Iniciamos
um novo ano litúrgico e, com ele, nova oportunidade para colocarmos
nossa vida de acordo com a mensagem cristã extraída da Sagrada
Escritura.
O Evangelho de hoje nos fala da segunda vinda
de Jesus. O tempo do Advento, que ora iniciamos, tem o objetivo de nos
preparar para essa segunda vinda. É verdade que tudo nos leva a nos
preparamos para o Natal, mas a liturgia deseja, de modo especial, nos
preparar para o encontro definitivo com Cristo, cuja celebração natalina
também tem idêntico objetivo.
No Evangelho, Jesus nos diz que é no dia a dia que Deus vem ao nosso encontro, como aconteceu na época de Noé. Apesar de se comentar que aquele tempo chegava ao seu fim, nem todos acreditavam e até zombavam dos que levaram a notícia a sério.
Também nós estamos em um mundo onde as coisas terminam, até o ser humano se extingue! Portanto estamos em um mundo que tem
seu fim e para tal deveremos nos preparar. Se meus antepassados já não
mais existem, se pessoas que eu conheci já não mais estão sobre a terra,
devo me preparar porque minha hora, meu momento vai chegar. Essa
preparação não deve ser de modo estático ou trágico como algumas pessoas
pensam, mas de modo dinâmico, dentro da vida diária, sem se fazer nada
de especial, apenas praticando os ensinamentos do Senhor, amando a Deus e
ao próximo. Nosso fim, nossa morte é certa e inevitável. Da morte
ninguém escapa, é uma certeza! Apenas não sabemos quando e nem como.
Por isso é importante que estejamos preparados para esse momento que eternizará nossa existência.
Lembro-me
de uma brincadeira de criança chamada “brincar de estátua”. As crianças
estão pulando, dançando, fazendo qualquer coisa e aí o coleguinha grita
“estátua” e todos deverão permanecer paralizados, como estavam quando
ouviram o grito “estátua”. Também assim será o momento do encontro com Deus.
Quando o Senhor nos chamar, quando disser “estátua”, não haverá
possibilidade alguma de mudança, mas nos apresentaremos a Ele como fomos
encontrados. Portanto aquele ditado que diz “Para onde a árvore pende,
para lá cairá”, é uma grande verdade.
Aquele será o dia da nossa
realidade, quando não mais poderemos mudar de coisas. Ao preencher a
última página no livro de nossa existência, tudo estará consumado. Tudo
estará nas mãos de Deus.
Portanto, vivamos de modo feliz, alegre, fazendo o que o Senhor nos pediu, sem outra preocupação a não ser amar e servir.
Nossa
vida, nossa saúde, nossos dons e bens, intelectuais, espirituais e
materiais deverão ser colocados à disposição de Deus, ou seja, das
pessoas que Ele colocou em nossa vida, para que sejam felizes, para que O
conheçam e O amem. Isso será eternizado quando chegar ao fim nossa
participação neste mundo. Não sirvamos de nossa vida e dos bens que
possuímos para nossa própria ruína. Deus nos criou livres e assim nos
deixa viver. Sejamos responsáveis!
Poderíamos nos perguntar: Meu
marido, minha mulher, meu filho, minha filha, meu pai, minha mãe, meu
irmão, minha irmã, meu amigo, minha amiga, meu companheiro, minha
companheira, enfim essas pessoas que Deus colocou por um tempo em minha
vida, se tornaram mais felizes porque conviveram comigo ou minha
presença foi ocasião de desilusão e fracasso? Aí já está o nosso juízo.
Minha vida valeu? Ainda há tempo! Estamos vivos! Poderemos mudar!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários ofensivos serão excluídos