Caros leitores, celebramos hoje o dia de São
Martinho de Lima, co-padroeiro do Peru, nosso país vizinho. Martinho foi um
grande santo da caridade e dedicou-se especialmente ao cuidado dos pobres e marginalizados
e dos enfermos. Sua situação familiar era complicada, pois Martinho era filho
de um espanhol – João de Porres – e de uma escrava negra libertada – Ana Velásquez.
Martinho sofria duros preconceitos, primeiro por ser um filho ilegítimo e
depois por ser negro. Chegando aos quinze anos, Martinho manifestou o desejo de
ser religioso. Para tal, foi como que doado como escravo à Ordem Dominicana (de
São Domingo de Gusmão, ou Ordem dos Pregadores). Martinho não era bem um
religioso, mas sim um irmão cooperador, o grau mais baixo da ordem religiosa e
fazia os trabalhos duros do convento.
Depois, foi oferecido para Martinho, uma ordem maior
dentro da congregação. Perguntado sobre isto e se aceitaria participar desta
ordem maior, Martinho respondeu:
“Eu estou contente neste estado — respondeu ele — porque no serviço de
Deus não há inferiores nem superiores, e é meu desejo imitar o mais possível a
Nosso Senhor, que se fez servo por nós”
A fama de Martinho se espalhava e muitos falavam que
ele curava as pessoas e, não obstante a isso, era conhecido por ter uma
profunda vida mística. Certa vez o bispo de La Paz passava por Lima e estava
com uma grande doença no peito, ao que hoje podemos chamar e conhecer como
tuberculose. O bispo ouviu falar do Frei Martinho e pediu que ele fosse fazer
uma oração para o bispo. Com o simples tocar de sua mão, Martinho curou o
bispo.
Um fato curioso é que Martinho era grande amigo da
padroeira do Peru, Santa Rosa de Lima.
Os dois tinham grande amizade e profundo contato místico. Martinho, com o corpo
gasto pelo excesso de trabalho, jejum contínuo e penitência, faleceu aos 60
anos de idade, em 1639. Martinho foi beatificado em 1837 pelo Papa Gregório XVI
e canonizado pelo Papa João XXIII em 1962. A sua festa litúrgica celebra-se a 3
de novembro. É o santo patrono dos mestiços católicos.
Abaixo, publicamos um trecho da homilia do Papa João
XXIII na Canonização de São Martinho que é a Segunda Leitura do Ofício das
Leituras deste sábado.
Com o exemplo da sua vida, Martinho mostra nos como é possível chegar à salvação e à santidade pelo caminho que Jesus Cristo indica, a saber, se antes de tudo amamos a Deus com todo o nosso coração, com toda a nossa alma e com todo o nosso espírito; e, em segundo lugar, se amamos o nosso próximo como a nós mesmos.
Ao compreender que Jesus Cristo padeceu por nós e carregou os nossos pecados no seu corpo sobre a cruz, acompanhou com singular amor o Crucificado; e, ao contemplar os seus cruéis tormentos, não podia dominar a emoção e chorava abundantemente. Amou também com especial amor o santíssimo sacramento da Eucaristia, ao qual dedicava com frequência longas horas de oculta adoração diante do sacrário e do qual desejava alimentar se com a maior frequência possível.
Além disso, seguindo as exortações do divino Mestre, São Martinho amou os seus irmãos com profunda caridade, nascida duma fé inquebrantável e dum coração
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SÃO MARTINHO DE LIMA, ROGAI POR NÓS |
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