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sábado, 30 de novembro de 2013

Homilia do Papa na Santa Missa de Encerramento do Ano da Fé

SANTA MISSA NA CONCLUSÃO DO ANO DA FÉ
NA SOLENIDADE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO

Praça de São Pedro
Domingo, 24 de Novembro de 2013


A solenidade de Cristo Rei do universo, que hoje celebramos como coroamento do ano litúrgico, marca também o encerramento do Ano da Fé, proclamado pelo Papa Bento XVI, para quem neste momento se dirige o nosso pensamento cheio de carinho e de gratidão por este dom que nos deu. Com esta iniciativa providencial, ele ofereceu-nos a oportunidade de redescobrirmos a beleza daquele caminho de fé que teve início no dia do nosso Baptismo e nos tornou filhos de Deus e irmãos na Igreja; um caminho que tem como meta final o encontro pleno com Deus e durante o qual o Espírito Santo nos purifica, eleva, santifica para nos fazer entrar na felicidade por que anseia o nosso coração.

Desejo também dirigir uma cordial e fraterna saudação aos Patriarcas e aos Arcebispos Maiores das Igrejas Orientais Católicas, aqui presentes. O abraço da paz, que trocarei com eles, quer significar antes de tudo o reconhecimento do Bispo de Roma por estas Comunidades que confessaram o nome de Cristo com uma fidelidade exemplar, paga muitas vezes por caro preço.

Com este gesto pretendo igualmente, através deles, alcançar todos os cristãos que vivem na Terra Santa, na Síria e em todo o Oriente, a fim de obter para todos o dom da paz e da concórdia.

As Leituras bíblicas que foram proclamadas têm como fio condutor a centralidade de Cristo: Cristo está no centro, Cristo é o centro. Cristo, centro da criação, do povo e da história.

1. O Apóstolo Paulo, na segunda Leitura tirada da Carta aos Colossenses, dá-nos uma visão muito profunda da centralidade de Jesus. Apresenta-O como o Primogénito de toda a criação: n’Ele, por Ele e para Ele foram criadas todas as coisas. Ele é o centro de todas as coisas, é o princípio: Jesus Cristo, o Senhor. Deus deu-Lhe a plenitude, a totalidade, para que n’Ele fossem reconciliadas todas as coisas (cf. 1, 12-20). Senhor da criação, Senhor da reconciliação.

Esta imagem faz-nos compreender que Jesus é o centro da criação; e, portanto, a atitude que se requer do crente – se o quer ser de verdade - é reconhecer e aceitar na vida esta centralidade de Jesus Cristo, nos pensamentos, nas palavras e nas obras. E, assim, os nossos pensamentos serão pensamentos cristãos, pensamentos de Cristo. As nossas obras serão obras cristãs, obras de Cristo, as nossas palavras serão palavras cristãs, palavras de Cristo. Diversamente, quando se perde este centro, substituindo-o por outra coisa qualquer, disso só derivam danos para o meio ambiente que nos rodeia e para o próprio homem.

2. Além de ser centro da criação e centro da reconciliação, Cristo é centro do povo de Deus. E hoje mesmo Ele está aqui, no centro da nossa assembleia. Está aqui agora na Palavra e estará aqui no altar, vivo, presente, no meio de nós, seu povo. Assim no-lo mostra a primeira Leitura, que narra o dia em que as tribos de Israel vieram procurar David e ungiram-no rei sobre Israel diante do Senhor (cf. 2 Sam 5, 1-3). Na busca da figura ideal do rei, aqueles homens procuravam o próprio Deus: um Deus que Se tornasse vizinho, que aceitasse caminhar com o homem, que Se fizesse seu irmão.

Cristo, descendente do rei David, é precisamente o «irmão» ao redor do qual se constitui o povo, que cuida do seu povo, de todos nós, a preço da sua vida. N’Ele, nós somos um só; um só povo unido a Ele, partilhamos um só caminho, um único destino. Somente n’Ele, n’Ele por centro, temos a identidade como povo.

3. E, por último, Cristo é o centro da história da humanidade e também o centro da história de cada homem. A Ele podemos referir as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias de que está tecida a nossa vida. Quando Jesus está no centro, até os momentos mais sombrios da nossa existência se iluminam: Ele dá-nos esperança, como fez com o bom ladrão no Evangelho de hoje.

Enquanto todos os outros se dirigem a Jesus com desprezo – «Se és o Cristo, o Rei Messias, salva-Te a Ti mesmo, descendo do patíbulo!» –, aquele homem, que errou na vida, no fim agarra-se arrependido a Jesus crucificado suplicando: «Lembra-Te de mim, quando entrares no teu Reino» (Lc 23, 42). E Jesus promete-lhe: «Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso» (23, 43): o seu Reino. Jesus pronuncia apenas a palavra do perdão, não a da condenação; e quando o homem encontra a coragem de pedir este perdão, o Senhor nunca deixa sem resposta um tal pedido. Hoje todos nós podemos pensar na nossa história, no nosso caminho. Cada um de nós tem a sua história; cada um de nós tem também os seus erros, os seus pecados, os seus momentos felizes e os seus momentos sombrios. Neste dia, far-nos-á bem pensar na nossa história, olhar para Jesus e, do fundo do coração, repetir-lhe muitas vezes – mas com o coração, em silêncio – cada um de nós: «Lembra-Te de mim, Senhor, agora que estás no teu Reino! Jesus, lembra-Te de mim, porque eu tenho vontade de me tornar bom, mas não tenho força, não posso: sou pecador, sou pecadora. Mas lembra-Te de mim, Jesus! Tu podes lembrar-Te de mim, porque Tu estás no centro, Tu estás precisamente no teu Reino!». Que bom! Façamo-lo hoje todos, cada um no seu coração, muitas vezes: «Lembra-Te de mim, Senhor, Tu que estás no centro, Tu que estás no teu Reino!»

A promessa de Jesus ao bom ladrão dá-nos uma grande esperança: diz-nos que a graça de Deus é sempre mais abundante de quanto pedira a oração. O Senhor dá sempre mais – Ele é tão generoso! –, dá sempre mais do que se Lhe pede: pedes-Lhe que Se lembre de ti, e Ele leva-te para o seu Reino! Jesus é precisamente o centro dos nossos desejos de alegria e de salvação. Caminhemos todos juntos por esta estrada!

Reflexão para o Primeiro Domingo do Advento

Iniciamos um novo ano litúrgico e, com ele, nova oportunidade para colocarmos nossa vida de acordo com a mensagem cristã extraída da Sagrada Escritura.
O Evangelho de hoje nos fala da segunda vinda de Jesus. O tempo do Advento, que ora iniciamos, tem o objetivo de nos preparar para essa segunda vinda. É verdade que tudo nos leva a nos preparamos para o Natal, mas a liturgia deseja, de modo especial, nos preparar para o encontro definitivo com Cristo, cuja celebração natalina também tem idêntico objetivo.
No Evangelho, Jesus nos diz que é no dia a dia que Deus vem ao nosso encontro, como aconteceu na época de Noé. Apesar de se comentar que aquele tempo chegava ao seu fim, nem todos acreditavam e até zombavam dos que levaram a notícia a sério.

Também nós estamos em um mundo onde as coisas terminam, até o ser humano se extingue! Portanto estamos em um mundo que tem seu fim e para tal deveremos nos preparar. Se meus antepassados já não mais existem, se pessoas que eu conheci já não mais estão sobre a terra, devo me preparar porque minha hora, meu momento vai chegar. Essa preparação não deve ser de modo estático ou trágico como algumas pessoas pensam, mas de modo dinâmico, dentro da vida diária, sem se fazer nada de especial, apenas praticando os ensinamentos do Senhor, amando a Deus e ao próximo. Nosso fim, nossa morte é certa e inevitável. Da morte ninguém escapa, é uma certeza! Apenas não sabemos quando e nem como.
Por isso é importante que estejamos preparados para esse momento que eternizará nossa existência.
Lembro-me de uma brincadeira de criança chamada “brincar de estátua”. As crianças estão pulando, dançando, fazendo qualquer coisa e aí o coleguinha grita “estátua” e todos deverão permanecer paralizados, como estavam quando ouviram o grito “estátua”. Também assim será o momento do encontro com Deus. Quando o Senhor nos chamar, quando disser “estátua”, não haverá possibilidade alguma de mudança, mas nos apresentaremos a Ele como fomos encontrados. Portanto aquele ditado que diz “Para onde a árvore pende, para lá cairá”, é uma grande verdade.
Aquele será o dia da nossa realidade, quando não mais poderemos mudar de coisas. Ao preencher a última página no livro de nossa existência, tudo estará consumado. Tudo estará nas mãos de Deus.
Portanto, vivamos de modo feliz, alegre, fazendo o que o Senhor nos pediu, sem outra preocupação a não ser amar e servir.

Nossa vida, nossa saúde, nossos dons e bens, intelectuais, espirituais e materiais deverão ser colocados à disposição de Deus, ou seja, das pessoas que Ele colocou em nossa vida, para que sejam felizes, para que O conheçam e O amem. Isso será eternizado quando chegar ao fim nossa participação neste mundo. Não sirvamos de nossa vida e dos bens que possuímos para nossa própria ruína. Deus nos criou livres e assim nos deixa viver. Sejamos responsáveis!

Poderíamos nos perguntar: Meu marido, minha mulher, meu filho, minha filha, meu pai, minha mãe, meu irmão, minha irmã, meu amigo, minha amiga, meu companheiro, minha companheira, enfim essas pessoas que Deus colocou por um tempo em minha vida, se tornaram mais felizes porque conviveram comigo ou minha presença foi ocasião de desilusão e fracasso? Aí já está o nosso juízo. Minha vida valeu? Ainda há tempo! Estamos vivos! Poderemos mudar!

domingo, 17 de novembro de 2013

As ameaças da máfia ao Papa Francisco

As informações sobre um possível ataque da máfia contra o Papa, publicada pela agência ZENIT na edição espanhola de ontem, despertou grande preocupação em toda a América Latina. Durante o dia de hoje, a redação recebeu inúmeras chamadas, de diferentes países da América Latina. A suspeita foi lançada pelo fiscal-adjunto da região italiana de Reggio Calabria, Nicola Gratteri, em entrevista publicada ontem no jornal italiano Il Fatto Quotidiano.

"Não existe nenhum motivo concreto que preocupe e não vem ao caso se alarmar", afirmou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, conforme notícia da agência italiana Ansa.

Nos centro do poder, diz ele, a figura do Papa Francisco é vista com desconfiança e temor. O Santo Padre, adverte Gratteri, pode ser alvo do crime organizado se ele continuar com sua política de limpeza financeira no Vaticano. "Está deixando nervosa a máfia financeira", afirma.

Além disso, o fiscal da Calábria afirma que "aqueles que se nutriram até agora do poder e da riqueza derivados da Igreja, estão inquietos". O Papa "está no caminho certo, rema contra o luxo e tem dado sinais importantes" de que "tem como objetivo fazer uma limpeza total", uma atitude que não pode deixar de desagradar a máfia.

"Eu não sei se o crime organizado é capaz de fazer algo contra o Papa - continua -, mas certamente está pensando". "Pode ser perigoso", ressalta.

Em suas declarações, o especialista na luta contra o crime organizado também afirma que "os antigos 'padrinhos' deixaram de existir, estão mortos ou na cadeia". No momento, esclarece Gratteri, manda "o investidor mafioso, que faz lavagem de dinheiro, em suma, tem o poder real". Para o fiscal de Reggio Calabria, "são estes que estão ficando nervosos".

É importante notar que a palavra máfia na América Latina é usada como um termo genérico, mas na Itália, a Máfia é o 'crime organizado' na região da Sicília, enquanto em Reggio Calabria é chamado N'drangheta e em Nápoles, camorra.

Enquanto isso, os modelos do filme 'O Poderoso Chefão' (Il Padrino) tornaram-se obsoletos e o que resta é a criminalidade que se ocupa do tráfico humano, de armas, prostituição e drogas, daí a necessidade de buscar fundos ilícitos.

Fonte: ZENIT

Pe. Frederico Lombardi, SJ - Porta-Voz do Vaticano



sábado, 16 de novembro de 2013

Santa Missa de Encerramento do Ano da Fé


 Caros leitores, no próximo dia 24/11 celebramos a Solenidade de Cristo Rei e encerramos o Ano Litúrgico de 2013. Este ano, esta solenidade é ainda mais especial pois marca o encerramento do Ano da Fé, iniciado em 11 de outubro de 2012. Por isso convidamos para:


Santa Missa de Encerramento do Ano da Fé
 

 
 
 Domingo - 24/11 - Solenidade de Cristo Rei do Universo - 11h - Matriz
 Celebrante: Pe. Jonacir Francisco Alessi
 

Imagens do funeral do Cardeal Domenico Bartolucci

 Caros leitores, nesta semana a Igreja perdeu um de seus filhos queridos aos 96 anos, o cardeal Domenico Bartolucci. O purpurado era conhecido pela sua dedicação à música, sendo maestro perpétuo emérito da capela sistina.



Em 2010, com 93 anos, o então Mons. Bartolucci foi criado cardeal por Bento XVI, mas devido à sua idade, foi dispensado da ordenação episcopal. Porém, por um privilégio concedido pelo Papa São Pio X, estes cardeais podem usar todas as vestimentas dos bispos (mitra, báculo, cruz).


Cardeal Bartolucci recebe o barrete cardinalício das mãos de Bento XVI no consistório de 2010


No dia 13 de novembro foi celebrada a Santa Missa com o Rito de Exéquias. Esta Missa, seguindo o costume de Bento XVI, foi presidida pelo Decano dos Cardeais (Cardeal Angelo Sodano). O Papa Francisco chegou ao final da celebração e fez a última encomendação, segundo o que diz o Cerimonial dos Bispos. Abaixo publicamos algumas fotos que podem ser encontradas no perfil de Mons. Guido Marini no Facebook.






Reflexão para o XXXIII Domingo Comum

“Para vós, que temeis o meu nome, nascerá o sol de justiça, trazendo salvação em suas asas.”


Esta frase de Malaquias nos garante a vitória final em que, apesar de vermos o triunfo do mal, o bem será o triunfador.
Mas para que a justiça triunfe ainda neste mundo, será necessário que trabalhemos com fé, esperando uma sociedade nascida do trabalho daqueles que atuam em seu favor e da liberdade. Cada gesto, por menor que seja, mas que demonstre resistência ao mal e adesão ao bem das pessoas, é uma pequena vitória dos justos.

No Evangelho, temos uma página de estilo apocalíptico, isto é, uma linguagem aparentemente incompreensível, mas que fortifica a esperança na ação de Deus.

É-nos proposta uma resistência inteligente que desmonta os sistemas que geram opressão e morte. Jesus fala da destruição do Templo de Jerusalém. O Templo representa a antiga aliança e como tudo que é antigo, também ele sofrerá destruição, não ficará pedra sobre pedra, mas os amados de Deus ficarão incólumes e nem um fio de cabelo de sua cabeça se perderá. O antigo será destruído, se perderá porque o novo será o eterno, mesmo que se desenvolva de modo discreto, simples, ele permanecerá.

Também nós enfrentamos dificuldades em nossa vida, em nosso dia a dia e ficamos muito tristes e preocupados porque perdemos coisas que foram duramente conquistadas e parecem desaparecer para sempre.
Nesse momento surge Jesus, a fé na vida, e nos diz que é necessário permanecer firmes, que será desse modo que ganharemos a vida.

Estamos no final do Ano Litúrgico. No próximo domingo celebraremos Cristo Rei do Universo. Tivemos mais um ano para crescer no conhecimento do amor de Deus, no aumento da fé, da esperança e da caridade. Neste momento poderemos fazer uma avaliação de como nos portamos face à Misericórdia de Deus, que nos deu mais um ano para crescermos na fé.
Deixamo-nos impressionar pelos eventos apocalípticos de em nossa vida? Ficamos assustados com as atitudes desconcertantes de algumas pessoas? Somos dependentes da aprovação das pessoas?

O Senhor nos manda permanecermos firmes, isto é, firmes na fé em suas palavras de esperança e de fé na vida!

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Homilia do Papa na Santa Missa em Sufrágio dos cardeais e bispos falecidos

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Basílica Vaticana, Altar da Cátedra
Segunda-feira, 4 de Novembro de 2013
  No clima espiritual do mês de Novembro, marcado pela recordação dos fiéis defuntos, recordamos os irmãos Cardeais e Bispos do mundo inteiro que voltaram para a Casa do Pai durante este último ano. Enquanto oferecemos esta Sagrada Eucaristia em sufrágio por cada um deles, peçamos ao Senhor que lhes conceda a recompensa celestial prometida aos servos bons e fiéis.
Ouvimos as palavras de são Paulo: «Estou persuadido de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem as alturas, nem os abismos, nem outra criatura qualquer nos poderá separar do amor que Deus nos testemunha em nosso Senhor Jesus Cristo» (Rm 8, 38-39).
O apóstolo apresenta o amor de Deus como o motivo mais profundo e invencível da confiança e da esperança cristãs. Ele enumera as forças contrárias e misteriosas que podem ameaçar o caminho da fé. Mas imediatamente afirma com segurança que, não obstante toda a nossa existência esteja circundada por ameaças, nunca algo poderá separar-nos do amor que o próprio Cristo reservou para nós, entregando-se totalmente. Até os poderes demoníacos, hostis ao homem, se deparam impotentes diante da íntima união de amor entre Jesus e quantos o recebem com fé. Esta realidade do amor fiel que Deus tem por cada um de nós ajuda-nos a enfrentar com serenidade e força o caminho de cada dia, que algumas vezes é imediato e outras é lento e extenuante.
Somente o pecado do homem pode interromper este vínculo; mas também neste caso, Deus procurá-lo-á sempre, irá em sua busca para restabelecer com ele uma união que perdura também depois da morte; aliás, uma união que alcança o seu apogeu no encontro final com o Pai. Esta certeza confere um sentido renovado e pleno à vida terrena e abre-nos à esperança para a vida além da morte.
Com efeito, cada vez que nos encontramos diante da morte de uma pessoa querida, ou que conhecemos bem, surge em nós esta pergunta: «O que será da sua vida, do seu trabalho, do seu serviço na Igreja?». O Livro da Sabedoria respondeu-nos: eles estão nas mãos de Deus! A mão é sinal de acolhimento e de salvaguarda, é sinal de uma relação pessoal de respeito e de fidelidade: dar a mão, apertar a mão. Eis, estes pastores zelosos que dedicaram a sua vida ao serviço de Deus e dos irmãos, encontram-se nas mãos de Deus. Tudo deles está bem conservado, e não será corrompido pela morte. Estão nas mãos de Deus todos os seus dias, impregnados de alegrias e sofrimentos, de expectativas e cansaços, de fidelidade ao Evangelho e paixão pela salvação espiritual e material da grei que lhes tinha sido confiada.
Também os pecados, os nossos pecados, estão nas mãos de Deus; aquelas mãos são misericordiosas, são mãos «feridas» de amor. Não foi por acaso que Jesus quis conservar as chagas nas suas mãos, para nos fazer sentir a sua misericórdia. E esta é a nossa força, a nossa esperança.
Esta realidade, repleta de esperança, é a perspectiva da ressurreição final, da vida eterna, à qual estão destinados «os justos», aqueles que aceitam a Palavra de Deus e são dóceis ao seu Espírito.
Desejamos recordar assim os nossos irmãos Cardeais e Bispos defuntos. Homens dedicados à sua vocação e ao seu serviço à Igreja, que amaram como se ama uma esposa. Confiemo-los na oração à misericórdia do Senhor, por intercessão de Nossa Senhora e de são José, para que os receba no seu Reino de luz e de paz, onde vivem eternamente os justos e aqueles que foram testemunhas fiéis do Evangelho. Nesta prece, rezemos também por nós mesmos, a fim de que o Senhor nos prepare para este encontro. Não sabemos o dia, mas haverá este encontro.

Imagens da Santa Missa em Sufrágio pelos Cardeais e Bispos falecidos

 Caros leitores, no último dia 04 de novembro o Papa Francisco presidiu à celebração eucarística em sufrágio por todos os cardeais, arcebispos e bispos falecidos desde novembro de 2012. A celebração foi na Basílica de São Pedro, no altar da cátedra. As fotos que seguem foram publicadas no site da Santa Sé.







domingo, 3 de novembro de 2013

Mensagem do Papa Francisco na oração do Angelus

“Não há pecado ou crime que possa cancelar um homem do coração de Deus”: a misericórdia divina foi a tônica da alocução pronunciada pelo Papa Francisco antes do Angelus deste domingo.

Comentando a conversão de Zaqueu, o Pontífice recordou que este trecho narrado no Evangelho de Lucas resume em si o sentido de toda a vida de Jesus, ou seja, procurar e salvar as ovelhas perdidas.

Zaqueu é uma delas. É desprezado porque é o chefe dos publicanos da cidade de Jericó, amigo dos odiados invasores romanos. É ladrão e explorador.

Impedido de se aproximar de Jesus, provavelmente por causa de sua má fama, e sendo pequeno de estatura, Zaqueu sobe em cima de uma árvore para poder ver melhor o Mestre que passa.

“Este gesto exterior, um pouco engraçado, expressa porém o ato interior do homem que tenta elevar-se sobre a multidão para ter um contato com Jesus”, explicou o Papa.

O próprio Zaqueu não sabe o sentido profundo do seu gesto; nem mesmo ousa esperar que possa ser superada a distância que o separa do Senhor; se resigna a vê-lo somente de passagem.

Mas Jesus, quando passa perto desta árvore, o chama por nome: «Zaqueu, desça da árvore porque hoje quero jantar na sua casa» (Lc 19,5). Zaqueu, aliás, é um nome significativo, pois quer dizer “Deus lembra”.

Já naquela época, comentou o Pontífice, existiam os “fofoqueiros”, pois este gesto de Jesus suscitou as críticas de toda a população de Jericó: “Mas como? Com todas as pessoas boas que existem na cidade, escolhe justamente um publicano? Sim, porque ele estava perdido; e Jesus diz: «Hoje a salvação entrou nesta casa, porque ele também é filho de Abraão» (Lc 19,9).

Não existe profissão ou condição social, não há pecado ou crime de qualquer gênero que possa cancelar da memória e do coração de Deus um só filho sequer. “Deus recorda”, não esquece nenhum daqueles que criou; Ele é Pai, sempre à espera de ver com atenção e com amor que renasça no coração do filho o desejo de regressar à casa. E quando reconhece este desejo, mesmo que simplesmente manifestado, imediatamente põe-se a seu lado, e com o seu perdão lhe torna mais leve o caminho da conversão e do regresso.
O gesto de Zaqueu, disse ainda o Papa, é um gesto de salvação. “Se há um peso na consciência ou algo do qual se envergonhar, não se preocupe. Suba na árvore ‘da vontade de ser perdoado’. Eu garanto que não se desiludirá. Jesus é misericordioso e jamais se cansa de perdoar.”

Francisco concluiu pedindo que cada um de nós ouça a voz de Jesus que nos diz: “Hoje quero passar na sua casa”, ou seja, na nossa vida.

Ele pode nos mudar, pode transformar o nosso coração de pedra em coração de carne, pode nos libertar do egoísmo e fazer da nossa vida um dom de amor.



SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS





Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
R/. Senhor, tende piedade de nós.

Jesus Cristo, ouvi-nos.
R/. Jesus Cristo, atendei-nos.
Deus, Pai dos Céus, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo,
Deus Espírito Santo,
Santíssima Trindade, que sois um só Deus,
Santa Maria, rogai por nós.
Santa Mãe de Deus,
Santa Virgem das virgens,
São Miguel,
São Gabriel,
São Rafael,
Todos os santos Anjos e Arcanjos,
Todas as santas ordens dos Espíritos bem-aventurados,
São João Batista,
São José,
Todos os Santos Patriarcas e Profetas,
São Pedro,
São Paulo,
Santo André,
São Tiago,
São João,
São Tomé,
São Tiago,
São Filipe,
São Bartolomeu,
São Mateus,
São Simão,
São Tadeu,
São Matias,
São Barnabé,
São Lucas,
São Marcos,
Todos os Santos Apóstolos e Evangelistas,
Todos os Santos Discí­pulos do Senhor,
Todos os Santos Inocentes,
Santo Estevão,
São Lourenço,
São Vicente,
São Fabiano e São Sebastião,
São João e São Paulo,
São Cosme e São Damião,
São Gervásio e São Protásio,
Todos os Santos Mártires,
São Silvestre,
São Gregório,
Santo Ambrósio,
Santo Agostinho,
São Jerônimo,
São Martinho,
São Nicolau,
Todos os Santos Pontí­fices e Confessores,
Todos os Santos Doutores,
Santo Antão,
São Bento,
São Bernardo,
São Domingos,
São Francisco,
Todos os Santos Sacerdotes e Levitas,
Todos os Santos Monges e Eremitas,
Santa Maria Madalena,
Santa Ágata,
Santa Luzia,
Santa Inês,
Santa Cecília,
Santa Catarina,
Santa Anastásia,
Todas as Santas Virgens e Viúvas,
Todos os Santos e Santas de Deus, intercedei por nós.
Sede-nos propício,
R/. perdoai-nos, Senhor.

Sede-nos propício,
R/. ouvi-nos, Senhor.
De todo o mal, livrai-nos, Senhor.
De todo pecado,
Da vossa ira,
Da morte repentina e imprevista,
Das ciladas do demônio,
Da ira, do ódio e de toda má vontade,
Do espírito de impureza,
Do raio e da tempestade,
Do flagelo do terremoto,
Da peste, da fome e da guerra,

V/. Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo,
R/. perdoai-nos, Senhor.

V/. Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo,
R/. atendei-nos, Senhor.

V/. Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo,
R/. tende piedade de nós.

V/. Jesus Cristo, ouvi-nos.
R/. Jesus Cristo, atendei-nos.

sábado, 2 de novembro de 2013

Reflexão para o dia de Finados

De acordo com a Liturgia, domingo próximo refletiremos sobre nossa vocação à santidade, nosso último destino. Hoje ela nos propõe a reflexão sobre nossa finitude, que nasce em nossa mente e em nosso coração, quando perdemos alguém querido.

Faz parte de nossa natureza, de nosso modo de existir, algo que é antagônico entre si, ou seja nosso desejo de plenitude, de sermos eternos e ao mesmo tempo nossa incapacidade de pensarmos fora da categoria tempo. É impossível ao ser humano pensar no eterno, porque sempre vai se perguntar pelo depois, vai questionar se não será monótono. Ora, ao fazer essa pergunta ele demonstra sua incapacidade ontológica de usar o espaço mental para pensar no eterno, não como categoria, mas como sua própria realidade existencial.

Comemorar os fieis defuntos é refletir sobre nosso fim, ao mesmo tempo sobre nosso desejo de eternidade, como desejo profundo, como ânsia, inextirpável de nossa natureza, apesar de finita.

O livro do Apocalipse nos fala do fim da morte, do luto, das lágrimas, do fim do que era finito. Agora, pelo poder da ressurreição de Jesus Cristo, nossos anseios foram realizados, tornaram-se reais. Somos eternos! “Eis que faço novas todas as coisas”, isto é, eternas, sem caducar, sem envelhecer, sem a ação do tempo, que não existe mais.

São Paulo, na carta aos Romanos diz que fomos batizados na morte de Cristo e acrescenta: “Se, pois, se morremos com Cristo, cremos que também viveremos com ele. Sabemos que Cristo ressuscitado dos mortos não morre mais; a morte já não tem poder sobre ele. Por isso, sendo Cristo a Vida, todo nosso anseio de eternidade faz sentido e será realizado. Viveremos eternamente o amor, a alegria, na companhia de nossos entes queridos, porque do contrário não será felicidade.
O dia de hoje, dedicado à reflexão sobre o término de nossa caminhada nesta vida, longe de nos tirar a alegria de ser, nos aumenta o júbilo porque não só fomos criados á imagem da Vida, que é Jesus, mas fomos resgatados, recriados, por sua morte e ressurreição, para a Vida eterna com Ele e com nossos entes queridos.


sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Homilia do Papa Francisco no 30º Domingo do Tempo Comum

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Praça de São Pedro
Domingo, 27 de Outubro de 2013
 
As leituras deste domingo nos convidam a meditar sobre algumas características fundamentais da família cristã.
1. A primeira: a família reza. A passagem do Evangelho destaca dois modos de rezar: um falso – o do fariseu – e outro autêntico – o do publicano. O fariseu encarna uma postura que não expressa tanto agradecimento a Deus pelos seus benefícios e pela sua misericórdia, como, sobretudo, autossatisfação. O fariseu se sente justo, se sente com a consciência tranquila, se vangloria disto e julga os demais do alto do seu pedestal. O publicano, ao contrário, não multiplica as palavras. A sua oração é humilde, sóbria, permeada pela consciência da própria indignidade, das próprias misérias: este homem verdadeiramente se reconhece necessitado do perdão de Deus, da misericórdia de Deus.
A oração do publicano é a oração do pobre, é a oração agradável a Deus que, como fala a primeira leitura, subirá até as nuvens (cf. Eclo 35, 20), enquanto a oração do fariseu está sobrecarregada pelo peso da vaidade.
À luz desta Palavra, queria vos perguntar, queridas famílias: Rezais algumas vezes em família? Alguns, eu sei que sim. Mas, muitos me perguntam: Mas, como se faz? Faz-se como o publicano, está claro: com humildade, diante de Deus. Cada um com humildade se deixa olhar pelo Senhor e pede a sua bondade, que venha até nós. Mas, na família, como se faz? Porque parece que a oração seja uma coisa pessoal; além disso, nunca se encontra um momento oportuno, tranquilo, em família... Sim, isso é verdade, mas é também questão de humildade, de reconhecer que precisamos de Deus, como o publicano! E todas as famílias, todos nós precisamos de Deus: todos, todos! Há necessidade da sua ajuda, da sua força, da sua bênção, da sua misericórdia, do seu perdão. E é preciso simplicidade: para rezar em família, é necessária simplicidade! Rezar juntos o “Pai Nosso”, ao redor da mesa, não é algo extraordinário: é fácil. E rezar juntos o Terço, em família, é muito belo; dá tanta força! E também rezar um pelo outro: o marido pela esposa; a esposa pelo marido; os dois pelos filhos; os filhos pelos pais, pelos avós... Rezar um pelo outro. Isto é rezar em família, e isto fortalece a família: a oração.
2. A segunda Leitura nos sugere outro ponto: a família guarda a fé. O apóstolo Paulo, no ocaso da sua vida, faz um balanço fundamental, e diz: «guardei a fé» (2Tm 4,7). Mas, como a guardou? Não em um cofre! Nem a escondeu debaixo da terra, como o servo um pouco preguiçoso dos talentos. São Paulo compara a sua vida com uma batalha e com uma corrida. Guardou a fé, porque não se limitou a defendê-la, mas a anunciou, irradiou-a, levou-a longe. Opôs-se de modo decidido àqueles que queriam conservar, “embalsamar” a mensagem de Cristo nos limites da Palestina. Por isso, tomou decisões corajosas, penetrou em territórios hostis, deixou-se atrair pelos que estavam longe, por culturas diferentes, falou francamente, sem medo. São Paulo guardou a fé, porque, como a tinha recebido, assim a entregou, dirigindo-se às periferias, sem se fincar em posições defensivas.
Aqui também, podemos perguntar: De que modo nós, em família, guardamos a nossa fé? Conservamo-la para nós mesmos, na nossa família, como um bem privado, como uma conta no banco, ou sabemos partilhá-la com o testemunho, com o acolhimento, com a abertura aos demais? Todos sabemos que as famílias, sobretudo as jovens famílias, estão frequentemente “correndo”, muito atarefadas; mas já pensastes alguma vez que esta “corrida” pode ser também a corrida da fé? As famílias cristãs são famílias missionárias. Ontem escutamos, aqui na praça, o testemunho de famílias missionárias. Elas são missionárias também na vida quotidiana, fazendo as coisas de todos os dias, colocando em tudo o sal e o fermento da fé! Guardai a fé em família e colocai o sal e o fermento da fé nas coisas de todos os dias.
3. E há um último aspecto que tiramos da Palavra de Deus: a família vive a alegria. No Salmo Responsorial, encontramos esta expressão: «ouçam os humildes e se alegrem» (33,4). Todo este Salmo é um hino ao Senhor, fonte de alegria e de paz. Qual é o motivo desta alegria? É este: o Senhor está perto, escuta o grito dos humildes e os liberta do mal. Como escrevia São Paulo: «Alegrai-vos sempre... O Senhor está próximo!» (Fl 4,4-5). Pois bem... gostaria de fazer uma pergunta hoje. Mas, cada um leva esta pergunta no seu coração, para a sua casa, certo? É como um dever de casa. E responde-se sozinho. Como se vive a alegria, na tua casa? Como se vive a alegria na tua família? Bem, dai vós mesmos a resposta.
Queridas famílias, como bem sabeis, a verdadeira alegria que se experimenta na família não é algo superficial, não vem das coisas, das circunstâncias favoráveis... A alegria verdadeira vem da harmonia profunda entre as pessoas, que todos sentem no coração, e que nos faz sentir a beleza de estarmos juntos, de nos apoiarmos uns aos outros no caminho da vida. Mas, na base deste sentimento de alegria profunda está a presença de Deus, a presença de Deus na família, está o seu amor acolhedor, misericordioso, cheio de respeito por todos. E, acima de tudo, um amor paciente: a paciência é uma virtude de Deus e nos ensina, na família, a ter este amor paciente, um com o outro. Ter paciência entre nós. Amor paciente. Só Deus sabe criar a harmonia a partir das diferenças. Se falta o amor de Deus, a família também perde a harmonia, prevalecem os individualismos, se apaga a alegria. Pelo contrário, a família que vive a alegria da fé, comunica-a espontaneamente, é sal da terra e luz do mundo, é fermento para toda a sociedade.
Queridas famílias, vivei sempre com fé e simplicidade, como a Sagrada Família de Nazaré. A alegria e a paz do Senhor estejam sempre convosco!

Imagens da Santa Missa do Dia da Família

 Caros leitores, no último domingo (27) o Papa Francisco presidiu a celebração eucarística do trigésimo Domingo do Tempo Comum e que marcou também o dia dedicado às famílias dentro do planejamento do Ano da Fé. Publicamos abaixo algumas imagens da celebração que foram originalmente postadas na página Mons. Guido Marini no Facebook.








Discurso do Papa Francisco às famílias

Praça de São Pedro
Sábado, 26 de Outubro de 2013

Queridas famílias, boa tarde!
Bem-vindas a Roma!
Viestes, como peregrinas, de muitas partes do mundo, para professar a vossa fé diante do túmulo de São Pedro. Esta praça acolhe-vos e abraça-vos: somos um só povo, com uma só alma, convocados pelo Senhor, que nos ama e sustenta. Saúdo também a todas as famílias que estão unidas através da televisão e da internet: uma praça que se espraia sem confins!
Quisestes chamar a este momento «Família, vive a alegria da fé!» Gosto deste título! Entretanto escutei as vossas experiências, os casos que contastes. Vi tantas crianças, tantos avós... Pressenti a tristeza das famílias que vivem em situação de pobreza e de guerra. Ouvi os jovens que se querem casar, mesmo por entre mil e uma dificuldades. E então surge-nos a pergunta: Como é possível, hoje, viver a alegria da fé em família? Mas eu pergunto-vos também: «É possível viver esta alegria, ou não é possível?»
1. No Evangelho de Mateus, há uma palavra de Jesus que vem em nossa ajuda: «Vinde a Mim todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu hei-de aliviar-vos» (Mt 11, 28). Muitas vezes a vida é gravosa, frequentemente mesmo trágica! Ainda recentemente o ouvíamos… Trabalhar é fatigante; procurar trabalho é fatigante. E encontrar emprego hoje pede-nos tanta fadiga! Mas, aquilo que mais pesa na vida não é isto: aquilo que pesa mais do que tudo isso é a falta de amor. Pesa não receber um sorriso, não ser benquisto. Pesam certos silêncios, às vezes mesmo em família, entre marido e esposa, entre pais e filhos, entre irmãos. Sem amor, a fadiga torna-se mais pesada, intolerável. Penso nos idosos sozinhos, nas famílias em dificuldade porque sem ajuda para sustentarem quem em casa precisa de especiais atenções e cuidados. «Vinde a Mim todos os que estais cansados e oprimidos», diz Jesus.
Queridas famílias, o Senhor conhece as nossas canseiras: conhece-as mesmo! E conhece os pesos da nossa vida. Mas o Senhor conhece também o nosso desejo profundo de achar a alegria do lenitivo. Lembrais-vos? Jesus disse: «A vossa alegria seja completa» (Jo 15, 11). Jesus quer que a nossa alegria seja completa! Disse-o aos apóstolos, e hoje repete-o a nós. Assim, esta é a primeira coisa que quero partilhar convosco nesta tarde, e é uma palavra de Jesus: Vinde a Mim, famílias de todo o mundo – diz Jesus –, e Eu vos hei-de aliviar, para que a vossa alegria seja completa. E esta Palavra de Jesus levai-a para casa, levai-a no coração, compartilhai-a em família. Convida-nos a ir ter com Ele, para nos dar, para dar a todos a alegria.
2. A segunda palavra, tomo-a do rito do Matrimónio. Neste sacramento, quem se casa diz: «Prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida». Naquele momento, os esposos não sabem o que vai acontecer, não sabem quais são as alegrias e as tristezas que os esperam. Partem, como Abraão; põem-se juntos a caminho. E isto é o matrimónio! Partir e caminhar juntos, de mãos dadas, entregando-se na mão grande do Senhor. De mãos dadas, sempre e por toda a vida. E não façais caso desta cultura do provisório, que nos põe a vida em pedaços.
Com esta confiança na fidelidade de Deus, tudo se enfrenta, sem medo, com responsabilidade. Os esposos cristãos não são ingénuos, conhecem os problemas e os perigos da vida. Mas não têm medo de assumir a própria responsabilidade, diante de Deus e da sociedade. Sem fugir nem isolar-se, sem renunciar à missão de formar uma família e trazer ao mundo filhos. - Mas hoje, Padre, é difícil… - Sem dúvida que é difícil! Por isso, é precisa a graça, a graça que nos dá o sacramento! Os sacramentos não servem para decorar a vida – mas que lindo matrimónio, que linda cerimónia, que linda festa!... Mas aquilo não é o sacramento, aquela não é a graça do sacramento. Aquela é uma decoração! E a graça não é para decorar a vida, é para nos fazer fortes na vida, para nos fazer corajosos, para podermos seguir em frente! Sem nos isolarmos, sempre juntos. Os cristãos casam-se sacramentalmente, porque estão cientes de precisarem do sacramento! Precisam dele para viver unidos entre si e cumprir a missão de pais. «Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença». Assim dizem os esposos no sacramento e, no seu Matrimónio, rezam juntos e com a comunidade, porquê? Porque é costume fazer assim? Não! Fazem-no, porque lhes serve para a longa viagem que devem fazer juntos: uma longa viagem, que não é feita de pedaços, dura a vida inteira! E precisam da ajuda de Jesus, para caminharem juntos com confiança, acolherem-se um ao outro cada dia e perdoarem-se cada dia. E isto é importante! Nas famílias, saber-se perdoar, porque todos nós temos defeitos, todos! Por vezes fazemos coisas que não são boas e fazemos mal aos outros. Tenhamos a coragem de pedir desculpa, quando erramos em família… Algumas semanas atrás, nesta praça, disse que, para levar por diante uma família, é necessário usar três palavras. Três palavras: com licença, obrigado, desculpa. Três palavras-chave! Peçamos licença para não ser invasivos em família. «Posso fazer isto? Gostas que faça isto?» Com a linguagem de quem pede licença. Digamos obrigado, obrigado pelo amor! Mas diz-me: Quantas vezes ao dia dizes obrigado à tua esposa, e tu ao teu marido? Quantos dias passam sem eu dizer esta palavra: obrigado! E a última: desculpa. Todos erramos e às vezes alguém fica ofendido na família e no casal, e algumas vezes – digo eu – voam os pratos, dizem-se palavras duras… Mas ouvi este conselho: Não acabeis o dia sem fazer a paz. A paz faz-se de novo cada dia em família! «Desculpai-me»…, e assim se recomeça de novo. Com licença, obrigado, desculpa! Podemos dizê-lo juntos? (respondem: Sim!). Com licença, obrigado, desculpa! Pratiquemos estas três palavras em família. Perdoar-se cada dia!
Na vida, a família experimenta muitos momentos felizes: o descanso, a refeição juntos, o passeio até ao parque ou pelos campos, a visita aos avós, a visita a uma pessoa doente... Mas, se falta o amor, falta a alegria, falta a festa; ora o amor é sempre Jesus quem no-lo dá: Ele é a fonte inesgotável. Ele, no sacramento, dá-nos a sua Palavra e dá-nos o Pão da vida, para que a nossa alegria seja completa.
3. E para terminar aqui, diante de nós, este ícone da Apresentação de Jesus no Templo. É um ícone verdadeiramente belo e importante. Fixemo-lo e deixemo-nos ajudar por esta imagem. Como todos vós, também os protagonistas da cena têm o seu caminho: Maria e José puseram-se a caminho, indo como peregrinos a Jerusalém, obedecendo à Lei do Senhor; e o velho Simeão e a profetisa Ana, também ela muito idosa, vêm ao Templo impelidos pelo Espírito Santo. A cena mostra-nos este entrelaçamento de três gerações, este entrelaçamento de três gerações: Simeão segura nos braços o menino Jesus, em quem reconhece o Messias, e Ana é representada no gesto de louvar a Deus e anunciar a salvação a quem esperava a redenção de Israel. Estes dois anciãos representam a fé como memória. Mas eu pergunto: «Vós ouvis os avós? Abris o vosso coração à memória que nos dão os avós? Os avós são a sabedora da família, são a sabedoria de um povo. E um povo que não ouve os avós, é um povo que morre! Ouçamos os avós! Maria e José são a Família santificada pela presença de Jesus, que é o cumprimento de todas as promessas. Cada família, como a de Nazaré, está inserida na história de um povo e não pode existir sem as gerações anteriores. E por isso hoje temos aqui os avós e as crianças. As crianças aprendem dos avós, da geração anterior.
Queridas famílias, também vós fazeis parte do povo de Deus. Caminhai felizes, juntamente com este povo. Permanecei sempre unidas a Jesus e levai-O a todos com o vosso testemunho. Obrigado por terdes vindo. Juntos, façamos nossas estas palavras de São Pedro, que nos têm dado força e continuarão a dar nos momentos difíceis: «A quem iremos nós, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna!» (Jo 6, 68). Com a graça de Cristo, vivei a alegria da fé! O Senhor vos abençoe e Maria, nossa Mãe, vos guarde e acompanhe! Obrigado!

Imagens da Ordenação Episcopal Presidida pelo Papa Francisco

Caros leitores, no último dia 24 de outubro o Papa Francisco ordenou bispos os monsenhores Jean Marie Speich e Giampiero Gloder em celebração eucarística na Basílica de São Pedro. Postamos abaixo algumas imagens da celebração, que foram postadas originalmente na página Mons. Guido Marini no Facebook.


Procissão de entrada

Incensação do altar

Ritos Iniciais

Liturgia da Palavra

Evangelho

Prostração durante a ladainha


Imposição das mãos

Unção da cabeça



Entrega do anel

Breve colóquio com o novo bispo

Imposição da mitra

Entrega do báculo

Abraço da paz


Homilia do Papa Francisco na Santa Missa com Ordenações Episcopais

SANTA MISSA E ORDENAÇÃO EPISCOPAL DE
MONS. JEAN-MARIE SPEICH E DE MONS. GIAMPIERO GLODER
HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Basílica Vaticana
Quinta-feira, 24 de Outubro de 2013

O Pontífice pronunciou substancialmente a homilia ritual prevista pela edição italiana do "Pontificale Romano" para as ordenações episcopais, homilia que o Papa integrou com alguns acréscimos pessoais
 * * *
Caríssimos irmãos e filhos
Meditemos atentamente sobre a exímia responsabilidade eclesial para a qual são chamados estes nossos irmãos. Nosso Senhor Jesus Cristo, enviado pelo Pai para redimir os homens, mandou por sua vez ao mundo os doze Apóstolos para que, repletos do poder do Espírito Santo, anunciassem o Evangelho a todos os povos e, congregando-os sob um único Pastor, os santificassem e guiassem rumo à salvação.
Com a finalidade de perpetuar este ministério apostólico de geração em geração, os Doze escolheram alguns colaboradores, transmitindo-lhes com a imposição das mãos o dom do Espírito recebido de Cristo, que conferia a plenitude do sacramento da Ordem. Assim, através da sucessão ininterrupta dos bispos na tradição viva da Igreja, conservou-se este ministério primário e a obra do Salvador continua e desenvolve-se até aos nossos tempos. No bispo circundado pelos seus presbíteros está presente no meio de vós próprio Jesus Jesus Cristo, Sumo Sacerdote para sempre.
Com efeito, é Cristo que, no ministério do bispo, continua a pregar o Evangelho da salvação e a santificar os fiéis mediante os sacramentos da fé. É Cristo que, na paternidade do bispo, acrescenta novos membros ao seu corpo, que é a Igreja. É Cristo que, na sabedoria e prudência do bispo, guia o povo de Deus na peregrinação terrena até à felicidade eterna.
Por conseguinte, recebei com alegria e gratidão estes nossos irmãos, que nós bispos com a imposição das mãos hoje associamos ao Colégio episcopal. Dedicai-lhes a honra que se deve aos ministros de Cristo e aos dispensadores dos mistérios de Deus, aos quais são confiados o testemunho do Evangelho e o ministério do Espírito para a santificação. Recordai-vos das palavras de Jesus aos Apóstolos: «Quem vos ouve, a mim ouve; quem vos rejeita, a mim rejeita; e quem me rejeita, rejeita Aquele que me enviou».
Quanto a vós, Jean-Marie e Giampiero, eleitos pelo Senhor, pensai que fostes escolhidos dentre os homens e para os homens, fostes constituídos nas realidades que dizem respeito a Deus. Com efeito, «Episcopado» é o nome de um serviço, não de uma honra. Ao bispo compete mais servir do que dominar, segundo o mandamento do Mestre: «Aquele que entre vós é o maior, torne-se como o último; e o que governa seja como o servo». Sempre ao serviço, sempre.
Anunciai a Palavra em cada ocasião: oportuna e inoportunamente. Admoestai, repreendei e exortai com magnanimidade e doutrina. E mediante a oração e a oferenda do sacrifício pelo vosso povo, hauri da plenitude da santidade de Cristo a riqueza multiforme da graça divina. Mediante a oração! Recordai o primeiro conflito na Igreja de Jerusalém, quando os bispos tinham tanto trabalho para ajudar as viúvas, os órfãos, e decidiram nomear os diáconos. Por quê? Para pregar e anunciar a Palavra. O bispo que não prega é um bispo a meio caminho. E se não anuncia o Senhor, acaba na mundanidade.
Na Igreja que vos foi confiada sede fiéis guardiões e dispensadores dos mistérios de Cristo; postos pelo Pai à frente da sua família, segui sempre o exemplo do Bom Pastor, que conhece as suas ovelhas, por elas é conhecido e por elas não hesitou em entregar a própria vida.
O amor do bispo: amai com amor de pai e de irmão todos aqueles que Deus vos confiar. Antes de tudo, amai os presbíteros e os diáconos. Eles são os vossos colaboradores, para vós são os mais próximos dos próximos. Nunca façais esperar um presbítero; se ele vos pedir uma audiência, respondei imediatamente! Permanecei perto deles. Mas também amai os pobres, os indefesos e quantos têm necessidade de acolhimento e de ajuda. Exortai os fiéis a cooperar no compromisso apostólico e escutai-os de bom grado.
Prestai profunda atenção a quantos não pertencem ao único aprisco de Cristo, porque também eles vos foram confiados no Senhor. Orai intensamente por eles! Recordai que na Igreja católica, congregada no vínculo da caridade, estais unidos no Colégio episcopal e deveis manter em vós a solicitude de todas as Igrejas, socorrendo generosamente aquelas que têm mais necessidade de ajuda.
E vigiai com amor sobre toda a grei na qual o Espírito Santo vos insere para governar a Igreja de Deus. Vigiai em nome do Pai, cuja Imagem tornais presente; em nome de Jesus Cristo, seu Filho, de quem fostes constituídos mestres, sacerdotes e pastores. Em nome do Espírito Santo, que dá vida à Igreja e com o seu poder sustém a nossa debilidade. Assim seja!

Missas de Finados

 Caros leitores, neste dia 02 de novembro a Igreja recorda a memória de Todos os Fieis Defuntos. Para tanto, atenção aos horários de Missa na Paróquia de São Lucas e Nossa Senhora do Carmo:







Santa Missa de Finados:

08h - Matriz de São Lucas e Nossa Senhora do Carmo

09h30 - Capela Sagrado Coração de Jesus

18h30 - Matriz de São Lucas e Nossa Senhora do Carmo



Neste sábado não haverá missa nas capelas.

Parabéns, Dom Rafael

 Caros leitores, nesse dia primeiro de novembro comemoramos o aniversário natalício de nosso querido bispo auxiliar, Dom Rafael Biernaski. Roguemos a Deus Pai para que sustente nosso bispo sempre com muita fé e o guarde para o serviço de seu povo.

AD MULTOS ANNOS!


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