A parábola que o Senhor nos relata neste domingo
fala de dois homens que vão rezar no Templo de Jerusalém. Os dois são
filhos de Deus e os dois sentiram um apelo à oração, por isso podemos
dizer que foram chamados a se encontrar com Ele.
Mas quem são esses homens? Um é fariseu, pessoa voltada ao cumprimento da Lei, a fazer um enorme esforço para sempre estar de acordo com o que Deus pedia. O outro, um publicano, alguém pertencente a um grupo de má fama, um homem de má fama.
O
primeiro era uma pessoa honesta e íntegra. Fazia até mais do que era
prescrito. Contudo, isso lhe provocava um certo orgulho, uma certa
vaidade e, ao mesmo tempo, um desprezo pelos pecadores.
O segundo, o publicano, era um esperto cobrador de impostos, oprimia os pobres e, para se redimir, deveria pagar uma soma exagerada, praticamente impossível.
No entanto, o Senhor diz que a oração do publicano foi ouvida e a do fariseu, não. Por que?
Com
esta parábola, o Senhor não deseja dar lição de moral, de mostrar quem
está certo ou errado, mas o Mestre quer nos instruir no relacionamento
com Deus.
A grande falha do fariseu foi atribuir sua vida honesta
e seus atos corretos a si mesmo, como mérito seu, e apresentá-los como
dignos de justificação. Deus não deveria fazer nada mais do que elogiar
os atos do fariseu e lhe dar o prêmio merecido com sua atitude de homem
do bem. Era esse o pensamento do fariseu. Ele não pede a Deus uma
justificação, uma redenção, mas um reconhecimento. Ele se esqueceu que
foi Deus quem o conduziu pelo bom caminho e lhe proporcionou fazer o bem
e viver com dignidade.
Quanto ao publicano, ele se apresenta de modo humilde, sabendo de suas imperfeições e confiando na misericórdia e na graça de Deus. Ele não se desculpa, mas sabe que Deus tem um coração enorme, que é Pai, que é Amor.
Jesus deseja que nós purifiquemos nossa visão de Deus. Ele não é um contador bancário e nem um entregador de prêmios.
Jesus
não quer que sejamos soberbos e nem tenhamos posicionamentos
egocêntricos, colocando o acento em Nós e não no Pai. Se somos bons, se
cumprimos os mandamentos e fazemos o que nos pede o Evangelho, é porque
Deus nos deu sua graça.
Jesus é contra o grupo dos bons verso o
grupo dos maus. Ele morreu por todos e não lhe agrada que nos sintamos
especiais e desprezemos os outros. E por falar na morte de Jesus, ele
escolheu morrer entre dois ladrões. Um ciente de ser pecador e culpado
de seus crimes, se reconheceu em débito com Deus, mas absolutamente
confiante na misericórdia divina. O outro, não só não estava
arrependido, mas desafiou Jesus a largar a cruz e salvá-los.
Tenhamos
sempre a atitude humilde de saber que, por mais que nos esforcemos,
jamais seremos perfeitos e tudo o que fizermos de bom será realizado com
a ajuda da graça de Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários ofensivos serão excluídos