Neste domingo,
a liturgia nos convida a refletir sobre nossa vocação. A leitura do
Profeta Isaías fala da vocação do Servo do Senhor, escolhido por Deus
desde o seio materno para cumprir uma missão muito importante.
Acontece que, logo no início, vemos que esse servo não é uma pessoa em especial, mas um povo, o Povo de Israel.
“Tu és o meu Servo, Israel, em quem serei glorificado.” Contudo, Israel
está em uma situação nada feliz. É um povo exilado, prisioneiro e
escravo na Babilônia. Mas é assim que Deus lhe dá uma grande missão,
levar a salvação a todos os povos. O Senhor quer servir-se de um povo
escravo para protagonizar uma grande missão e manifestar a todos os
povos sua glória, isto é, a libertação das pessoas de todo e qualquer
tipo de opressão.
Foi Maria, a humilde
serva do Senhor, a escolhida para ser a Mãe de Deus. Jesus vem a nós na
fragilidade de um recém-nascido e nos comprova, através de sua vida,
que a encarnação foi para valer, ele é um humano, sua humanidade não é
aparente. Ao fazer-se homem, ele também se fez pobre, assumindo a
condição social humana de quem nada tem.
Deus
quer salvar os homens, não de acordo com os nossos valores, mas segundo
o seu coração, tornanando-os mais filhos e irmãos, à sua própria imagem
e à do seu filho, divinizando-os. A festa do Natal celebrou essa ação
de Deus e Jesus é apresentado como o verdadeiro Servo do Senhor. Sua
paixão e morte na cruz ratificarão esse desígnio de Deus, de nos salvar
através da entrega amorosa e radical de seu filho. Será através do
aparente fracasso e da morte que o Senhor se tornará vitorioso em sua
missão.
João Batista
percebe tão bem essa missão de Jesus, que o apresenta como o Cordeiro
que veio tirar o pecado do mundo. Sabemos, pelo relato do Êxodo, que o
cordeiro, para libertar o povo, deverá ser imolado; assim é Jesus, o
Cordeiro imolado de Deus. Do mesmo modo que o sangue do cordeiro da
páscoa libertava os judeus da escravidão egípcia, o sangue do Cordeiro
Jesus nos liberta, através do batismo, da escravidão da morte eterna.
Na
segunda-leitura, Paulo fala de sua vocação, do chamado pessoal feito a
ele por Deus, para anunciá-lo onde jamais foi conhecido.
Vimos na primeira leitura que a vocação é comunitária, que o Servo representa um grupo. A aspersão do sangue de Jesus,
a imersão batismal, nos torna irmãos e filhos, nos faz Igreja, Povo de
Deus. Eis nossa vocação. Nossa missão é - em meio a tantos crimes,
guerras, ódios, pecados - anunciar a bondade do Senhor que ama, que
perdoa, que quer nossa felicidade, custe o que custar, até a morte de
seu Filho na cruz, para nossa redenção.
breve e maravilhoso...
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