O
Evangelho de hoje é surpreendente enquanto nos diz que o modo de ser de
Jesus é diferente do modo de ser dos homens: é claro que já o sabemos,
mas não nos acostumamos com isso.
Na história antiga, a vitória
dos reis, dos generais, se manifestava na opressão sobre os vencidos. A
entrada triunfal dos generais romanos, de Júlio César, por exemplo, e
também dos de outros povos era a expressão maior da opressão. À frente
de sua pessoa, no desfile, eram levados os troféus, objetos de valor,
animais, tudo pilhado no butim. Mais horripilante era que no conjunto
desses despojos estavam seres humanos, homens, mulheres, crianças, reis,
príncipes, pessoas comuns, todos sendo arrastados como objetos a serem
vendidos como escravos. A glória do comandante, a vitória do povo estava
alicerçada na desgraça, na infame humilhação, no sangue, na morte de um
povo.
Com Jesus é o contrário. Nos versículos 31 e 32 do
Evangelho de hoje, nos fala que sua morte é sua glorificação e é na cruz
que ele demonstrará seu amor por todos nós. Mais ainda, isso é dito
após ele ter lavado os pés dos discípulos, de todos, inclusive de Judas
que o irá trair. O Senhor não usa de retaliação para com Judas, ao
contrário, lhe oferece mais uma oportunidade de se deixar tocar pelo
amor.
Aproveitemos o momento e façamos uma reflexão sobre nosso testemunho de Jesus.
Como
procedemos? Qual nossa visão de sucesso, de êxito? A quem
parabenizamos? A quem é rico, inteligente, bonito, culto? A quem
prontamente nos colocamos à disposição? Somente a quem tem algo a nos
dar em troca?
Qual nossa relação para com os pobres, os velhos, os doentes, os aleijados, os marginalizados pela sociedade?
O
Senhor termina o Evangelho de hoje dizendo: “Nisso todos conhecerão que
sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros”.
Jesus nos propõe um modo de ser para criar o mundo novo, de amor, de respeito, de serviço.
A
segunda leitura, tirada do livro do Apocalipse, que fala de um novo céu
e uma nova terra, está falando exatamente dessa nova civilização onde
uma nova ordem social é instaurada, a ordem do amor, da fraternidade.
Por isso, “a morte não existirá mais”, não haverá mais violência, nem
tripudiação do mais forte sobre o mais fraco, mas será a vitória da
misericórdia. Então ouviremos: “Eis que faço novas todas as coisas”!
Sejamos esses homens e mulheres novos, construtores de uma nova
sociedade alicerçada no amor.
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