papa Francisco na Missa da Ceia do Senhor


Cárcere para Menores "Casal del Marmo" em Roma
Quinta-feira Santa, 28 de março de 2013

Isto é comovente: Jesus lava os pés dos seus discípulos. Pedro não compreendia nada, rejeitava. Mas Jesus lhe explicou. Jesus – Deus – agiu deste modo! O próprio Jesus explica aos discípulos: «Compreendeis o que acabo de fazer? Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, pois eu o sou. Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz» (Jo 13, 12-15). É o exemplo do Senhor: Ele é o mais importante e lava os pés, porque entre nós aquele que está mais elevado deve estar ao serviço dos outros. E isto é um símbolo, um sinal, não é verdade? Lavar os pés significa: “eu estou ao teu serviço”. E também nós, entre nós, não é que isto signifique de devamos lavar os pés todos os dias uns dos outros, mas qual é o seu significado? Significa que devemos nos ajudar, uns aos outros. Às vezes, fico com raiva de alguém, de um, de uma... mas deixa para lá, deixa para lá, e se essa pessoa te pede um favor, fá-lo. Ajudar-nos uns aos outros: é isto que Jesus nos ensina e é isto que eu faço, e o faço de coração, porque é o meu dever. Como sacerdote e como Bispo, devo estar ao vosso serviço. Mas é um dever que me vem do coração: amo-o. Amo-o e amo fazê-lo porque o Senhor assim me ensinou. Mas vós também, ajudai-nos: ajudai-nos sempre. Um ao outro. E assim, ajudando-nos, faremos o bem para nós mesmo. Agora realizaremos esta cerimônia de lavar-nos os pés e pensamos, cada um de nós pensa: “Eu realmente estou disposta, estou disposto a servir, a ajudar o outro?” Pensemos apenas nisto. E pensemos que este sinal é uma carícia de Jesus, que Jesus o faz, pois Jesus veio justamente por isso: para servir, para nos ajudar.

Imagens da Missa da Ceia do Senhor presidida pelo Papa Francisco

 Caros leitores, na Quinta-feira Santa, (28/03) o Santo Padre Francisco presidiu a Santa Missa de início do Tríduo Pascal na casa penitenciária para menores Casal del Marmo. Abaixo postamos algumas fotos:

Procissão de entrada

Ritos Iniciais

Lava-pés


Liturgia Eucarística

Adoração antes da reposiçao

Procissão de saída

sábado, 6 de abril de 2013

Reflexão para o II Domingo da Páscoa - Domingo da Misericórdia

João pretende, no trecho do Evangelho de hoje, nos alentar em nossas dúvidas na crença da ressurreição de Jesus. Também os discípulos do Senhor, tiveram grandes dificuldades em crer, apesar dele sempre alertá-los em relação à paixão, morte e ressurreição.
Como vimos nos relatos anteriores, apesar de Jesus preveni-los em relação à sua ressurreição, eles tiveram dificuldades em crer, mesmo com os relatos de Madalena, dos dois de Emaús, foi muito difícil para eles.
Assim também foi na primeira Comunidade e é para muitos de nosso meio. Por isso João escreve no final do Evangelho: “Mas estes foram escritos para que acrediteis que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome.”

João nos relata o cair da tarde no domingo da ressurreição, os discípulos estão amedrontados e se encontram reunidos a portas fechadas. Nada adiantou os testemunhos daqueles que tiveram a experiência do Cristo Ressurreto, mas o receio, o medo da morte falava mais alto.
Nesse ambiente o Senhor lhes aparece e lhes dá a paz. Eles ficaram alegres, felizes!
Agora, lhes dá uma missão até então não conferida: com a efusão do Espírito Santo lhes dá o poder de perdoar os pecados! O Senhor sopra sobre eles, é a nova criação! Isso significa que o futuro já começou. É a recriação do Povo de Deus e a Comunidade recebe o poder de restaurar a união das pessoas com Deus e entre elas, através do perdão.

Muitos desejam ver para crer. Contudo, Jesus ressuscitado não pode ser visto com nossos olhos, tocado com nossas mãos, mas apenas é visto e tocado com nossa fé! Se eu vejo, se toco, não preciso ter fé, pois vi e toquei! É aceitar o evidente! Mas o que não vi e nem toquei e, mesmo assim, acredito que exista, isso é fé. À exclamação de Tomé “Meu Senhor e meu Deus!”, Jesus reage: “Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!” Isso supõe uma fé genuína, pura. Acreditar somente na palavra de Jesus, por crer em Jesus!

Em seguida o Senhor os envia a anunciar a Boa Nova, do mesmo modo como o Pai o enviara.
Hoje o Senhor também solicita nossa resposta de amor ao seu Amor. Ele nos ama e está sempre ao nosso lado e nos envia como testemunhas de sua ressurreição, como anunciadores do mundo novo.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Oito anos da morte de João Paulo II

 Caros leitores, neste dia 02 de abril, celebramos os oito anos de falecimento do Beato João Paulo II. Para tal data, publicamos aqui a sua homilia na Missa de Início de Pontificado, em 22 de outubro de 1978:

HOMILIA DO PAPA JOÃO PAULO II
NO INÍCIO DO SEU PONTIFICADO
Domingo, 22 de Outubro de 1978
 
Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo! (Mt. 16, 16).
Estas palavras foram pronunciadas por Simão, filho de Jonas, na região de Cesareia de Filipe. Sim, ele exprimiu-as na sua própria língua, com uma profunda, vivida e sentida convicção; mas elas não tiveram nele a sua fonte, a sua nascente: .., porque não foram a carne nem o sangue quem to revelaram, mas o Meu Pai que está nos céus (Mt. 16, 17). Tais palavras eram palavras de Fé.
Elas assinalam o início da missão de Pedro na história da Salvação, na história do Povo de Deus. E a partir de então, de uma tal confissão de Fé, a história sagrada da Salvação e do Povo de Deus devia adquirir uma nova dimensão: exprimir-se na caminhada histórica da Igreja. Esta dimensão eclesial da história do Povo de Deus tem as suas origens, nasce efectivamente dessas palavras de Fé e está vinculada ao homem que as pronunciou, Pedro: Tu és Pedro — rocha, pedra — e sobre ti, como sobre uma pedra, Eu edificarei a Minha Igreja (Cfr. Mt. 16, 18).
Hoje e neste lugar é necessário que novamente sejam pronunciadas e ouvidas as mesmas palavras: Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!
Sim, Irmãos e Filhos, antes de mais nada estas palavras.
O seu conteúdo desvela aos nossos olhos o mistério de Deus vivo, aquele mistério que o Filho veio colocar mais perto de nós. Ninguém como Ele, de facto, tornou o Deus vivo assim próximo dos homens e ninguém O revelou como o fez só Ele mesmo. No nosso conhecimento de Deus, no nosso caminhar para Deus, estamos totalmente dependentes do poder destas palavras: Quem me vê a Mim, vê também o Pai (Jo. 14, 9). Aquele que é infinito, imperscrutável e inefável veio para junto de nós em Jesus Cristo, o Filho unigénito, nascido de Maria Virgem no presépio de Belém.
O vós, todos os que já tendes a dita inestimável de crer; vós, todos os que ainda andais a buscar a Deus; e vós também, os atormentados pela dúvida:
—  procurai acolher uma vez mais —  hoje e neste local sagrado — as palavras pronunciadas por Simão Pedro. Naquelas mesmas palavras está a fé da Igreja; em tais palavras, ainda, encontra-se a verdade nova, ou melhor, a última e definitiva verdade —   sobre o homem: o filho de Deus vivo. — Tu és o Cristo, Filho de Deus vivo!
Hoje o novo Bispo de Roma inicia solenemente o seu ministério e a missão de Pedro. Nesta Cidade, de facto, Pedro desempenhou e realizou a missão que lhe foi confiada pelo Senhor. Alguma vez, o mesmo Senhor dirigiu-se a ele e disse-lhe: Quando eras mais jovem, tu próprio te cingias e andavas por onde querias; mas quando fores velho, estenderás as mãos e outro cingir-te-á e levar-te-á para onde tu não queres (Jo. 21, 18).
Pedro, depois, veio para Roma! E o que foi que o guiou e o conduziu para esta Urbe, o coração do Império Romano, senão a obediência à inspiração recebida do Senhor? — Talvez aquele pescador da Galileia não tivesse tido nunca vontade de vir até aqui; teria preferido, quiçá, permanecer lá onde estava, nas margens do lago de Genesaré, com a sua barca e com as suas redes. Mas, guiado pelo Senhor e obediente à sua inspiração, chegou até aqui.
Segundo uma antiga tradição (e, qual foi objecto de uma expressão literária magnífica num romance de Henryk Sienkiewicz), durante a perseguição de Nero, Pedro teria tido vontade de deixar Roma. Mas o Senhor interveio e teria vindo ao encontro dele. Pedro, então, dirigindo-se ao mesmo Senhor perguntou: "Quo vadis Domine? — Onde ides, Senhor?". E o Senhor imediatamente lhe respondeu: "Vou para Roma, para ser crucificado pela segunda vez". Pedro voltou então para Roma e aí permaneceu até à sua crucifixão.
Sim, Irmãos e Filhos, Roma é a Sede de Pedro. No decorrer dos séculos sucederam-se nesta Sede sempre novos Bispos. E hoje um outro novo Bispo sobe à Cátedra de Pedro, um Bispo cheio de trepidação e consciente da sua indignidade. E como não havia ele de trepidar perante a grandeza de tal chamamento e perante a missão universal desta Sede Romana?
Depois, passou a ocupar hoje a Sé de Pedro em Roma um Bispo que não é romano, um Bispo que é filho da Polónia. Mas, a partir deste momento também ele se torna romano. Sim, romano! Até porque é filho de uma nação cuja história, desde os seus alvores, e cujas tradições milenárias estão marcadas por um ligame vivo, forte, jamais interrompido, sentido e vivido com a Sé de Pedro, de uma nação que a esta mesma Sé de Roma permaneceu sempre fiel. Oh, como é insondável o desígnio da Divina Providência!
Nos séculos passados, quando o Sucessor de Pedro tomava posse da sua Sede, era colocado sobre a sua cabeça o símbolo do trirregno, a tiara papal. O último a ser assim coroado foi o Papa Paulo VI em 1963, o qual, porém, após o rito solene da coroação, nunca mais usou esse símbolo do trirregno, deixando aos seus sucessores a liberdade para decidirem a tal respeito.
O Papa João Paulo I, cuja memória está ainda tão viva nos nossos corações, houve por bem não querer o trirregno; e hoje igualmente o declina o seu Sucessor. Efectivamente, não é o tempo em que vivemos tempo para se retornar a um rito e àquilo que, talvez injustamente, foi considerado como símbolo do poder temporal dos Papas.
O nosso tempo convida-nos, impele-nos e obriga-nos a olhar para o Senhor e a imergir-nos numa humilde e devota meditação do mistério cio supremo poder do mesmo Cristo.
Aquele que nasceu da Virgem Maria, o filho do carpinteiro — como se considerava —, o Filho de Deus vivo — confessado por Pedro — veio para fazer de todos nós um reino de sacerdotes (Cfr. Ex. 19, 6).
O II Concílio do Vaticano recordou-nos o mistério de um tal poder e o facto de que a missão de Cristo — Sacerdote, Profeta, Mestre e Rei — continua na Igreja. Todos, todo o Povo de Deus é participe desta tríplice missão. E talvez que no passado se pusesse sobre a cabeça do Papa o trirregno, aquela tríplice coroa, para exprimir, mediante tal símbolo, o desígnio do Senhor sobre a sua Igreja; ou seja, que toda a ordem hierárquica da Igreja de Cristo, todo o seu "sagrado poder" que nela é exercitado mais não é do que o serviço, aquele serviço que tem como finalidade uma só coisa: que todo o Povo de Deus seja participe daquela tríplice missão de Cristo e que permaneça sempre sob a soberania do Senhor, a qual não tem as suas origens nas potências deste mundo, mas sim no Pai celeste e no mistério da Cruz e da Ressurreição.
O poder absoluto e ao mesmo tempo doce e suave do Senhor corresponde a quanto é o mais —   profundo do homem, às suas mais elevadas aspirações da inteligência, da vontade e do coração. Esse poder não fala com a linguagem da força, mas exprime-se na caridade e na verdade.
O novo Sucessor de Pedro na Sé de Roma, neste dia, eleva uma prece ardente, humilde e confiante: O Cristo! Fazei com que eu possa tornar-me e ser sempre servidor do Vosso único poder! Servidor do Vosso suave poder! Servidor do vosso poder que não conhece ocaso! Fazei com que eu possa ser um servo! Mais ainda: servo dos Vossos servos.
Irmãos e Irmãs: não tenhais medo de acolher Cristo e de aceitar o Seu poder! E ajudai o Papa e todos aqueles que querem servir a Cristo e, com o poder de Cristo, servir o homem e a humanidade inteira! Não, não tenhais medo! Antes, procurai abrir, melhor, escancarar as portas a Cristo! Ao Seu poder salvador abri os confins dos Estados, os sistemas económicos assim como os políticos, os vastos campos de cultura, de civilização e de progresso! Não tenhais medo! Cristo sabe bem "o que é que está dentro do homem". Somente Ele o sabe!
Hoje em dia muito frequentemente o homem não sabe o que traz no interior de si mesmo, no profundo do seu ânimo e do seu coração, muito frequentemente se encontra incerto acerca do sentido da sua vida sobre esta terra. E sucede que é invadido pela dúvida que se transmuta em desespero. Permiti, pois — peço-vos e vo-lo imploro com humildade e com confiança — permiti a Cristo falar ao homem. Somente Ele tem palavras de vida; sim, de vida eterna.
Precisamente neste dia, a Igreja inteira celebra o seu "Dia Missionário Mundial"; ou seja, reza, medita e age a fim de que as palavras de vida de Cristo possam chegar a todos os homens e por eles sejam. acolhidas como mensagem de salvação, de esperança e de libertação total.
Quero agradecer a todos os presentes, que quiseram assim participar neste acto solene do início do ministério do novo Sucessor de Pedro.
Agradeço do coração aos Chefes de Estado, aos Representantes das Autoridades, às Delegações de Governos, pela sua presença que muito me honra.
Obrigado a Vós, Eminentíssimos Cardeais da Santa Igreja Romana!
Agradeço-vos, amados Irmãos no Episcopado! .
Obrigado a vós, Sacerdotes!
A vós, Irmãs e Irmãos, Religiosas e Religiosos das várias Ordens e Congregações, obrigado!
Obrigado a vós, Romanos!
Obrigado aos peregrinos, vindos aqui de todo o mundo!
E obrigado a todos aqueles que estão unidos a este Rito Sagrado através da Rádio e da Televisão!
E agora (em polaco) dirijo-me a vós, meus queridos compatriotas, Peregrinos da Polónia: aos Irmãos Bispos, tendo à frente o vosso magnífico Primaz; e aos Sacerdotes, Irmãs e Irmãos das Congregações religiosas, polacos, como também a vós, representantes da "Polónia" do mundo todo:
E que vos direi a vós, os que viestes aqui da minha Cracóvia, da Sé de Santo Estanislau, de quem eu fui indigno sucessor durante catorze anos! Que vos direi? — Tudo aquilo que vos pudesse dizer seria pálido reflexo em confronto com quanto sente neste momento o meu coração e sentem igualmente os vossos corações. Deixemos de parte, portanto, as palavras. E que fique apenas o grande silêncio diante de Deus, o silêncio que se traduz em oração.
Peço-vos que estejais comigo! Em Jasna Gora e em toda a parte. Não deixeis nunca de estar com o Papa, que neste dia ora com as palavras do poeta: "Mãe de Deus defendei vós a Límpida Czestochowa e resplandecei na 'Porta Aguda'!" (1). E as mesmas palavras eu as dirijo a vós, neste momento particular.
Fiz um apelo (em italiano) e um convite à oração pelo novo Papa, apelo que comecei a exprimir em língua polaca...
Com o mesmo apelo dirijo-me agora a vós, todos os filhos e todas as filhas da Igreja Católica. Lembrai-vos de mim, hoje e sempre, na vossa oração!
Aos católicos dos países de língua francesa (em francês), exprimo todo o meu afecto e toda a minha dedicação! E permito-me contar com o vosso amparo filial e sem reservas! Oxalá façais novos progressos na fé! Aqueles que não partilham esta fé, dirijo também a minha respeitosa e cordial saudação. Espero que os seus sentimentos de benevolência facilitarão a missão que me incumbe e que não deixa de ter reflexos sobre a felicidade e a paz do mundo!
A todos vós os que falais a língua inglesa (em inglês) envio, em nome de Cristo, uma cordial saudação. Conto com a ajuda das vossas orações e na vossa boa vontade, para levar avante a minha missão de serviço à Igreja e à humanidade. Que Cristo vos dê a Sua graça e a Sua paz, abatendo as barreiras da divisão e de tudo fazendo, n'Ele, uma só coisa.
Dirijo (em alemão) uma afectuosa saudação a todos os representantes dos povos dos países de língua alemã, aqui presentes. Diversas vezes, e ainda recentemente durante a minha visita à República Federal da Alemanha, tive ocasião de conhecer pessoalmente e de apreciar a benéfica actividade da Igreja e dos seus fiéis. Oxalá que o vosso compromisso e o vosso sacrifício por Cristo venham, também no futuro, a tornar-se fecundos para os grandes problemas e as preocupações da Igreja em todo o mundo. É isto o que vos peço, recomendando às vossas especiais orações o meu novo ministério apostólico.
O meu pensamento dirije-se agora para o mundo de língua espanhola (em espanhol), porção tão considerável da Igreja de Cristo. A vós, queridos Irmãos e Filhos, chegue neste momento solene a saudação afectuosa do novo Papa. Unidos pelos vínculos da comum fé católica, sede fiéis à vossa tradição cristã vivida num clima cada vez mais justo e solidário, mantende a vossa conhecida proximidade ao Vigário de Cristo e cultivai intensamente a devoção à nossa Mãe Maria Santíssima.
Irmãos e Filhos de língua portuguesa (em português): Como "servo dos servos de Deus", eu vos saúdo afectuosamente no Senhor. Abençoando-vos, confio na caridade da vossa oração e na vossa fidelidade, para viverdes sempre a mensagem deste dia e deste rito: Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!
Que o Senhor, na Sua misericórdia, nos acompanhe a todos com a Sua graça e com o Seu amor pelos homens (em russo).
Com afecto sincero saúdo e abençoo todos os Ucranianos e Rutenos no mundo (em ucraniano).
Do coração saúdo e abençoo os Checos e os Eslovacos, que me estão tão próximos (em língua eslovaca).
Os meus sinceros bons votos para os irmãos Lituanos (em lituano). Sede felizes e fiéis a Cristo.
Abro o coração a todos os Irmãos das Igrejas e das Comunidades Cristãs, saudando-vos (em italiano) em particular a vós, os que estais aqui presentes, na expectativa do próximo encontro pessoal; mas desde já vos quero expressar sincero apreço por haverdes querido assistir a este rito solene.
E quero ainda dirigir-me a todos os homens — a cada um dos homens (e com quanta veneração o apóstolo de Cristo deve pronunciar esta palavra, homem!) :
— rezai por mim!
— ajudai-me, a fim de que eu vos possa servir!
Ámen. 


 

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Imagens da Missa do Crisma em Curitiba

Na última quinta-feira, o arcebispo de Curitiba, Dom Moacyr José Vitti, CSS, presidiu a Missa de bênção e consagração dos Santos Óleos, na Catedral Basílica Menor Nossa Senhora da Luz dos Pinhais. Neste ano, estiveram presentes cerca de 240 presbíteros, além de vários diáconos, religiosos, seminaristas e fieis leigos. Publicamos abaixo algumas fotos da celebração.

Fonte: Canção Nova Curitiba (Facebook)

Catedral

Ritos Iniciais

Coral do Seminário Menor São José

Liturgia da Palavra

Procissão do Evangelho

Evangelho

Homilia

Renovação das promessas sacerdotais



Bênção do óleo dos enfermos

Bênção do óleo dos catecúmenos

Mistura do bálsamo com o óleo do crisma

Sopro sobre o óleo do crisma

Bênção do óleo do crisma

Imposição das mãos sacerdotais sobre o óleo do crisma

Saudação ao óleo do crisma

Prefácio

Consagração do pão


Consagração do vinho


Homilia do Papa Francisco na Missa do Crisma

Basílica Vaticana Quinta-feira Santa, 28 de março de 2013

 
Amados irmãos e irmãs,

Com alegria, celebro pela primeira vez a Missa Crismal como Bispo de Roma. Saúdo com afecto a todos vós, especialmente aos amados sacerdotes que hoje recordam, como eu, o dia da Ordenação.

As Leituras e o Salmo falam-nos dos «Ungidos»: o Servo de Javé referido por Isaías, o rei David e Jesus nosso Senhor. Nos três, aparece um dado comum: a unção recebida destina-se ao povo fiel de Deus, de quem são servidores; a sua unção «é para» os pobres, os presos, os oprimidos… Encontramos uma imagem muito bela de que o santo crisma «é para» no Salmo 133: «É como óleo perfumado derramado sobre a cabeça, a escorrer pela barba, a barba de Aarão, a escorrer até à orla das suas vestes» (v. 2). Este óleo derramado, que escorre pela barba de Aarão até à orla das suas vestes, é imagem da unção sacerdotal, que, por intermédio do Ungido, chega até aos confins do universo representado nas vestes.

As vestes sagradas do Sumo Sacerdote são ricas de simbolismos; um deles é o dos nomes dos filhos de Israel gravados nas pedras de ónix que adornavam as ombreiras do efod, do qual provém a nossa casula actual: seis sobre a pedra do ombro direito e seis na do ombro esquerdo (cf. Ex 28, 6-14). Também no peitoral estavam gravados os nomes das doze tribos de Israel (cf. Ex 28, 21). Isto significa que o sacerdote celebra levando sobre os ombros o povo que lhe está confiado e tendo os seus nomes gravados no coração. Quando envergamos a nossa casula humilde pode fazer-nos bem sentir sobre os ombros e no coração o peso e o rosto do nosso povo fiel, dos nossos santos e dos nossos mártires, que são tantos neste tempo.

Depois da beleza de tudo o que é litúrgico – que não se reduz ao adorno e bom gosto dos paramentos, mas é presença da glória do nosso Deus que resplandece no seu povo vivo e consolado –, fixemos agora o olhar na acção. O óleo precioso, que unge a cabeça de Aarão, não se limita a perfumá-lo a ele, mas espalha-se e atinge «as periferias». O Senhor dirá claramente que a sua unção é para os pobres, os presos, os doentes e quantos estão tristes e abandonados. A unção, amados irmãos, não é para nos perfumar a nós mesmos, e menos ainda para que a conservemos num frasco, pois o óleo tornar-se-ia rançoso... e o coração amargo.

O bom sacerdote reconhece-se pelo modo como é ungido o seu povo; temos aqui uma prova clara. Nota-se quando o nosso povo é ungido com óleo da alegria; por exemplo, quando sai da Missa com o rosto de quem recebeu uma boa notícia. O nosso povo gosta do Evangelho quando é pregado com unção, quando o Evangelho que pregamos chega ao seu dia a dia, quando escorre como o óleo de Aarão até às bordas da realidade, quando ilumina as situações extremas, «as periferias» onde o povo fiel está mais exposto à invasão daqueles que querem saquear a sua fé. As pessoas agradecem-nos porque sentem que rezámos a partir das realidades da sua vida de todos os dias, as suas penas e alegrias, as suas angústias e esperanças. E, quando sentem que, através de nós, lhes chega o perfume do Ungido, de Cristo, animam-se a confiar-nos tudo o que elas querem que chegue ao Senhor: «Reze por mim, padre, porque tenho este problema», «abençoe-me, padre», «reze para mim»… Estas confidências são o sinal de que a unção chegou à orla do manto, porque é transformada em súplica – súplica do Povo de Deus. Quando estamos nesta relação com Deus e com o seu Povo e a graça passa através de nós, então somos sacerdotes, mediadores entre Deus e os homens. O que pretendo sublinhar é que devemos reavivar sempre a graça, para intuirmos, em cada pedido – por vezes inoportuno, puramente material ou mesmo banal (mas só aparentemente!) –, o desejo que tem o nosso povo de ser ungido com o óleo perfumado, porque sabe que nós o possuímos. Intuir e sentir, como o Senhor sentiu a angústia permeada de esperança da hemorroíssa quando ela Lhe tocou a fímbria do manto. Este instante de Jesus, no meio das pessoas que O rodeavam por todos os lados, encarna toda a beleza de Aarão revestido sacerdotalmente e com o óleo que escorre pelas suas vestes. É uma beleza escondida, que brilha apenas para aqueles olhos cheios de fé da mulher atormentada com as perdas de sangue. Os próprios discípulos – futuros sacerdotes – não conseguem ver, não compreendem: na «periferia existencial», vêem apenas a superficialidade duma multidão que aperta Jesus de todos os lados quase O sufocando (cf. Lc 8, 42). Ao contrário, o Senhor sente a força da unção divina que chega às bordas do seu manto.

É preciso chegar a experimentar assim a nossa unção, com o seu poder e a sua eficácia redentora: nas «periferias» onde não falta sofrimento, há sangue derramado, há cegueira que quer ver, há prisioneiros de tantos patrões maus. Não é, concretamente, nas auto-experiências ou nas reiteradas introspecções que encontramos o Senhor: os cursos de auto-ajuda na vida podem ser úteis, mas viver a nossa vida sacerdotal passando de um curso ao outro, de método em método leva a tornar-se pelagianos, faz-nos minimizar o poder da graça, que se activa e cresce na medida em que, com fé, saímos para nos dar a nós mesmos oferecendo o Evangelho aos outros, para dar a pouca unção que temos àqueles que não têm nada de nada.

O sacerdote, que sai pouco de si mesmo, que unge pouco – não digo «nada», porque, graças a Deus, o povo nos rouba a unção –, perde o melhor do nosso povo, aquilo que é capaz de activar a parte mais profunda do seu coração presbiteral. Quem não sai de si mesmo, em vez de ser mediador, torna-se pouco a pouco um intermediário, um gestor. A diferença é bem conhecida de todos: o intermediário e o gestor «já receberam a sua recompensa». É que, não colocando em jogo a pele e o próprio coração, não recebem aquele agradecimento carinhoso que nasce do coração; e daqui deriva precisamente a insatisfação de alguns, que acabam por viver tristes, padres tristes, e transformados numa espécie de coleccionadores de antiguidades ou então de novidades, em vez de serem pastores com o «cheiro das ovelhas» – isto vo-lo peço: sede pastores com o «cheiro das ovelhas», que se sinta este –, serem pastores no meio do seu rebanho, e pescadores de homens. É verdade que a chamada crise de identidade sacerdotal nos ameaça a todos e vem juntar-se a uma crise de civilização; mas, se soubermos quebrar a sua onda, poderemos fazer-nos ao largo no nome do Senhor e lançar as redes. É um bem que a própria realidade nos faça ir para onde, aquilo que somos por graça, apareça claramente como pura graça, ou seja, para este mar que é o mundo actual onde vale só a unção – não a função – e se revelam fecundas unicamente as redes lançadas no nome d’Aquele em quem pusemos a nossa confiança: Jesus.

Amados fiéis, permanecei unidos aos vossos sacerdotes com o afecto e a oração, para que sejam sempre Pastores segundo o coração de Deus.

Amados sacerdotes, Deus Pai renove em nós o Espírito de Santidade com que fomos ungidos, o renove no nosso coração de tal modo que a unção chegue a todos, mesmo nas «periferias» onde o nosso povo fiel mais a aguarda e aprecia. Que o nosso povo sinta que somos discípulos do Senhor, sinta que estamos revestidos com os seus nomes e não procuramos outra identidade; e que ele possa receber, através das nossas palavras e obras, este óleo da alegria que nos veio trazer Jesus, o Ungido. Amen.

Imagens da Missa dos Santos Óleos no Vaticano

Basílica de S. Pedro


Procissão de entrada


Ritos Iniciais


Ato Penitencial

Evangelho

Bênção com os Evangelhos

Homilia

Procissão dos Santos Óleos

Mistura do bálsamo com o óleo do Crisma

Sopro sobre o óleo do crisma

Bênção do óleo do crisma

Elevação da hóstia

Papa Francisco


Fonte: Rádio Vaticano - Programa Brasileiro (Facebook)

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