A
primeira leitura, extraída de Sofonias, é marcada pelo otimismo, pela
alegria e pela esperança. O motivo está no centro do texto onde se lê
que o Senhor é rei de Israel. Após os desmandos de um governo tirano,
que levara o povo ao exílio e à ruína, Deus lidera e reorganiza com o
pequeno resto, uma nova sociedade.
O Senhor iniciou revogando a
sentença de morte que havia sobre o povo, permitiu a volta dos exilados,
e o mais importante, Ele é o companheiro que está junto ao povo, em seu
meio, amando-o.
O Senhor é o verdadeiro líder, defendendo o povo das ameaças externas e exercendo a justiça dentro da própria nação.
No
Evangelho, vemos a pregação de João Batista e o anúncio, feito por ele,
de que o Messias - aquele que iria fundar a nova sociedade - estava
para chegar. João prepara essa nova realidade. fazendo com que as
pessoas se abram umas às outras, e à novidade que está para chegar.
Essa
abertura ao outro se inicia com a partilha de bens. Não se trata de
esmolas, mas de dar metade do que possui, de autêntica partilha. Também é
dito não cobiçar os pertences alheios, contentar-se com seus próprios
bens e conservar a justiça. O poder se chama serviço!
“ A pá
está em sua mão: limpará a sua eira e recolherá o trigo em seu celeiro.”
Isso significa que Jesus irá desmascarar a sociedade cujo projeto é de
morte. Ele traz a nova sociedade, baseada na justiça, na vida.
Exatamente porque é baseada na vida, a nova sociedade não caducará e
será eterna. Nós a vivemos já aqui, à medida em que nossas opções são de
partilha, de praticar a justiça, mesmo desagradando as estruturas deste
mundo, com sua sociedade baseada em estruturas mortais, injustas, anti
evangélicas.
Na segunda leitura, São Paulo nos diz que o projeto
de Deus, essa nova sociedade, deverá ser o objetivo ao redor do qual a
comunidade sempre se reunirá. Para isso ele apela à alegria, ao
equilíbrio, e não por último, ao diálogo com Deus (que é oração) e com
os irmãos. Com esses elementos não só preservaremos essa nova sociedade,
mas faremos sua propaganda, a tornaremos agradável aos olhos daqueles
que nos observam.
Como está nossa vida pessoal, comunitária e de
responsabilidade pastoral? Transparecemos alegria, equilíbrio,
discernimento? Dialogamos com Deus e com os demais?
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