É interessante notar, por um lado, que
não é o Papa quem ajuda para que a Igreja não caia, mas um religioso
pequeno e insignificante, que o Papa reconhece em Francisco quando este o
visita. Inocêncio III era um papa poderoso, de grande cultura
teológica, como também de grande poder político e, no entanto, não é ele
quem renova a Igreja, e sim um pequeno e insignificante religioso: é
São Francisco, chamado por Deus. Por outro lado, no entanto, é
importante observar que São Francisco não renova a Igreja sem ou contra
o Papa, mas em comunhão com ele. As duas realidades estão juntas: o
Sucessor de Pedro, os bispos, a Igreja fundada sobre a sucessão dos
apóstolos e o carisma novo que o Espírito Santo cria nesse momento para
renovar a Igreja. Na comunhão se dá a verdadeira renovação.
[...]
O Pobrezinho de Assis havia compreendido
que todo carisma dado pelo Espírito Santo deve ser colocado ao serviço
do Corpo de Cristo, que é a Igreja; portanto, agiu sempre em comunhão
plena com a autoridade eclesiástica. Na vida dos santos não há
contraposição entre carisma profético e carisma de governo e, se houver
alguma tensão, estes sabem esperar com paciência os tempos do Espírito
Santo.
[...]
Neste Ano Sacerdotal, quero também
recordar a recomendação dirigida por Francisco aos sacerdotes: “Ao
celebrar a Missa, ofereçam o verdadeiro sacrifico do Santíssimo Corpo e
Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, pessoalmente puros, com disposição
sincera, com reverência e com santa e pura intenção” (Francisco de
Assis, Escritos). Francisco mostrava sempre um grande respeito
pelos sacerdotes e recomendava respeitá-los sempre, inclusive no caso de
que pessoalmente fossem pouco dignos. A motivação do seu profundo
respeito era o fato de que eles receberam o dom de consagrar a
Eucaristia. Queridos irmãos no sacerdócio, não nos esqueçamos jamais
deste ensinamento: a santidade da Eucaristia nos pede que sejamos puros,
que vivamos de maneira coerente com o Mistério que celebramos.
Bento XVI, Audiência Geral, 27 de janeiro de 2010.
Fonte: Blog Deus Lo Vult!
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