Nesta segunda-feira, 30, Papa Francisco anunciou a data da canonização dos Papas João Paulo II e João XXIII: 27 de abril de 2014, II Domingo de Páscoa, da Divina Misericordia.
A
decisão foi tomada durante o consistório ordinário público convocado
especialmente para aprovar as causas de canonização dos dois pontífices.
A celebração teve início às 10h (horário de Roma), e contou com a
presença dos cardeais presentes em Roma. Dentre eles, dois brasileiros: Dom João
Braz de Aviz, Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida
Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, e Dom Raymundo Damasceno
Assis, arcebispo de Aparecida.
A decisão de unir no mesmo dia a
canonização dos seus dois predecessores foi explicada pelo Papa
Francisco, em julho passado, como uma mensagem para a Igreja, porque os
"dois são bons, são dois bons".
Karol Jozef Wojtyla foi eleito
Papa no dia 16 de outubro de 1978. Nasceu em Wadowice (Polônia), em 18
de maio de 1920, e morreu no Vaticano, em 2 de abril de 2005.
Em
quase 27 anos de pontificado, João Paulo II escreveu 14 Encíclicas, 15
Exortações Apostólicas, 11 Constituições Apostólicas e 45 Cartas
Apostólicas.
Em seu pontificado, fortaleceu a fé da Igreja promulgando o Catecismo da Igreja Católica. Promoveu um intenso itinerário de vida espiritual com o Ano da Redenção, o Ano Mariano, o Ano da Eucaristia e o Jubileu do Ano 2000 e criou as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), aproximando a Igreja dos jovens.
O primeiro milagre do Papa João Paulo II foi o da irmã francesa Marie Simon-Pierre, que ficou curada da doença de Parkinson.
Com ele, teve início o processo de canonização de João Paulo II. O
pontífice polonês foi proclamado beato pelo Papa emérito Bento XVI em 1º
de maio de 2011, na Praça de São Pedro.
A Igreja Católica
celebra a memória litúrgica de João Paulo II no dia 22 de outubro, data
que assinala o dia de início de pontificado do Papa em 1978.
Angelo
Giuseppe Roncalli, o Papa João XXIII, nasceu em 1881 na localidade de
Sotto il Monte, Bergamo, onde foi pároco e professor no seminário,
secretário do bispo e capelão do exército durante a I Guerra Mundial.
João
XXIII iniciou a sua carreira diplomática como visitador apostólico na
Bulgária, de 1925 a 1935; foi depois delegado apostólico na Grécia e
Turquia, de 1935 a 1944, e Núncio Apostólico na França, de 1944 a 1953.
Em
1953, Angelo Roncalli foi nomeado Patriarca de Veneza e no dia 28 de
outubro de 1958 foi eleito Papa, sucedendo a Pio XII. Aos 77 anos, em
1962, João XXIII, resolveu “arejar” a Igreja e inaugurou o Concílio
Vaticano II. Morreu um ano depois.
“O Papa bom” foi declarado
beato por João Paulo II no dia 3 de setembro de 2000. Seu processo de
canonização tem uma particularidade considerada rara na história da
Igreja: ficou isento do reconhecimento de um segundo milagre - condição
necessária para que um beato seja elevado a santo.
Páginas
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
domingo, 29 de setembro de 2013
Imagens da Ordenação Episcopal de Dom Konrad Krajewski
Caros leitores, no último dia 17 de setembro um dos cerimoniários papais foi ordenado bispo. O polonês Konrad Krajewski foi eleito pelo Papa Francisco para trabalhar na Elemosineria Apostólica, o lugar onde são feitas as bênçãos apostólicas. Este órgão da Santa Sé também se dedica a distribuir o dinheiro aos pobres. O sagrante principal foi o Cardeal Giuseppe Bertello, Presidente do Governatorato do Vaticano.
Os co-sagrantes foram os Bispos Piero Marini, Presidente do Pontifício
Comitê para os Congressos Eucarísticos Internacionais, e Władysław Ziółek, Arcebispo Emérito de Łódź (Polônia).
O Papa Francisco esteve presente, porém em assistência. No momento da imposição das mãos, endossou a estola e participou da imposição. Abaixo, publicamos algumas fotos da ordenação.
O Papa Francisco esteve presente, porém em assistência. No momento da imposição das mãos, endossou a estola e participou da imposição. Abaixo, publicamos algumas fotos da ordenação.
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Santos Arcanjos
Com alegria, comemoramos a festa de três Arcanjos neste dia: Miguel, Gabriel e Rafael. A Igreja Católica,
guiada pelo Espírito Santo, herdou do Antigo Testamento a devoção a
estes amigos, protetores e intercessores que do Céu vêm em nosso socorro
pois, como São Paulo, vivemos num constante bom combate. A palavra “Arcanjo” significa “Anjo principal”. E a palavra “Anjo”, por sua vez, significa “mensageiro”.
São Miguel
O nome do Arcanjo Miguel possui um revelador significado em hebraico: “Quem como Deus”. Segundo a Bíblia, ele é um dos sete espíritos assistentes ao Trono do Altíssimo, portanto, um dos grandes príncipes do Céu e ministro de Deus. No Antigo Testamento o profeta Daniel chama São Miguel de príncipe protetor dos judeus, enquanto que, no Novo Testamento ele é o protetor dos filhos de Deus e de sua Igreja, já que até a segunda vinda do Senhor estaremos em luta espiritual contra os vencidos, que querem nos fazer perdedores também. “Houve então um combate no Céu: Miguel e seus anjos combateram contra o dragão. Também o dragão combateu, junto com seus anjos, mas não conseguiu vencer e não se encontrou mais lugar para eles no Céu”. (Apocalipse 12,7-8)
São Gabriel
O nome deste Arcanjo, citado duas vezes nas profecias de Daniel, significa “Força de Deus” ou “Deus é a minha proteção”. É muito conhecido devido a sua singular missão de mensageiro, uma vez que foi ele quem anunciou o nascimento de João Batista e, principalmente, anunciou o maior fato histórico: “No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré… O anjo veio à presença de Maria e disse-lhe: ‘Alegra-te, ó tu que tens o favor de Deus’…” a partir daí, São Lucas narra no primeiro capítulo do seu Evangelho como se deu a Encarnação.
São Rafael
Um dos sete espíritos que assistem ao Trono de Deus. Rafael aparece no Antigo Testamento no livro de Tobit. Este arcanjo de nome “Deus curou” ou “Medicina de Deus”, restituiu à vista do piedoso Tobit e nos demonstra que a sua presença, bem como a de Miguel e Gabriel, é discreta, porém, amiga e importante. “Tobias foi à procura de alguém que o pudesse acompanhar e conhecesse bem o caminho. Ao sair, encontrou o anjo Rafael, em pé diante dele, mas não suspeitou que fosse um anjo de Deus” (Tob 5,4).
São Miguel, São Gabriel e São Rafael, rogai por nós!
Fonte: Canção Nova
São Miguel
O nome do Arcanjo Miguel possui um revelador significado em hebraico: “Quem como Deus”. Segundo a Bíblia, ele é um dos sete espíritos assistentes ao Trono do Altíssimo, portanto, um dos grandes príncipes do Céu e ministro de Deus. No Antigo Testamento o profeta Daniel chama São Miguel de príncipe protetor dos judeus, enquanto que, no Novo Testamento ele é o protetor dos filhos de Deus e de sua Igreja, já que até a segunda vinda do Senhor estaremos em luta espiritual contra os vencidos, que querem nos fazer perdedores também. “Houve então um combate no Céu: Miguel e seus anjos combateram contra o dragão. Também o dragão combateu, junto com seus anjos, mas não conseguiu vencer e não se encontrou mais lugar para eles no Céu”. (Apocalipse 12,7-8)
São Gabriel
O nome deste Arcanjo, citado duas vezes nas profecias de Daniel, significa “Força de Deus” ou “Deus é a minha proteção”. É muito conhecido devido a sua singular missão de mensageiro, uma vez que foi ele quem anunciou o nascimento de João Batista e, principalmente, anunciou o maior fato histórico: “No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré… O anjo veio à presença de Maria e disse-lhe: ‘Alegra-te, ó tu que tens o favor de Deus’…” a partir daí, São Lucas narra no primeiro capítulo do seu Evangelho como se deu a Encarnação.
São Rafael
Um dos sete espíritos que assistem ao Trono de Deus. Rafael aparece no Antigo Testamento no livro de Tobit. Este arcanjo de nome “Deus curou” ou “Medicina de Deus”, restituiu à vista do piedoso Tobit e nos demonstra que a sua presença, bem como a de Miguel e Gabriel, é discreta, porém, amiga e importante. “Tobias foi à procura de alguém que o pudesse acompanhar e conhecesse bem o caminho. Ao sair, encontrou o anjo Rafael, em pé diante dele, mas não suspeitou que fosse um anjo de Deus” (Tob 5,4).
São Miguel, São Gabriel e São Rafael, rogai por nós!
Fonte: Canção Nova
Homilia do Papa na Missa pela Jornada dos Catequistas
1. Ai daqueles que vivem
comodamente em Sião e daqueles que vivem tranquilos, ... deitados em
leitos de marfim (Am 6, 1.4), comem, bebem, cantam, divertem-se e não se
preocupam com os problemas dos outros.
Palavras duras estas do profeta Amós, mas que nos advertem para o perigo que todos corremos. O que denuncia este mensageiro de Deus, o que coloca diante dos olhos de seus contemporâneos e também diante dos nossos olhos hoje? O risco de acomodar-se, da comodidade, da mundanidade na vida e no coração, de ter como centro o nosso bem-estar. É a mesma experiência do rico do Evangelho, que vestia roupas de luxo e todo dia dava banquetes abundantes; isto era importante para ele. E o pobre que estava à sua porta e não tinha de que se alimentar? Não era tarefa sua, não o olhava. Se as coisas, odinheiro ,
a mundanidade transformam-se o centro da vida, apoderam-nos, nos
possuem e nós perdemos a nossa própria identidade de homens: vejam bem, o
rico do Evangelho não tem nome, é simplesmente “um rico”. As coisas,
aquilo que possui são a sua face, não há outro.
Mas podemos nos perguntar: como isto acontece? Como os homens, talvez também nós, caímos no perigo de fechar-nos, de colocar a nossa segurança nas coisas, que no fim roubam-nos a face, a nossa face humana? Isto acontece quando perdemos a memória de Deus. “Ai daqueles que vivem comodamente em Sião”, dizia o profeta. Se falta a memória de Deus, tudo se nivela, tudo se nivela ao “eu”, sobre o meu bem-estar. A vida, o mundo, os outros, perdem a consistência, não contam mais nada, tudo se reduz a uma só dimensão: o ter. Se perdemos a memória de Deus, também nós perdemos a consistência, também nós nos esvaziamos, perdemos a nossa face como o rico do Evangelho! Quem corre atrás do nada se torna ele mesmo nulidade – diz um outro grande profeta, Jeremias (cfr Jer 2, 5). Nós somos feitos à imagem e semelhança de Deus, não à imagem e semelhança das coisas, dos ídolos!
2. Então, olhando-vos, pergunto-me: quem é o catequista? É aquele que protege e alimenta a memória de Deus; protege-a em si mesmo e a desperta nos outros. É bonito isto: fazer memória de Deus, como a Virgem Maria que, diante da ação maravilhosa de Deus em sua vida, não pensa na honra, no prestígio, nas riquezas, não se fecha em si mesma. Pelo contrário, depois de ter acolhido o anúncio do Anjo e ter concebido o Filho de Deus, o que faz? Parte, vai até a anciã parente Isabel, também esta grávida, para ajudá-la; e no encontro com ela seu primeiro ato é a memória do agir de Deus, da fidelidade de Deus na sua vida, na história do seu povo, na nossa história: “A minha alma glorifica o Senhor...porque olhou para a humildade da sua serva...de geração em geração a sua misericórdia” (Lc 1, 46. 48. 50). Maria tem memória de Deus.
Neste cântico de Maria há também a memória da sua história pessoal, a história de Deus com ela, a sua própria experiência de fé. E é assim para cada um de nós, para cada cristão: a fé contém propriamente a memória da história de Deus conosco, a memória do encontro com Deus que se move primeiro, que cria e salva, que nos transforma; a fé é memória da sua Palavra que aquece o coração, das suas ações de salvação com a qual nos doa a vida, nos purifica, nos cura, nos alimenta. O catequista é propriamente um cristão que coloca esta memória a serviço do anúncio; não para fazer-se ver, não para falar de si, mas para falar de Deus, do seu amor, da sua fidelidade. Falar e transmitir tudo aquilo que Deus revelou, isso é a doutrina em sua totalidade, sem cortar ou acrescentar.
São Paulo recomenda ao seu discípulo e colaborador Timóteo sobretudo uma coisa: Lembre-se, lembre-se de Jesus Cristo, ressuscitado dos mortos, que eu anuncio e pelo qual sofro (cfr 2 Tm 2, 8-9). Mas o Apóstolo pode dizer isto porque ele primeiro lembrou-se de Cristo, que o chamou quando era perseguidor dos cristãos, tocou-o e transformou-o com a sua graça.
O catequista então é um cristão que leva em si a memória de Deus, deixa-se guiar pela memória de Deus em toda a sua vida, e sabe despertá-la no coração dos outros. É um desafio isto! Desafia toda a vida! O próprio Catecismo o que é senão a memória de Deus, memória da sua ação na história, do ser fazer-se próximo a nós em Cristo, presente na sua Palavra, nos Sacramentos, na sua Igreja, no seu amor? Queridos catequistas, pergunto a vocês: somos nós a memória de Deus? Somos verdadeiramente como sentinelas que despertam nos outros a memória de Deus, que aquece o coração?
3. “Ai daqueles que vivem comodamente em Sião”, diz o profeta. Qual caminho percorrer para não ser pessoas “despreocupadas”, que colocam a sua segurança em si mesmo e nas coisas, mas homens e mulheres da memória de Deus? Na Segunda Leitura, São Paulo, escrevendo sempre a Timóteo, dá algumas indicações que podem sinalizar também o caminho do catequista, o nosso caminho: tender à justiça, à piedade, à fé, à caridade, à paciência, à brandura (cfr 1 Tm 6, 11).
O catequista é homem da memória de Deus se tem uma constante, vital relação com Ele e com o próximo; se é homem de fé, que confia verdadeiramente em Deus e coloca Nele a sua segurança; se é homem de caridade, de amor, que vê todos como irmãos; se é homem de "hypomoné", de paciência, de perseverança, que sabe enfrentar as dificuldades, as provações, os insucessos, com serenidade e esperança no Senhor; se é homem brando, capaz de compreensão e misericórdia.
Rezemos ao Senhor para que sejamos todos homens e mulheres que protegem e alimentam a memória de Deus na própria vida e sabem despertá-la no coração dos outros. Amém.
Fonte: Canção Nova
Palavras duras estas do profeta Amós, mas que nos advertem para o perigo que todos corremos. O que denuncia este mensageiro de Deus, o que coloca diante dos olhos de seus contemporâneos e também diante dos nossos olhos hoje? O risco de acomodar-se, da comodidade, da mundanidade na vida e no coração, de ter como centro o nosso bem-estar. É a mesma experiência do rico do Evangelho, que vestia roupas de luxo e todo dia dava banquetes abundantes; isto era importante para ele. E o pobre que estava à sua porta e não tinha de que se alimentar? Não era tarefa sua, não o olhava. Se as coisas, o
Mas podemos nos perguntar: como isto acontece? Como os homens, talvez também nós, caímos no perigo de fechar-nos, de colocar a nossa segurança nas coisas, que no fim roubam-nos a face, a nossa face humana? Isto acontece quando perdemos a memória de Deus. “Ai daqueles que vivem comodamente em Sião”, dizia o profeta. Se falta a memória de Deus, tudo se nivela, tudo se nivela ao “eu”, sobre o meu bem-estar. A vida, o mundo, os outros, perdem a consistência, não contam mais nada, tudo se reduz a uma só dimensão: o ter. Se perdemos a memória de Deus, também nós perdemos a consistência, também nós nos esvaziamos, perdemos a nossa face como o rico do Evangelho! Quem corre atrás do nada se torna ele mesmo nulidade – diz um outro grande profeta, Jeremias (cfr Jer 2, 5). Nós somos feitos à imagem e semelhança de Deus, não à imagem e semelhança das coisas, dos ídolos!
2. Então, olhando-vos, pergunto-me: quem é o catequista? É aquele que protege e alimenta a memória de Deus; protege-a em si mesmo e a desperta nos outros. É bonito isto: fazer memória de Deus, como a Virgem Maria que, diante da ação maravilhosa de Deus em sua vida, não pensa na honra, no prestígio, nas riquezas, não se fecha em si mesma. Pelo contrário, depois de ter acolhido o anúncio do Anjo e ter concebido o Filho de Deus, o que faz? Parte, vai até a anciã parente Isabel, também esta grávida, para ajudá-la; e no encontro com ela seu primeiro ato é a memória do agir de Deus, da fidelidade de Deus na sua vida, na história do seu povo, na nossa história: “A minha alma glorifica o Senhor...porque olhou para a humildade da sua serva...de geração em geração a sua misericórdia” (Lc 1, 46. 48. 50). Maria tem memória de Deus.
Neste cântico de Maria há também a memória da sua história pessoal, a história de Deus com ela, a sua própria experiência de fé. E é assim para cada um de nós, para cada cristão: a fé contém propriamente a memória da história de Deus conosco, a memória do encontro com Deus que se move primeiro, que cria e salva, que nos transforma; a fé é memória da sua Palavra que aquece o coração, das suas ações de salvação com a qual nos doa a vida, nos purifica, nos cura, nos alimenta. O catequista é propriamente um cristão que coloca esta memória a serviço do anúncio; não para fazer-se ver, não para falar de si, mas para falar de Deus, do seu amor, da sua fidelidade. Falar e transmitir tudo aquilo que Deus revelou, isso é a doutrina em sua totalidade, sem cortar ou acrescentar.
São Paulo recomenda ao seu discípulo e colaborador Timóteo sobretudo uma coisa: Lembre-se, lembre-se de Jesus Cristo, ressuscitado dos mortos, que eu anuncio e pelo qual sofro (cfr 2 Tm 2, 8-9). Mas o Apóstolo pode dizer isto porque ele primeiro lembrou-se de Cristo, que o chamou quando era perseguidor dos cristãos, tocou-o e transformou-o com a sua graça.
O catequista então é um cristão que leva em si a memória de Deus, deixa-se guiar pela memória de Deus em toda a sua vida, e sabe despertá-la no coração dos outros. É um desafio isto! Desafia toda a vida! O próprio Catecismo o que é senão a memória de Deus, memória da sua ação na história, do ser fazer-se próximo a nós em Cristo, presente na sua Palavra, nos Sacramentos, na sua Igreja, no seu amor? Queridos catequistas, pergunto a vocês: somos nós a memória de Deus? Somos verdadeiramente como sentinelas que despertam nos outros a memória de Deus, que aquece o coração?
3. “Ai daqueles que vivem comodamente em Sião”, diz o profeta. Qual caminho percorrer para não ser pessoas “despreocupadas”, que colocam a sua segurança em si mesmo e nas coisas, mas homens e mulheres da memória de Deus? Na Segunda Leitura, São Paulo, escrevendo sempre a Timóteo, dá algumas indicações que podem sinalizar também o caminho do catequista, o nosso caminho: tender à justiça, à piedade, à fé, à caridade, à paciência, à brandura (cfr 1 Tm 6, 11).
O catequista é homem da memória de Deus se tem uma constante, vital relação com Ele e com o próximo; se é homem de fé, que confia verdadeiramente em Deus e coloca Nele a sua segurança; se é homem de caridade, de amor, que vê todos como irmãos; se é homem de "hypomoné", de paciência, de perseverança, que sabe enfrentar as dificuldades, as provações, os insucessos, com serenidade e esperança no Senhor; se é homem brando, capaz de compreensão e misericórdia.
Rezemos ao Senhor para que sejamos todos homens e mulheres que protegem e alimentam a memória de Deus na própria vida e sabem despertá-la no coração dos outros. Amém.
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O pároco mártir
Martirizado com crueldade só por ter desempenhado o ministério sacerdotal. Trata-se do jovem pároco Miroslav Bulešić
(1920-1947), que o cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para
as Causas dos Santos, em representação do Papa Francisco, beatifica, no
sábado 28 de Setembro, em Pula na Croácia.
Filho de Miho (Miguel) e Lucija, Miroslav Bulešić nasceu na pequena aldeia da Ístria de Ćabrunići (Zabroni), na paróquia de Svetvinčenat (Sanvincenti), no dia 13 de Maio de 1920. Frequentou a escola básica em Juršići (1926-1930), onde o seu professor de religião (catequista) foi o zeloso sacerdote Ivan Pavić. Depois de ter concluído o liceu, Bulešić decidiu prosseguir os estudos de filosofia e teologia e de se preparar para o sacerdócio. Como pároco procurou conhecer pessoalmente os paroquianos, incentivando-os a participar na santa missa dominical. Esta sua actividade era observada atentamente pelos inimigos da Igreja nas fileiras dos partidários. Não gostavam que o pároco tivesse mais influência do que eles sobre os próprios paroquianos.
A partir de 19 de Agosto 1947 a padre Miroslav Bulešić foi confiada a tarefa de administrar as crismas em Pazin. Os responsáveis do seminário nada sabiam sobre as desordens e as agressões projectadas pelos comunistas. No início, nos arredores de Pazin, a crisma foi conferida sem dificuldade, mas imediatamente houve blocos das estradas e dos crismandos, a fim de que não alcançassem as paróquias. Os militantes comunistas agrediam os sacerdotes e as crianças, ridicularizando-os publicamente. Neste clima Bulešić chegou a Lanišće em 23 de Agosto de 1947 e aqui passou a noite com a intenção de administrar a crisma no dia seguinte. Quando chegou à casa paroquial com o enviado do bispo de Trieste crismou outros sete jovens, que por causa dos bloqueios das estradas não tinham conseguido chegar a tempo à igreja. Pouco depois, fez irrupção na casa um grupo de comunistas, que se lançaram sobretudo e com mais violência sobre o jovem padre Miroslav, batendo nele sem piedade. Algumas testemunhas assistiram impotentes ao que estava a acontecer. Padre Miroslav estava coberto de sangue. Por duas vezes ouviram-no exclamar: «Jesus, acolhe a minha alma». Em seguida, o seu assassino cortou-lhe a garganta com uma faca. O sangue do mártir manchou as paredes e o chão. Isto aconteceu por volta das 11h00 do dia 24 de Agosto de 1947.
Fonte: News.Va
Filho de Miho (Miguel) e Lucija, Miroslav Bulešić nasceu na pequena aldeia da Ístria de Ćabrunići (Zabroni), na paróquia de Svetvinčenat (Sanvincenti), no dia 13 de Maio de 1920. Frequentou a escola básica em Juršići (1926-1930), onde o seu professor de religião (catequista) foi o zeloso sacerdote Ivan Pavić. Depois de ter concluído o liceu, Bulešić decidiu prosseguir os estudos de filosofia e teologia e de se preparar para o sacerdócio. Como pároco procurou conhecer pessoalmente os paroquianos, incentivando-os a participar na santa missa dominical. Esta sua actividade era observada atentamente pelos inimigos da Igreja nas fileiras dos partidários. Não gostavam que o pároco tivesse mais influência do que eles sobre os próprios paroquianos.
A partir de 19 de Agosto 1947 a padre Miroslav Bulešić foi confiada a tarefa de administrar as crismas em Pazin. Os responsáveis do seminário nada sabiam sobre as desordens e as agressões projectadas pelos comunistas. No início, nos arredores de Pazin, a crisma foi conferida sem dificuldade, mas imediatamente houve blocos das estradas e dos crismandos, a fim de que não alcançassem as paróquias. Os militantes comunistas agrediam os sacerdotes e as crianças, ridicularizando-os publicamente. Neste clima Bulešić chegou a Lanišće em 23 de Agosto de 1947 e aqui passou a noite com a intenção de administrar a crisma no dia seguinte. Quando chegou à casa paroquial com o enviado do bispo de Trieste crismou outros sete jovens, que por causa dos bloqueios das estradas não tinham conseguido chegar a tempo à igreja. Pouco depois, fez irrupção na casa um grupo de comunistas, que se lançaram sobretudo e com mais violência sobre o jovem padre Miroslav, batendo nele sem piedade. Algumas testemunhas assistiram impotentes ao que estava a acontecer. Padre Miroslav estava coberto de sangue. Por duas vezes ouviram-no exclamar: «Jesus, acolhe a minha alma». Em seguida, o seu assassino cortou-lhe a garganta com uma faca. O sangue do mártir manchou as paredes e o chão. Isto aconteceu por volta das 11h00 do dia 24 de Agosto de 1947.
sábado, 28 de setembro de 2013
35 anos da morte de João Paulo I
Caros leitores, a exatos 35 anos morria o Papa João Paulo I, o Papa Sorriso. O cardeal Albino Luciani foi eleito bispo de Roma no dia 26 de agosto de 1978 e tomou o nome de João Paulo, para homenagear o Papa João XXIII e o Papa Paulo VI, a quem sucedeu.
Um curto período de pontificado, mas que deixou uma grande lição de simplicidade, humildade e amor. João Paulo I sempre será lembrado por seu jeito carinhoso e por seu sorriso afável para com a pessoa.
Papa João Paulo I, muito obrigado!
Um curto período de pontificado, mas que deixou uma grande lição de simplicidade, humildade e amor. João Paulo I sempre será lembrado por seu jeito carinhoso e por seu sorriso afável para com a pessoa.
Papa João Paulo I, muito obrigado!
Entrevista com o Cardeal Raymond Burke
Caros leitores, publicamos abaixo uma entrevista do cardeal Raymond Leo Burke, dos Estados Unidos, para o site Zenit. O cardeal Burke é conhecido por ser um grande defensor da liturgia, não somente nos aspectos externos, mas sobretudo no interno. Vale a pena ler esta entrevista!
Os abusos litúrgicos que se seguiram às reformas do Concílio Vaticano II estão "estreitamente relacionados" com uma grande porção de corrupção moral que existe no mundo hoje, diz o cardeal Raymond Leo Burke.Em uma entrevista exclusiva a Zenit nos bastidores de "Sacra Liturgia 2013", uma grande conferência internacional sobre liturgia ocorrida em Roma no final de junho, o norte-americano mais influente do Vaticano diz que liturgias pobres também levaram a "uma leviandade na catequese" que tem "impactado" e deixado gerações de católicos mal preparadas para lidar com os desafios de hoje.Em uma ampla discussão, o Cardeal Burke, que é Prefeito do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica, também explica a importância da lei litúrgica, como o Papa Francisco aborda a liturgia e porque a sagrada liturgia é vital para a nova evangelização.ZENIT: Eminência, quais eram suas esperanças para essa conferência?Cardeal Burke: Minha esperança para a conferência era um retorno ao ensinamento do Concílio Ecumênico Vaticano II sobre a sagrada liturgia. Além disso, um aprofundamento e apreciação da continuidade do ensinamento praticado na sagrada liturgia durante a história da Igreja, e que também se reflete no Concílio Ecumênico Vaticano II – algo que foi obscurecido depois do Concílio. Eu acredito que, em grande parte, isso foi alcançado.ZENIT: Nós estamos saindo desse período agora?Cardeal Burke: Sim, já o Papa Paulo VI, depois do Concílio, de uma maneira bem intensa, e depois João Paulo II e Papa Bento XVI, trabalharam diligentemente para restaurar a verdadeira natureza da sagrada liturgia como o presente de adoração dado por nós a Deus e que nós prestamos a Deus da maneira que Ele nos ensina a adorar. Então, não é invenção humana, mas um presente de Deus para nós.ZENIT: Como é importante um bom entendimento da liturgia na Igreja de hoje. Como isso pode ajudar a evangelização?Cardeal Burke: Para mim, é fundamental. É a mais importante área da catequese: entender a adoração devida a Deus. Os três primeiros mandamentos do Decálogo têm a ver com o relacionamento correto com Deus, especialmente no que diz respeito à adoração. É só quando nós entendemos nossa relação com Deus na oferta da adoração que nós também entendemos a ordem correta de todos os outros relacionamentos que nós temos. Como o Papa Bento XVI disse em seu belo magistério sobre a sagrada liturgia, o qual ele expressou com tanta frequência, consiste nessa conexão entre adoração e conduta correta, adoração e lei, adoração e disciplina.ZENIT: Alguns argumentam que a liturgia tem mais a ver com estética, e não é tão importante quanto, vamos dizer, boas obras feitas com fé. Qual a sua visão desse argumento?Cardeal Burke: É um erro de concepção comum. Primeiro, a liturgia tem a ver com Cristo. É Cristo vivo em Sua Igreja, Cristo glorioso vindo ao nosso meio e agindo em nós por meio dos sinais sacramentais, para nos dar o presente da vida eterna para nos salvarmos. É a fonte de qualquer obra verdadeiramente caridosa que realizamos, qualquer boa obra que fazemos. Então, a pessoa cujo coração é cheio de caridade e quer fazer boas obras vai, como Madre Teresa, oferecer seu primeiro propósito à adoração de Deus, a fim de que, quando ele for oferecer caridade para as pessoas pobres ou necessitadas, seja no nível de Deus, e não em um nível humano.ZENIT: Alguns também dizem que estar preocupado com as normas litúrgicas é ser extremado legalista, que é um sufocamento do espírito. Como uma pessoa pode responder isso? Por que devemos nos preocupar com as normas litúrgicas?Cardeal Burke: A lei litúrgica nos disciplina, a fim de que tenhamos a liberdade de adorar a Deus; de outro modo, somos sequestrados – nós somos as vítimas ou escravos ou das nossas ideias individuais, ideias relativas disto ou daquilo, ou da comunidade ou de qualquer outra coisa. Mas a lei litúrgica salvaguarda a objetividade da adoração divina e prepara esse espaço entre nós, essa liberdade de adorar a Deus como Ele quer, para que, então, estejamos certos de não estarmos adorando a nós mesmos ou, ao mesmo tempo, como diz Aquinate, falsificando de algum modo o culto divino.ZENIT: Ela oferece uma espécie de modelo?Cardeal Burke: Exatamente, é o que disciplina faz em todo aspecto de nossas vidas. A menos que sejamos disciplinados, então não somos livres.ZENIT: Como um bispo diocesano nos Estados Unidos, qual o estado em que o senhor encontrou a liturgia nas paróquias das quais o senhor esteve encarregado de cuidar? Quais são, na sua visão, as prioridades para a renovação litúrgica na vida diocesana hoje?Cardeal Burke: Eu encontrei, é claro, vários aspectos bonitos – em ambas as dioceses nas quais servi –, como um forte senso de participação da parte dos fiéis. O que eu também encontrei foram algumas sombras, como o Papa João Paulo II as chamava: a perda da fé na Eucaristia, a perda da devoção eucarística e certos abusos litúrgicos. E, como bispo diocesano, eu precisava enfrentá-los e eu fiz o melhor que pude. Mas, ao enfrentá-los, você sempre tenta ajudar tanto o padre quanto os fiéis a entenderem as razões profundas para a disciplina da Igreja, as razões pelas quais certo abuso não somente não ajuda no culto divino, como, de fato, o bloqueia e o corrompe.ZENIT: É dito que amar a sagrada liturgia e ser pró-vida andam juntos, que aqueles que adoram corretamente são mais dados a querer trazer crianças para o mundo. Você poderia explicar por que é assim?Cardeal Burke: É na sagrada liturgia, acima de tudo, e particularmente na Sagrada Eucaristia, que nós olhamos para o amor que Deus tem por cada vida humana sem exceção, sem limites, começando pelo primeiro momento da concepção, porque Cristo derramou sua vida, como ele disse, por todos os homens. E lembre-se que Ele nos ensina que tudo o que tivermos feito ao menor dos nossos irmãos, nós fazemos diretamente a Ele. Em outras palavras, Ele se identifica a si mesmo no sacrifício eucarístico com cada vida humana. Então, se por um lado, a Eucaristia inspira uma grande reverência, respeito e cuidado pela vida humana, ao mesmo tempo inspira uma alegria entre aqueles que são casados de procriar, de cooperar com Deus em trazer uma nova vida humana a este mundo.ZENIT: "Sacra Liturgia" foi sobre celebração litúrgica, mas também formação. Qual a base de formação litúrgica que precisamos em nossas paróquias, dioceses e particularmente em nossos seminários?Cardeal Burke: A primeira importante lição que precisa ser ensinada é a de que a sagrada liturgia é uma expressão do direito divino de receber de nós o culto que lhe é devido, e que emana de quem nós somos. Nós somos criaturas de Deus e, então, o culto divino, de um modo bem particular, expressa ao mesmo tempo a infinita majestade de Deus e também nossa dignidade como as únicas criaturas na terra capazes de prestar-lhe culto, de, em outras palavras, elevar a Ele nossas mentes e corações em louvor e adoração. Essa seria a primeira lição. Depois, estudar com atenção como os ritos litúrgicos se desenvolveram ao longo dos séculos e não ver a história da Igreja como uma espécie de corrupção daqueles ritos litúrgicos. Neste sentido, a Igreja, no decorrer do tempo, chegou a um entendimento cada vez mais profundo da sagrada liturgia e expressou isso de várias formas, através das vestes sagradas, dos vasos sagrados, da arquitetura sacra – até o cuidado com os paramentos utilizados na Santa Missa. Todas essas são expressões da realidade litúrgica e devem ser cuidadosamente estudadas, e, é claro, então, deve-se estudar a relação da liturgia com os outros aspectos das nossas vidas.ZENIT: Você é conhecido por celebrar a Forma Extraordinária do Rito Romano. Por que o Papa Bento XVI tornou-a livremente disponível e que papel isso tem na Igreja do século XXI?Cardeal Burke: O que o Papa Bento XVI viu e experimentou, também por aqueles que vinham a ele, e que estavam muito ligados ao que chamamos hoje de Forma Extraordinária – a Missa Tradicional – foi que, nas reformas introduzidas depois do Concílio, ocorreu uma incompreensão fundamental: nomeadamente, as reformas foram feitas com a ideia de que havia uma ruptura, de que o modo como a Missa era celebrada até o tempo do Concílio era, de alguma maneira, radicalmente defeituosa e que deveria haver uma mudança violenta, uma redução nos ritos litúrgicos e até na linguagem usada, em todos os aspectos. Então, a fim de restabelecer a continuidade, o Santo Padre deu ampla possibilidade para a celebração dos ritos sagrados tal como eram celebrados até 1962, e então expressou a esperança de que através destas duas formas do mesmo rito – é tudo o mesmo rito romano, pode ser diferente, mas é a mesma Missa, o mesmo Sacramento da Penitência e assim por diante – poderia haver um mútuo enriquecimento. E essa continuidade poderia ser mais perfeitamente expressa no que alguns chamaram de "reforma da reforma".ZENIT: Papa Francisco é uma pessoa diferente de Bento XVI em vários aspectos, mas é difícil de acreditar que há diferenças substanciais entre eles na importância da sagrada liturgia. Existem algumas diferenças?Cardeal Burke: Eu não vejo nada disso. O Santo Padre claramente não teve a oportunidade de ensinar com autoridade sobre a sagrada liturgia, mas nas coisas que ele disse sobre a sagrada liturgia eu vejo uma perfeita continuidade com o Papa Bento XVI e com sua disciplina, e é isso o que o Papa Francisco está fazendo.ZENIT: Essa conferência está refletindo sobre os 50 anos desde a abertura do Concílio Vaticano II, e, há 50 anos, em dezembro, essa constituição sobre a sagrada liturgia foi promulgada. Você já mencionou como a renovação litúrgica não foi como o Concílio desejava, mas como você vê o progresso das coisas no futuro? O que você prevê, especialmente entre os jovens?Cardeal Burke: Os jovens estão voltando atrás agora e estudando ambos os textos do Concílio Ecumênico Vaticano II com os seus sérios textos sobre teologia litúrgica que permanecem válidos ainda hoje. Eles estão estudando os ritos como eles eram celebrados, se esforçando para entender o significado e vários elementos do dito e há um grande entusiasmo e interesse nisso. Tudo isso, eu acredito, é direcionado a uma experiência mais intensa da presença de Deus conosco na sagrada liturgia. Esse elemento transcendente foi mais tristemente perdido quando a reforma após o Concílio foi, por assim dizer, enviesada e manipulada para outros propósitos – aquele senso de transcendência da ação de Cristo por meio dos sacramentos.
ZENIT: Isso reflete a perda do sagrado na sociedade como um todo?Cardeal Burke: Reflete, de fato. Para mim, não há dúvidas de que os abusos na sagrada liturgia, a redução da sagrada liturgia a uma espécie de atividade humana, está estreitamente relacionada a muita corrupção moral e a uma leviandade na catequese que tem impactado e deixado gerações de católicos mal preparadas para lidar com os desafios do nosso tempo. Você pode ver isso em toda a gama da vida da Igreja.ZENIT: O Papa Bento disse certa vez que as crises que vemos na sociedade hoje podem ser associadas aos problemas na liturgia.Cardeal Burke: Sim, ele estava convencido disso e eu posso dizer que também estou. Era, é claro, mais importante que ele estivesse convencido disso, mas eu acredito que ele estava absolutamente correto.
Reflexão para o XXVI Domingo Comum
A reflexão sobre a primeira leitura da liturgia deste domingo
nos coloca no interior de uma sociedade onde um grupo, formado pelo
nobres da Samaria (governantes, palacianos, chefes políticos e
latifundiários) desfrutava das conquistas militares do rei Jeroboão.
Nesse ambiente surgiu a fala discordante do Profeta Amós que dizia
estarem enganados os poderosos ao esperarem o Dia de Javé como um dia de
glória. O Dia de Javé será um dia de castigo, culminando com a
destruição da própria Samaria e com o exílio de seus moradores. Ele foi
claríssimo ao dizer: “ o bando dos gozadores será desfeito”.
Eis os motivos: enriquecimento à custa do pobre e “não se preocupar com a ruína do povo”.
Será que também não existem pobres que desejariam usufruir dessas benesses e sonham em ser como um desses ricos? Pessoas vendem seu corpo, sua inteligência para poderem conviver nesse mundo de privilegiados. Deixam-se corromper para isso.
O Evangelho nos apresenta a reflexão de Jesus diante desse quadro. Ele usa a parábola do rico e de Lázaro para nos dar o seu recado. O rico, que nem nome possui, é descrito como alguém que se veste com luxo, usando roupas importadas, se banqueteando diariamente e morando em uma mansão. Do lado de fora, um sem-teto, Lázaro. Ele via entrar os comensais em traje de festa. Sentia vontade de comer, queria matar a fome, a sede, mas nada lhe era dado. Ao contrário, ainda era incomodado pelos cães que lambiam suas feridas. Era o excluído!
Contudo, Deus - que optou preferencialmente pelos pobres - ao permitir a morte dos dois, acolhe Lázaro em sua casa, enquanto o rico continua em seu fechamento, agora absolutizado pela morte. Neste momento, o nome Lázaro revela seu significado, Deus ajuda, e de fato Deus o ajudou. Enquanto o rico, sem nome, fica agora totalmente ignoto, morto, sepultado e desconhecido!
Dentro da parábola vemos também o resultado, a consequência da atitude surda, absolutamente insensível do rico. O abismo que ele criou, excluindo o pobre de toda e qualquer participação nos bens que ele julgava possuir, volta agora contra ele mesmo. É tão grande que é impossível haver comunicação entre eles. Pior, a inversão foi drástica. Aquele que sempre esteve saciado, suplica por uma gota d’água e pede que Lázaro faça isso.
Existe nesse trecho do Evangelho algo que muitas vezes passa despercebido e que não deveria, porque é importante. Quando Abraão fala com o rico, apesar de se dirigir a uma pessoa, ele usa o plural – “..nem os daí poderiam atravessar até nós.” O rico não está só. Outros o antecederam na ocupação de acumular bens gananciosamente.
Mas o rico faz um segundo pedido a Abraão, que salve os irmãos dele, para que não tenham a mesma sorte. Para isso ele pede a ida de Lázaro à casa deles, para que, vendo um morto, se convertam. Abraão diz ser inútil isso. Para salvá-los, já existe Moisés e os profetas. Veladamente aí está que nem a ressurreição de Jesus irá salvá-los, caso não se abram ao pobre. De fato, quantas pessoas batizadas vivem uma existência surda e insensível em relação aos excluídos! A partilha gera vida, o acúmulo, morte!
A única força capaz de mudar o coração do rico, de ser fechado em si mesmo, é a Palavra de Deus. Ela tem o poder de abrir os corações!
Neste domingo celebramos o Dia da Bíblia. Que ela seja utilizada por nós de tal modo que permita ao nosso coração permanecer sempre aberto aos irmãos, praticando a partilha.
Eis os motivos: enriquecimento à custa do pobre e “não se preocupar com a ruína do povo”.
Será que também não existem pobres que desejariam usufruir dessas benesses e sonham em ser como um desses ricos? Pessoas vendem seu corpo, sua inteligência para poderem conviver nesse mundo de privilegiados. Deixam-se corromper para isso.
O Evangelho nos apresenta a reflexão de Jesus diante desse quadro. Ele usa a parábola do rico e de Lázaro para nos dar o seu recado. O rico, que nem nome possui, é descrito como alguém que se veste com luxo, usando roupas importadas, se banqueteando diariamente e morando em uma mansão. Do lado de fora, um sem-teto, Lázaro. Ele via entrar os comensais em traje de festa. Sentia vontade de comer, queria matar a fome, a sede, mas nada lhe era dado. Ao contrário, ainda era incomodado pelos cães que lambiam suas feridas. Era o excluído!
Contudo, Deus - que optou preferencialmente pelos pobres - ao permitir a morte dos dois, acolhe Lázaro em sua casa, enquanto o rico continua em seu fechamento, agora absolutizado pela morte. Neste momento, o nome Lázaro revela seu significado, Deus ajuda, e de fato Deus o ajudou. Enquanto o rico, sem nome, fica agora totalmente ignoto, morto, sepultado e desconhecido!
Dentro da parábola vemos também o resultado, a consequência da atitude surda, absolutamente insensível do rico. O abismo que ele criou, excluindo o pobre de toda e qualquer participação nos bens que ele julgava possuir, volta agora contra ele mesmo. É tão grande que é impossível haver comunicação entre eles. Pior, a inversão foi drástica. Aquele que sempre esteve saciado, suplica por uma gota d’água e pede que Lázaro faça isso.
Existe nesse trecho do Evangelho algo que muitas vezes passa despercebido e que não deveria, porque é importante. Quando Abraão fala com o rico, apesar de se dirigir a uma pessoa, ele usa o plural – “..nem os daí poderiam atravessar até nós.” O rico não está só. Outros o antecederam na ocupação de acumular bens gananciosamente.
Mas o rico faz um segundo pedido a Abraão, que salve os irmãos dele, para que não tenham a mesma sorte. Para isso ele pede a ida de Lázaro à casa deles, para que, vendo um morto, se convertam. Abraão diz ser inútil isso. Para salvá-los, já existe Moisés e os profetas. Veladamente aí está que nem a ressurreição de Jesus irá salvá-los, caso não se abram ao pobre. De fato, quantas pessoas batizadas vivem uma existência surda e insensível em relação aos excluídos! A partilha gera vida, o acúmulo, morte!
A única força capaz de mudar o coração do rico, de ser fechado em si mesmo, é a Palavra de Deus. Ela tem o poder de abrir os corações!
Neste domingo celebramos o Dia da Bíblia. Que ela seja utilizada por nós de tal modo que permita ao nosso coração permanecer sempre aberto aos irmãos, praticando a partilha.
sábado, 21 de setembro de 2013
Reflexão para o XXV Domingo Comum
Neste domingo nosso relacionamento com Deus é analisado para que possa crescer em maturidade e intensidade.
Com certeza interferirá de modo muito forte nosso relacionamento com o irmão. Deus, como o Pai, tem como muito importante para que nossa relação com Ele “vá de vento em popa” nossa relação com o irmão, principalmente com aquele que é carente de algum dom para que tenha uma vida feliz. Estar bem com Deus supõe estar bem com o irmão. Egoísmo, egocentrismo não encontram espaço no relacionamento com o Senhor. Já quando os discípulos pediram a Jesus que os ensinasse a rezar, deu-lhes como modelo a oração do Pai-Nosso. Portanto, quem quer rezar bem deve ter um bom relacionamento com o outro, só assim poderá falar com o Outro.
A leitura da Profecia de Amós critica severamente aquele que maltrata o irmão, que olha a vida com olhos oportunistas para tirar proveito da situação adversa em que está o carente.
O Evangelho mostra a esperteza de um administrador corrupto que soube agir de modo previdente quando foi informado da chegada do momento de prestação de contas ao proprietário. Ele não se desculpa com o patrão, mas age de modo inteligente para com os devedores. Na verdade, todos são devedores em relação ao patrão. Tanto as pessoas que haviam feito empréstimos, como o administrador que não correspondeu às promessas da contratação. Ele teve para com os devedores uma atitude amiga e envolvente que os tornassem gratos à sua ação.
Jesus reconhece sua esperteza porque ele soube agir de modo excelente com os bens materiais e não ficar na “rua da amargura” quando chegasse a hora de prestar contas.
Todos nós - que não fomos fiéis às promessas batismais, especialmente ao amor a Deus e ao Próximo – somos esse mau administrador. Sabendo chegar nosso fim – mais cedo ou mais tarde nos encontraremos diante do Senhor e deveremos prestar contas de nossa vida, de tudo de bom que tivemos e nos foi proporcionado – tenhamos feito amigos com o que não nos pertence, ou seja, todos os bens são dons de Deus.
Se usarmos esses bens em favor do carente, estaremos transformando aquilo que é material em espiritual e além da “gratidão” de Deus porque “fizemos o bem ao menor de seus irmãos”, teremos esses carentes, gratos, rogando ao Senhor que perdoe nossas faltas. E o primeiro a rogar a Deus por nós, para que nos perdoe, será o próprio Jesus, o Filho de Deus que se fez irmão de todos os homens, especialmente dos carentes.
Com certeza interferirá de modo muito forte nosso relacionamento com o irmão. Deus, como o Pai, tem como muito importante para que nossa relação com Ele “vá de vento em popa” nossa relação com o irmão, principalmente com aquele que é carente de algum dom para que tenha uma vida feliz. Estar bem com Deus supõe estar bem com o irmão. Egoísmo, egocentrismo não encontram espaço no relacionamento com o Senhor. Já quando os discípulos pediram a Jesus que os ensinasse a rezar, deu-lhes como modelo a oração do Pai-Nosso. Portanto, quem quer rezar bem deve ter um bom relacionamento com o outro, só assim poderá falar com o Outro.
A leitura da Profecia de Amós critica severamente aquele que maltrata o irmão, que olha a vida com olhos oportunistas para tirar proveito da situação adversa em que está o carente.
O Evangelho mostra a esperteza de um administrador corrupto que soube agir de modo previdente quando foi informado da chegada do momento de prestação de contas ao proprietário. Ele não se desculpa com o patrão, mas age de modo inteligente para com os devedores. Na verdade, todos são devedores em relação ao patrão. Tanto as pessoas que haviam feito empréstimos, como o administrador que não correspondeu às promessas da contratação. Ele teve para com os devedores uma atitude amiga e envolvente que os tornassem gratos à sua ação.
Jesus reconhece sua esperteza porque ele soube agir de modo excelente com os bens materiais e não ficar na “rua da amargura” quando chegasse a hora de prestar contas.
Todos nós - que não fomos fiéis às promessas batismais, especialmente ao amor a Deus e ao Próximo – somos esse mau administrador. Sabendo chegar nosso fim – mais cedo ou mais tarde nos encontraremos diante do Senhor e deveremos prestar contas de nossa vida, de tudo de bom que tivemos e nos foi proporcionado – tenhamos feito amigos com o que não nos pertence, ou seja, todos os bens são dons de Deus.
Se usarmos esses bens em favor do carente, estaremos transformando aquilo que é material em espiritual e além da “gratidão” de Deus porque “fizemos o bem ao menor de seus irmãos”, teremos esses carentes, gratos, rogando ao Senhor que perdoe nossas faltas. E o primeiro a rogar a Deus por nós, para que nos perdoe, será o próprio Jesus, o Filho de Deus que se fez irmão de todos os homens, especialmente dos carentes.
sábado, 7 de setembro de 2013
Oração pela Pátria
Ó Maria Imaculada, Senhora da Conceição
Aparecida, aqui tendes, prostrado diante de vossa milagrosa imagem, o
Brasil, que vem de novo consagrar-se à vossa maternal proteção.
Escolhemo-vos por especial Padroeira e Advogada da nossa Pátria;
queremos que ela seja inteiramente vossa: vossa é a sua natureza sem
par; vossas são as suas riquezas; vossos, são os campos e as montanhas,
os vales e os rios; vossa é a sociedade; vossos são os lares e seus
habitantes, com seus corações e tudo o que eles têm e possuem; vosso é,
enfim, todo o Brasil.
Sim, ó Senhora Aparecida, o Brasil é vosso!
Por vossa intercessão temos recebido
todos os bens das mãos de Deus, e todos os bens esperamos receber, ainda
e sempre, por vossa intercessão.
Abençoai, pois, o Brasil que Vos ama; abençoai o Brasil que Vos agradece; abençoai, defendei, salvai o vosso Brasil!
Protegei a Santa Igreja; preservai a
nossa Fé, defendei o Santo Padre; assisti os nossos Bispos; santificai o
nosso Clero; socorrei as nossas famílias; amparai o nosso povo;
esclarecei o nosso governo; guiai a nossa gente no caminho do Céu e da
felicidade! Ó Senhora da Conceição Aparecida, lembrai-Vos de que nós
somos e queremos ser vossos vassalos e súditos fiéis. Mas lembrai-vos
também de que nós somos e queremos ser vossos filhos. Mostrai, pois,
ante o Céu e a Terra, que sois a padroeira poderosa do Brasil e a Mãe
querida de todo o povo brasileiro!
Sim, ó Rainha do Brasil, ó Mãe de todos
os brasileiros, venha sempre mais a nós o vosso reino de amor e, por
vossa mediação, venha a nossa Pátria o reino de Jesus Cristo, vosso
Filho e Senhor Nosso. Amém.
A NOSSA SENHORA APARECIDA
Ó Senhora Aparecida, Mãe querida, tenho
tanta confiança em Vós, que espero a vossa proteção e vosso amparo em
todos os passos de minha vida e na hora da morte. Amém.
Papa Francisco fala sobre o matrimônio
O Sacramento do matrimônio é a imagem da união de Cristo com a Igreja: este foi o tema da homilia do Papa Francisco na capela da Casa Santa Marta.
Partindo do trecho do Evangelho em que Jesus responde aos escribas, o Papa nota que o Senhor faz várias referências a esta imagem do esposo. Jesus, disse ele , fala da sua relação com a Igreja como núpcias. “Creio que este seja o motivo mais profundo pelo qual a Igreja preserva tanto o Sacramento do matrimônio, porque é justamente a imagem da união de Cristo com a Igreja.” O Papa então discorreu sobre duas atitudes com as quais o cristão deveria viver essas núpcias: antes de tudo, com alegria, porque é uma grande festa:
“O cristão é fundamentalmente jubiloso. No final do Evangelho, quando trazem o vinho, quando fala do vinho, penso nas bodas de Caná: e por isso Jesus fez aquelemilagre ;
Maria percebeu que não tinha mais vinho, mas sem vinho não há festa....
Já pensou terminar as bodas tomando chá ou suco: não dá... é festa e
Nossa Senhora pede o milagre. E assim é a vida cristã, alegre, alegre de
coração.”
Certamente há momentos de cruz, de dor, mas há sempre aquela paz profunda do júbilo”. A Igreja se une com o Senhor como uma noiva com seu noivo e, no final do mundo, a festa será definitiva”. A segunda atitude a encontramos na parábola das núpcias do filho do rei. Todos foram convidados, bons e maus. Mas quando a festa tem início, o rei olha para quem não tem as vestes nupciais:
"'Nós temos uma ideia…. mas, padre, como assim? Eles se encontram no cruzamento das estradas e se pede a eles a veste nupcial? O que significa isto?'. É muito simples! Deus nos pede somente uma coisa para entrar nesta festa: a totalidade. O Esposo é o mais importante; o Esposo preenche tudo! E isso nos leva à primeira Leitura, que nos fala tão fortemente da totalidade de Jesus, o primogênito de toda a criação. Nele foram criadas todas as coisas, por meio d’Ele e em vista d’Ele! Ele é o centro, tudo."
Jesus – acrescentou – “é também a cabeça do Corpo da Igreja; Ele é o princípio. E Deus deu a Ele a plenitude, a totalidade, para que n’Ele sejam reconciliadas todas as coisas”. Se a primeira atitude é a festa – disse o Papa –, “a segunda é reconhecer Ele como o único”. Ele nos pede somente isto: que O reconheçamos como o único Esposo”. Ele “é sempre fiel e pede a nós fidelidade”. Não podemos servir a dois Senhores: ou se serve a Deus ou se serve ao mundo:
“Esta é a segunda atitude cristã: reconhecer Jesus como o tudo, o centro, a totalidade. Mas sempre teremos a tentação de jogar fora esta novidade do Evangelho, este vinho novo em atitudes velhas… Os odres velhos não podem levar o vinho novo. É a novidade do Evangelho. Que o Senhor nos dê, a todos nós, a graça de ter sempre esta alegria, como se fôssemos ao casamento. E também ter esta fidelidade ao único esposo, que é o Senhor”.
Partindo do trecho do Evangelho em que Jesus responde aos escribas, o Papa nota que o Senhor faz várias referências a esta imagem do esposo. Jesus, disse ele , fala da sua relação com a Igreja como núpcias. “Creio que este seja o motivo mais profundo pelo qual a Igreja preserva tanto o Sacramento do matrimônio, porque é justamente a imagem da união de Cristo com a Igreja.” O Papa então discorreu sobre duas atitudes com as quais o cristão deveria viver essas núpcias: antes de tudo, com alegria, porque é uma grande festa:
“O cristão é fundamentalmente jubiloso. No final do Evangelho, quando trazem o vinho, quando fala do vinho, penso nas bodas de Caná: e por isso Jesus fez aquele
Certamente há momentos de cruz, de dor, mas há sempre aquela paz profunda do júbilo”. A Igreja se une com o Senhor como uma noiva com seu noivo e, no final do mundo, a festa será definitiva”. A segunda atitude a encontramos na parábola das núpcias do filho do rei. Todos foram convidados, bons e maus. Mas quando a festa tem início, o rei olha para quem não tem as vestes nupciais:
"'Nós temos uma ideia…. mas, padre, como assim? Eles se encontram no cruzamento das estradas e se pede a eles a veste nupcial? O que significa isto?'. É muito simples! Deus nos pede somente uma coisa para entrar nesta festa: a totalidade. O Esposo é o mais importante; o Esposo preenche tudo! E isso nos leva à primeira Leitura, que nos fala tão fortemente da totalidade de Jesus, o primogênito de toda a criação. Nele foram criadas todas as coisas, por meio d’Ele e em vista d’Ele! Ele é o centro, tudo."
Jesus – acrescentou – “é também a cabeça do Corpo da Igreja; Ele é o princípio. E Deus deu a Ele a plenitude, a totalidade, para que n’Ele sejam reconciliadas todas as coisas”. Se a primeira atitude é a festa – disse o Papa –, “a segunda é reconhecer Ele como o único”. Ele nos pede somente isto: que O reconheçamos como o único Esposo”. Ele “é sempre fiel e pede a nós fidelidade”. Não podemos servir a dois Senhores: ou se serve a Deus ou se serve ao mundo:
“Esta é a segunda atitude cristã: reconhecer Jesus como o tudo, o centro, a totalidade. Mas sempre teremos a tentação de jogar fora esta novidade do Evangelho, este vinho novo em atitudes velhas… Os odres velhos não podem levar o vinho novo. É a novidade do Evangelho. Que o Senhor nos dê, a todos nós, a graça de ter sempre esta alegria, como se fôssemos ao casamento. E também ter esta fidelidade ao único esposo, que é o Senhor”.
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
Palavras do Papa Francisco na abertura do Capítulo Geral dos Agostinianos
Caros leitores, no último dia 28, dia de Santo Agostinho, o Papa Francisco presidiu a Santa Missa de abertura do Capítulo Geral da Ordem dos Frades Agostinianos. Publicamos abaixo as palavras do Santo Padre, com uma atenção especial ao grande Santo Agostinho.
«Fizestes-nos para Vós e o nosso coração está inquieto enquanto não descansar em Vós» (Confissões, I, 1, 1). Com estas palavras, que se tornaram célebres, santo Agostinho dirige-se a Deus nas Confissões, e nestas palavras está a síntese de toda a sua vida.
«Inquietação». Esta palavra impressiona-me e leva-me a meditar. Gostaria de começar a partir de uma pergunta: que inquietação fundamental vive Agostinho na sua existência? Ou ao contrário eu deveria, talvez, dizer: que inquietações nos convida a suscitar e a manter vivas na nossa vida este grande homem e santo? Proponho três: a inquietação da investigação espiritual, a inquietação do encontro com Deus e a inquietação do amor.
A primeira: inquietação da investigação espiritual. Agostinho vive uma experiência bastante comum nos dias de hoje: muito comum entre os jovens de hoje. É educado na fé cristã pela sua mãe Mónica, embora não receba o Baptismo; mas crescendo afasta-se da fé, não encontra nela a resposta para as suas interrogações, para as aspirações do seu coração, e é atraído por outras propostas. Então, entra no grupo dos maniqueus, dedica-se denodadamente aos seus estudos, não renuncia à diversão despreocupada, aos espectáculos daquela época, a amizades intensas; conhece o amor forte e empreende umabrilhante carreira de
mestre de retórica, que o leva até à corte
imperial de Milão. Agostinho é um homem «bem
sucedido», possui tudo, mas no seu coração
subsiste a inquietação da busca do sentido
profundo da vida; o seu coração não está
adormecido, diria que não está anestesiado
pelo sucesso, pelos bens, pelo poder.
Agostinho não se fecha em si mesmo, não se
acomoda, continua a procurar a verdade, o
sentido da vida, continua a buscar a face de
Deus. Sem dúvida, comete erros, percorre
também caminhos errados, peca, é um pecador;
contudo, não perde a inquietação da busca
espiritual. E deste modo descobre que Deus o
esperava, aliás, nunca tinha deixado de ser
o primeiro a procurá-lo. Gostaria de dizer a
quantos se sentem indiferentes a Deus, à fé,
a quantos estão distantes de Deus ou a quem
o abandonou, também a nós, com as nossas
«distâncias» e os nossos «abandonos» de
Deus, talvez pequenos, mas há muitos na vida
quotidiana: olha no fundo do teu coração,
olha no íntimo de ti mesmo e interroga-te:
tens um coração que aspira a algo de grande,
ou um coração entorpecido pelas coisas? O
teu coração conservou a inquietação da
procura, ou permitiste que ele fosse
sufocado pelos bens, que no fim o atrofiam?
Deus espera por ti, procura-te: o que
respondes? Apercebeste-te desta situação da
tua alma, ou ainda dormes? Acreditas que
Deus te espera, ou para ti esta verdade são
somente «palavras»?
Em Agostinho é precisamente esta inquietação do coração que o leva ao encontro pessoal com Cristo, que o leva a compreender que aquele Deus que ele procurava distante de si é o Deus próximo de cada ser humano, o Deus próximo do nosso coração, mais íntimo a nós do que nós mesmos (cf. ibid.,III, 6, 11). Mas até na descoberta e no encontro com Deus, Agostinho não se detém, não se acomoda, não se se fecha em si mesmo, como aquele que já chegou à meta, mas continua o caminho. A inquietação da investigação da verdade, da busca de Deus, torna-se a inquietação de o conhecer cada vez mais e de sair de si mesmo para o dar a conhecer aos outros. Nomeadamente, é a inquietação do amor. Gostaria de uma tranquila vida de estudo e de oração, mas Deus chama-o a ser Pastor de Hipona num momento difícil, com uma comunidade dividida e com a guerra às portas. E Agostinho deixa-se inquietar por Deus, não se cansa de o anunciar, de evangelizar com coragem, sem medo; procura ser a imagem de Jesus Bom Pastor, que conhece as suas ovelhas (cf. Jo 10, 14); aliás, como gosto de repetir, que «sente o cheiro do seu rebanho» e sai à procura das ovelhas tresmalhadas. Agostinho vive aquilo que são Paulo indica a Timóteo e a cada um de nós: anuncia a palavra, insiste oportuna e inoportunamente, prega o Evangelho com o coração magnânimo, grande (cf. 2 Tm 4, 2), de um Pastor que se inquieta pelas suas ovelhas. O tesouro de Agostinho consiste precisamente nesta atitude: sair sempre rumo a Deus, sair sempre rumo ao rebanho... É um homem em tensão, entre estas duas saídas; não «privatiza» o amor... sempre a caminho, sempre a caminho, dizia o Padre. Sempre inquieto! E esta é a paz da inquietação. Podemos perguntar-nos: vivo inquieto por Deus, para o anunciar, para o dar a conhecer? Ou então deixo-me fascinar por aquela mundanidade espiritual que leva a fazer tudo por amor-próprio? Nós, consagrados, pensamos nos interesses pessoais, no funcionalismo das obras, no carreirismo. Mas podemos pensar em muitas coisas... Por assim dizer, «acomodei-me» na minha vida cristã, na minha vida sacerdotal, na minha vida religiosa e até na minha vida de comunidade, ou conservo a força da inquietação por Deus, pela sua Palavra, que me leva a «sair» e ir rumo aos outros?
E venhamos à última inquietação, a inquietação do amor. Aqui não posso deixar de olhar para a mãe, Mónica! Quantas lágrimas derramou aquela santa mulher pela conversão do filho! E quantas mães, também hoje, vertem lágrimas a fim de que os seus filhos voltem para Cristo! Não percais a esperança na graça de Deus! Nas Confissões lemos esta frase que um bispo dirigiu a santa Mónica, que lhe pedia para ajudar o seu filho a reencontrar o caminho da fé: «Não é possível que um filho de tantas lágrimas venha a perecer» (III, 12, 21). O próprio Agostinho, depois da conversão, dirigindo-se a Deus, escreve: «Por amor de mim, chorava diante de Vós a minha mãe, toda fiel, derramando mais lágrimas do que jamais vertem as mães diante da morte física dos seus filhos» (Ibid., III, 11, 19). Mulher inquieta, aquela mulher que no final pronuncia palavras bonitas: cumulatius hoc mihi Deus praestitit! [o meu Deus satisfez-me copiosamente!] (Ibid., IX, 10, 26). Aquilo pelo que ela chorava, Deus concedeu-lhe de maneira abundante! E Agostinho é herdeiro de Mónica, dela recebe a semente da inquietação. Eis, então, a inquietação do amor: procurar sempre, sem tréguas, o bem do outro, da pessoa amada, com aquela intensidade que leva até às lágrimas. Vêm à minha mente Jesus que chora diante do túmulo do amigo Lázaro; Pedro que, depois de ter negado Jesus, encontra o seu olhar rico de misericórdia e de amor, e chora amargamente; o pai que, no terraço, espera a volta do filho e quando ele ainda está longe, vai ao seu encontro; vem à minha mente a Virgem Maria que, com amor, acompanha o Filho Jesus até à Cruz. Como vivemos a inquietação do amor? Cremos no amor a Deus e ao próximo, ou somos nominalistas a este propósito? Não de modo abstracto, não somente palavras, mas o irmão concreto que encontramos, o irmão que está ao nosso lado! Deixamo-nos inquietar pelas suas necessidades, ou permanecemos fechados em nós mesmos, nas nossas comunidades, que com frequência são para nós «comunidades-comodidades»? Às vezes podemos viver num condomínio, sem conhecer quem vive ao nosso lado; ou então podemos viver em comunidade, sem conhecer verdadeiramente o nosso irmão de hábito: amargurado, penso nos consagrados que não são fecundos, que são «solteirões». A inquietação do amor impele sempre a ir ao encontro do outro, sem esperar que seja o outro a manifestar a sua necessidade. A inquietação do amor oferece-nos a dádiva da fecundidade pastoral, e nós devemos perguntar-nos, cada um de nós: como está a minha fecundidade espiritual, a minha fecundidade pastoral?
Estimados Agostinianos, peçamos ao Senhor por vós, que encetais o Capítulo geral, e por todos nós, que conserve no nosso coração a inquietação espiritual de o procurar sempre, a inquietação de o anunciar com coragem, a inquietação do amor por cada irmão e irmã. Assim seja!
«Fizestes-nos para Vós e o nosso coração está inquieto enquanto não descansar em Vós» (Confissões, I, 1, 1). Com estas palavras, que se tornaram célebres, santo Agostinho dirige-se a Deus nas Confissões, e nestas palavras está a síntese de toda a sua vida.
«Inquietação». Esta palavra impressiona-me e leva-me a meditar. Gostaria de começar a partir de uma pergunta: que inquietação fundamental vive Agostinho na sua existência? Ou ao contrário eu deveria, talvez, dizer: que inquietações nos convida a suscitar e a manter vivas na nossa vida este grande homem e santo? Proponho três: a inquietação da investigação espiritual, a inquietação do encontro com Deus e a inquietação do amor.
A primeira: inquietação da investigação espiritual. Agostinho vive uma experiência bastante comum nos dias de hoje: muito comum entre os jovens de hoje. É educado na fé cristã pela sua mãe Mónica, embora não receba o Baptismo; mas crescendo afasta-se da fé, não encontra nela a resposta para as suas interrogações, para as aspirações do seu coração, e é atraído por outras propostas. Então, entra no grupo dos maniqueus, dedica-se denodadamente aos seus estudos, não renuncia à diversão despreocupada, aos espectáculos daquela época, a amizades intensas; conhece o amor forte e empreende uma
Em Agostinho é precisamente esta inquietação do coração que o leva ao encontro pessoal com Cristo, que o leva a compreender que aquele Deus que ele procurava distante de si é o Deus próximo de cada ser humano, o Deus próximo do nosso coração, mais íntimo a nós do que nós mesmos (cf. ibid.,III, 6, 11). Mas até na descoberta e no encontro com Deus, Agostinho não se detém, não se acomoda, não se se fecha em si mesmo, como aquele que já chegou à meta, mas continua o caminho. A inquietação da investigação da verdade, da busca de Deus, torna-se a inquietação de o conhecer cada vez mais e de sair de si mesmo para o dar a conhecer aos outros. Nomeadamente, é a inquietação do amor. Gostaria de uma tranquila vida de estudo e de oração, mas Deus chama-o a ser Pastor de Hipona num momento difícil, com uma comunidade dividida e com a guerra às portas. E Agostinho deixa-se inquietar por Deus, não se cansa de o anunciar, de evangelizar com coragem, sem medo; procura ser a imagem de Jesus Bom Pastor, que conhece as suas ovelhas (cf. Jo 10, 14); aliás, como gosto de repetir, que «sente o cheiro do seu rebanho» e sai à procura das ovelhas tresmalhadas. Agostinho vive aquilo que são Paulo indica a Timóteo e a cada um de nós: anuncia a palavra, insiste oportuna e inoportunamente, prega o Evangelho com o coração magnânimo, grande (cf. 2 Tm 4, 2), de um Pastor que se inquieta pelas suas ovelhas. O tesouro de Agostinho consiste precisamente nesta atitude: sair sempre rumo a Deus, sair sempre rumo ao rebanho... É um homem em tensão, entre estas duas saídas; não «privatiza» o amor... sempre a caminho, sempre a caminho, dizia o Padre. Sempre inquieto! E esta é a paz da inquietação. Podemos perguntar-nos: vivo inquieto por Deus, para o anunciar, para o dar a conhecer? Ou então deixo-me fascinar por aquela mundanidade espiritual que leva a fazer tudo por amor-próprio? Nós, consagrados, pensamos nos interesses pessoais, no funcionalismo das obras, no carreirismo. Mas podemos pensar em muitas coisas... Por assim dizer, «acomodei-me» na minha vida cristã, na minha vida sacerdotal, na minha vida religiosa e até na minha vida de comunidade, ou conservo a força da inquietação por Deus, pela sua Palavra, que me leva a «sair» e ir rumo aos outros?
E venhamos à última inquietação, a inquietação do amor. Aqui não posso deixar de olhar para a mãe, Mónica! Quantas lágrimas derramou aquela santa mulher pela conversão do filho! E quantas mães, também hoje, vertem lágrimas a fim de que os seus filhos voltem para Cristo! Não percais a esperança na graça de Deus! Nas Confissões lemos esta frase que um bispo dirigiu a santa Mónica, que lhe pedia para ajudar o seu filho a reencontrar o caminho da fé: «Não é possível que um filho de tantas lágrimas venha a perecer» (III, 12, 21). O próprio Agostinho, depois da conversão, dirigindo-se a Deus, escreve: «Por amor de mim, chorava diante de Vós a minha mãe, toda fiel, derramando mais lágrimas do que jamais vertem as mães diante da morte física dos seus filhos» (Ibid., III, 11, 19). Mulher inquieta, aquela mulher que no final pronuncia palavras bonitas: cumulatius hoc mihi Deus praestitit! [o meu Deus satisfez-me copiosamente!] (Ibid., IX, 10, 26). Aquilo pelo que ela chorava, Deus concedeu-lhe de maneira abundante! E Agostinho é herdeiro de Mónica, dela recebe a semente da inquietação. Eis, então, a inquietação do amor: procurar sempre, sem tréguas, o bem do outro, da pessoa amada, com aquela intensidade que leva até às lágrimas. Vêm à minha mente Jesus que chora diante do túmulo do amigo Lázaro; Pedro que, depois de ter negado Jesus, encontra o seu olhar rico de misericórdia e de amor, e chora amargamente; o pai que, no terraço, espera a volta do filho e quando ele ainda está longe, vai ao seu encontro; vem à minha mente a Virgem Maria que, com amor, acompanha o Filho Jesus até à Cruz. Como vivemos a inquietação do amor? Cremos no amor a Deus e ao próximo, ou somos nominalistas a este propósito? Não de modo abstracto, não somente palavras, mas o irmão concreto que encontramos, o irmão que está ao nosso lado! Deixamo-nos inquietar pelas suas necessidades, ou permanecemos fechados em nós mesmos, nas nossas comunidades, que com frequência são para nós «comunidades-comodidades»? Às vezes podemos viver num condomínio, sem conhecer quem vive ao nosso lado; ou então podemos viver em comunidade, sem conhecer verdadeiramente o nosso irmão de hábito: amargurado, penso nos consagrados que não são fecundos, que são «solteirões». A inquietação do amor impele sempre a ir ao encontro do outro, sem esperar que seja o outro a manifestar a sua necessidade. A inquietação do amor oferece-nos a dádiva da fecundidade pastoral, e nós devemos perguntar-nos, cada um de nós: como está a minha fecundidade espiritual, a minha fecundidade pastoral?
Estimados Agostinianos, peçamos ao Senhor por vós, que encetais o Capítulo geral, e por todos nós, que conserve no nosso coração a inquietação espiritual de o procurar sempre, a inquietação de o anunciar com coragem, a inquietação do amor por cada irmão e irmã. Assim seja!
Morre o Bispo de Guarulhos
Faleceu na noite de ontem, aos 63 anos, vítima de câncer, o bispo diocesano de Guarulhos, Dom Joaquim Justino Carreira.
Português, Dom Justino foi tradutor da Mensagem de Fátima por ocasião
de sua divulgação oficial pela Santa Sé, no ano 2000. Após a morte do
grande Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, em junho de 2012, Guarulhos perde em
pouco mais de um ano o seu sucessor. Réquiem aetérnam dona ei, Dómine: et lux perpétua lúceat ei
Fonte: Fratres in Unum
Fonte: Fratres in Unum
Estamos de volta
Queridos leitores, após um mês de recesso retornamos às nossas atividades aqui em nosso blog. A credibilidade continua aquela de sempre. Por isso contamos com o acesso de vocês. E voltamos num dia histórico: dia em alcançamos 25.000 visitas. Jubileu de Prata! Obrigado!
DEO GRATIAS!
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