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domingo, 30 de junho de 2013

Oremos pelo nosso Santo Padre Francisco

℣. Oremus pro Pontifice nostro Fraciscus.
℟. Dominus conservet eum, et vivificet eum, et beatum faciat eum in terra, et non tradat eum in animam inimicorum eius.

℣. Tu es Petrus,
℟. Et super hanc petram aedificabo Ecclesiam meam.


Oremus. Deus, omnium fidelium pastor et rector, famulum tuum Franciscum, quem pastorem Ecclesiae tuae praeesse voluisti, propitius respice: da ei, quaesumus, verbo et exemplo, quibus praeest, proficere: ut ad vitam, una cum grege sibi credito, perveniat sempiternam. Per Christum, Dominum nostrum. Amen.
℣. Oremos pelo nosso Pontífice Francisco
℟.O Senhor o guarde e o fortaleça, lhe dê a felicidade nesta terra e não o abandone á perversidade dos seus inimigos.

℣. Tu és Pedro!
℟. E sobre esta pedra edificarei a minha Igreja!

Oremos. Ó Deus Pastor e guia dos vossos fiéis, olhai com bondade o vosso servo, o Papa Francisco, que constituístes Pastor da vossa Igreja; dai-lhe, por sua palavra e exemplo, velar sobre o rebanho que lhe foi confiado para chegar com ele à vida eterna. Por Cristo nosso Senhor. Amém



Cantemos juntos o "Tu es Petrus"

 Caros leitores, a antífona "Tu es Petrus" (Tu és Pedro), é uma das mais cantadas no Vaticano, principalmente nas missas presididas pelo santo padre. Este hino possui várias interpretações, todas muito belas. Abaixo, postamos o vídeo de uma delas. Rezemos juntos pelo Santo Padre!


Esta versão é de Gianluigi Palestrina. Foi usada na Solenidade de São Jospe deste ano, dia da Missa de Inauguração de Pontificado do Papa Francisco.



E esta versão abaixo é de Lorenzo Peroni, usada na Solenidade de São Pedro e São Paulo e imposição do pálio, presidida pelo Papa Emérito Bento XVI


sábado, 29 de junho de 2013

Tu és Pedro

No próximo final de semana iremos celebrar a Solenidade de São Pedro e de São Paulo, colunas da Igreja. É o Dia do Papa, quando todo o mundo católico, reverentemente, pede ao Senhor da Messe e Pastor do Rebanho as luzes necessárias para que o sucessor do Apóstolo Pedro, o Papa Francisco, continue firme apascentando as suas ovelhas e confirmando-as na fé em comunhão com o Colégio Universal dos Bispos.
Neste tempo de tantas contestações com relação à fé, que muitas vezes até querem impedir de exercermos a nossa liberdade cidadã de poder viver como cristãos, celebrar esta festa, que nos recorda esses dois homens de Deus que foram fiéis até o fim, é para nós um consolo e estímulo. Não ter medo de continuamente dar testemunho de Cristo! Eis o exemplo desses nossos mártires que regaram com o seu sangue os inícios da Igreja na cidade de Roma. As duas Basílicas maiores de Pedro e Paulo são para nós um sinal plantado naquele chão que nos chama ainda hoje a não desanimarmos de testemunhar a fé em Cristo.
Ao refletir sobre a visão desses dois apóstolos e lermos seus escritos e conhecermos suas histórias nos faz ver como as intolerâncias quanto aos que creem existem desde longa data. Mas também existem a fortaleza e a luz em nossas vidas, que nos levam a testemunhar Jesus Cristo Ressuscitado.
Ao celebrarmos os Santos Pedro e Paulo queremos também nos unir ao Papa Francisco e à Diocese de Roma, onde essas duas insignes testemunhas de Cristo sofreram o martírio e onde se veneram as suas relíquias. Esta solenidade de Pedro e Paulo nos ajuda a nos unirmos ao Papa, que desempenha um serviço único e indispensável à Igreja universal. É sinal visível da unidade! Um sinal concreto dessa comunhão é a “visita ad limina”: de cinco em cinco anos, quando os bispos do mundo inteiro peregrinam aos túmulos dos Apóstolos Pedro e Paulo para manifestar a sua unidade com a Sé de Pedro.
Nosso Senhor Jesus Cristo confiou a Pedro a missão de confirmar os irmãos na fé. O primado confiado a Pedro continua perpetuando nos seus sucessores. São Pedro é o apóstolo a quem Jesus designa um novo nome, Cefas, que quer dizer "Pedra", nome que acabará substituindo o original, Simão. São Pedro foi o primeiro a quem Jesus lavou os pés na Última Ceia. O próprio apóstolo Pedro é consciente desta posição particular que tem: é ele quem fala com frequência, em nome dos demais, pedindo explicações ante uma parábola difícil, ou para perguntar o sentido exato de um preceito ou a promessa formal de uma recompensa. Vemos também sua intervenção solene no assim chamado Concílio de Jerusalém.
No capítulo 16 de Mateus, versículos 18 e 19, Jesus pronuncia a declaração solene que define o papel de Pedro na Igreja: "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão sobre ela. A ti darei as chaves do Reino dos Céus; o que ligares na terra será ligado no céu, e o que desligares na terra será desligado nos céus". As três metáforas às quais recorre Jesus são em si muito claras e Pedro terá a missão de fazer tudo o que considere necessário para a vida da Igreja – que é e continuará sendo de Cristo.
Ao celebrarmos esta Solenidade constatamos, claramente, que Pedro e seus sucessores são o sinal e a guarda da unidade, ou seja, a comunhão da Igreja com Cristo e, consequentemente, com os irmãos. Pedro serve à Igreja na comunhão com Cristo, de forma que a rede não se rompa, mas que sustente a grande comunhão universal.
São Paulo, que também celebramos nesse final de semana, foi iluminado pela graça divina no caminho de Damasco e de perseguidor de cristãos tornou-se o Apóstolo das Nações. Tendo encontrado Jesus no seu caminho, dedicou-se totalmente à causa do Evangelho. A São Paulo estava destinada a distante meta de Roma, a capital do império, onde, juntamente com Pedro, anunciaria Cristo, único Senhor e Salvador do mundo. Pela fé, um dia também ele derramaria o seu sangue precisamente na cidade Eterna, associando para sempre o seu nome ao de Pedro na história da Roma cristã.
Com o salmista queremos cantar nesta Solenidade: "Busco o Senhor e Ele responde-me, e livra-me de todos os meus temores" (Sl 34, 5). Como não ver na experiência de Pedro e de Paulo a realização destas palavras do Salmista? A Igreja é continuamente posta à prova. A mensagem que ela, peregrina neste mundo, recebe sempre dos santos Apóstolos Pedro e Paulo é clara e eloquente: pela graça de Deus, em todas as circunstâncias o homem tem a possibilidade de se tornar sinal do poder vitorioso de Deus. Por isso ele não deve recear. Quem confia em Deus, libertado de qualquer medo, experimenta a confortadora presença do Espírito Santo também, especialmente nos momentos de prova e sofrimento. É para esse testemunho que somos chamados nestes tempos em que os que creem são a cada instante questionados sobre as razões de sua fé.Nesse sentido, a nós aqui do Rio de Janeiro, celebrar a Solenidade de São Pedro e de São Paulo é manifestar nossa unidade ao Papa Francisco, que em poucos dias desembarcará em terras cariocas para anunciar o Cristo. E o Papa nos convida a irmos ao encontro de Cristo, a não termos medo de abrir o nosso coração para Cristo. Sejamos, pois, como Pedro e Paulo, homens, mulheres, jovens e crianças e abramos nosso coração ao Redentor! Deus abençoe o Papa Francisco para que continue sendo "o Bom Pastor que apascenta as suas ovelhas" e que confirma a Igreja na fé!


† Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ


Fonte: Rádio Vaticano


sábado, 22 de junho de 2013

Decreto sobre a menção de São José na Oração Eucarística

SAGRADA CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS
DECRETO

Pelo seu lugar singular na economia da salvação como pai de Jesus, São José de Nazaré, colocado à frente da Família do Senhor, contribuiu generosamente à missão recebida na graça e, aderindo plenamente ao início dos mistérios da salvação humana, tornou-se modelo exemplar de generosa humildade, que os cristãos têm em grande estima, testemunhando aquela virtude comum, humana e simples, sempre necessária para que os homens sejam bons e fiéis seguidores de Cristo. Deste modo, este Justo, que amorosamente cuidou da Mãe de Deus e se dedicou com alegre empenho na educação de Jesus Cristo, tornou-se guarda dos preciosos tesouros de Deus Pai e foi incansavelmente venerado através dos séculos pelo povo de Deus como protector do corpo místico que é a Igreja.
Na Igreja Católica os fiéis, de modo ininterrupto, manifestarem sempre uma especial devoção a São José honrando solenemente a memória do castíssimo Esposo da Mãe de Deus como Patrono celeste de toda a Igreja; de tal modo que o Beato João XXIII, durante o Concílio Ecuménico Vaticano II, decretou que no antiquíssimo Cânone Romano fosse acrescentado o seu nome. O Sumo Pontífice Bento XVI acolheu e quis aprovar tal iniciativa manifestando-o várias vezes, e que agora o Sumo Pontífice Francisco confirmou, considerando a plena comunhão dos Santos que, tendo sido peregrinos connosco neste mundo, nos conduzem a Cristo e nos unem a Ele.
Considerando o exposto, esta Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, em virtude das faculdades concedidas pelo Sumo Pontífice Francisco, de bom grado decreta que o nome de São José, esposo da Bem-aventurada Virgem Maria, seja, a partir de agora, acrescentado na Oração Eucarística II, III e IV da terceira edição típica do Missal Romano. O mesmo deve ser colocado depois do nome da Bem-aventurada Virgem Maria como se segue: na Oração Eucarística II: "ut cum beata Dei Genetrice Virgine Maria, beato Ioseph, eius Sponso, beatis Apostolis", Na Oração Eucarística III: "cum beatissima Virgine, Dei Genetrice, Maria, cum beato Ioseph, eius Sponso, cum beatis Apostolis"; na Oração Eucarística IV: "cum beata Virgine, Dei Genetrice, Maria, cum beato Ioseph, eius Sponso, cum Apostolis".
Para os textos redigidos em língua latina utilizam-se as formulas agora apresentadas como típicas. Esta Congregação ocupar-se-á em prover à tradução nas línguas ocidentais mais difundidas; para as outras línguas a tradução devera ser preparada, segundo as normas do Direito, pelas respectivas Conferências Episcopais e confirmadas pela Sé Apostólica através deste Dicastério.
Nada obste em contrário.
Sede da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, 1 de Maio de 2013, São José Operário.
Antonio Card. Cañizares Llovera
Prefeito
 + Arthur Roche
Arcebispo Secretário

Imagens da Missa do dia do Evangelium Vitae






Homilia do Papa Francisco no Dia do Evangelium Vitae

Amados irmãos e irmãs!
Esta celebração tem um nome muito belo: o Evangelho da Vida. Com esta Eucaristia, no Ano da Fé, queremos agradecer ao Senhor pelo dom da vida, em todas as suas manifestações, e ao mesmo tempo queremos anunciar o Evangelho da Vida.
Partindo da Palavra de Deus que escutámos, gostava de vos propor simplesmente três pontos de meditação para a nossa fé: primeiro, a Bíblia revela-nos o Deus Vivo, o Deus que é Vida e fonte da vida; segundo, Jesus Cristo dá a vida e o Espírito Santo mantém-nos na vida; terceiro, seguir o caminho de Deus leva à vida, ao passo que seguir os ídolos leva à morte.
1. A primeira leitura, tirada do Segundo Livro de Samuel, fala-nos de vida e de morte. O rei David quer esconder o adultério cometido com a esposa de Urias, o hitita, um soldado do seu exército, e, para o conseguir, manda colocar Urias na linha da frente para ser morto em batalha. A Bíblia mostra-nos o drama humano em toda a sua realidade, o bem e o mal, as paixões, o pecado e as suas consequências. Quando o homem quer afirmar-se a si mesmo, fechando-se no seu egoísmo e colocando-se no lugar de Deus, acaba por semear a morte. Exemplo disto mesmo é o adultério do rei David. E o egoísmo leva à mentira, pela qual se procura enganar a si mesmo e ao próximo. Mas, a Deus, não se pode enganar, e ouvimos as palavras que o profeta disse a David: Tu praticaste o mal aos olhos do Senhor (cf. 2 Sam 12, 9). O rei vê-se confrontado com as suas obras de morte – na verdade o que ele fez é uma obra de morte, não de vida! –, compreende e pede perdão: «Pequei contra o Senhor» (v. 13); e Deus misericordioso, que quer a vida e sempre nos perdoa, perdoa-lhe, devolve-lhe a vida; diz-lhe o profeta: «O Senhor perdoou o teu pecado. Não morrerás». Que imagem temos de Deus? Quem sabe se nos aparece como um juiz severo, como alguém que limita a nossa liberdade de viver?! Mas toda a Escritura nos lembra que Deus é o Vivente, aquele que dá a vida e indica o caminho da vida plena. Penso no início do Livro do Génesis: Deus plasma o homem com o pó da terra, insufla nas suas narinas um sopro de vida e o homem torna-se um ser vivente (cf. 2, 7). Deus é a fonte da vida; é devido ao seu sopro que o homem tem vida, e é o seu sopro que sustenta o caminho da nossa existência terrena. Penso também na vocação de Moisés, quando o Senhor Se apresenta como o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob, como o Deus dos viventes; e, quando enviou Moisés ao Faraó para libertar o seu povo, revela o seu nome: «Eu sou aquele que sou», o Deus que Se torna presente na história, que liberta da escravidão, da morte e traz vida ao povo, porque é o Vivente. Penso também no dom dos Dez Mandamentos: uma estrada que Deus nos indica para uma vida verdadeiramente livre, para uma vida plena; não são um hino ao «não» – não deves fazer isto, não deves fazer aquilo, não deves fazer aqueloutro… Não! – São um hino ao «sim» dito a Deus, ao Amor, à vida. Queridos amigos, a nossa vida só é plena em Deus, porque só Ele é o Vivente!
2. A passagem do Evangelho de hoje permite-nos avançar mais um passo. Jesus encontra uma mulher pecadora durante um almoço em casa de um fariseu, suscitando o escândalo dos presentes: Jesus deixa-Se tocar por uma pecadora e até lhe perdoa os pecados, dizendo: «São-lhe perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou; mas àquele a quem pouco se perdoa, pouco ama» (Lc 7, 47). Jesus é a encarnação do Deus Vivo, Aquele que traz a vida fazendo frente a tantas obras de morte, fazendo frente ao pecado, ao egoísmo, ao fechamento em si mesmo. Jesus acolhe, ama, levanta, encoraja, perdoa e dá novamente a força de caminhar, devolve a vida. Ao longo do Evangelho, vemos como Jesus, por gestos e palavras, traz a vida de Deus que transforma. É a experiência da mulher que unge com perfume os pés do Senhor: sente-se compreendida, amada, e responde com um gesto de amor, deixa-se tocar pela misericórdia de Deus e obtém o perdão, começa uma vida nova. Deus, o Vivente, é misericordioso. Estais de acordo? Digamo-lo juntos: Deus, o Vivente, é misericordioso! Todos: Deus, o Vivente, é misericordioso. Outra vez: Deus, o Vivente, é misericordioso!
Esta foi também a experiência do apóstolo Paulo, como ouvimos na segunda leitura: «A vida que agora tenho na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, que me amou e a Si mesmo Se entregou por mim» (Gl 2, 20). E que vida é esta? É a própria vida de Deus. E quem nos introduz nesta vida? É o Espírito Santo, dom de Cristo ressuscitado; é Ele que nos introduz na vida divina como verdadeiros filhos de Deus, como filhos no Filho Unigénito, Jesus Cristo. Estamos nós abertos ao Espírito Santo? Deixamo-nos guiar por Ele? O cristão é um homem espiritual, mas isto não significa que seja uma pessoa que vive «nas nuvens», fora da realidade, como se fosse um fantasma. Não! O cristão é uma pessoa que pensa e age de acordo com Deus na vida quotidiana, uma pessoa que deixa que a sua vida seja animada, nutrida pelo Espírito Santo, para ser plena, vida de verdadeiros filhos. E isto significa realismo e fecundidade. Quem se deixa conduzir pelo Espírito Santo é realista, sabe medir e avaliar a realidade, e também é fecundo: a sua vida gera vida em redor.
3. Deus é o Vivente, é o Misericordioso. Jesus traz-nos a vida de Deus, o Espírito Santo introduz-nos e mantém-nos na relação vital de verdadeiros filhos de Deus. Muitas vezes, porém – sabemo-lo por experiência –, o  homem não escolhe a vida, não acolhe o «Evangelho da vida», mas deixa-se guiar por ideologias e lógicas que põem obstáculos à vida, que não a respeitam, porque são ditadas pelo egoísmo, o interesse pessoal, o lucro, o poder, o prazer, e não são ditadas pelo amor, a busca do bem do outro. É a persistente ilusão de querer construir a cidade do homem sem Deus, sem a vida e o amor de Deus: uma nova Torre de Babel; é pensar que a rejeição de Deus, da mensagem de Cristo, do Evangelho da Vida leve à liberdade, à plena realização do homem. Resultado: o Deus Vivo acaba substituído por ídolos humanos e passageiros, que oferecem o arrebatamento de um momento de liberdade, mas no fim são portadores de novas escravidões e de morte. O Salmista diz na sua sabedoria: «Os mandamentos do Senhor são rectos, alegram o coração; os preceitos do Senhor são claros, iluminam os olhos» (Sal 19, 9). Recordemo-nos sempre disto: O Senhor é o Vivente, é misericordioso. O Senhor é o Vivente, é misericordioso.
Amados irmãos e irmãs, consideremos Deus como o Deus da vida, consideremos a sua lei, a mensagem do Evangelho como um caminho de liberdade e vida. O Deus Vivo faz-nos livres! Digamos sim ao amor e não ao egoísmo, digamos sim à vida e não à morte, digamos sim à liberdade e não à escravidão dos numerosos ídolos do nosso tempo; numa palavra, digamos sim a Deus, que é amor, vida e liberdade, e jamais desilude (cf. 1 Jo 4, 8; Jo 8, 32; 11, 2), digamos sim a Deus que é o Vivente e o Misericordioso. Só nos salva a fé no Deus Vivo; no Deus que, em Jesus Cristo, nos concedeu a sua vida com o dom do Espírito Santo e nos faz viver como verdadeiros filhos de Deus com a sua misericórdia. Esta fé torna-nos livres e felizes. Peçamos a Maria, Mãe da Vida, que nos ajude a acolher e testemunhar sempre o «Evangelho da Vida». Assim seja.


Imagens da visita de Dom José Mário ao Seminário

Caros leitores, nesta sexta-feira, dia 21 de junho e memória litúrgica de São Luis Gonzaga, o bispo auxiliar de Curitiba, Dom José Mario Scalon Angonese, visitou o Seminário Maior Filosófico Bom Pastor. Um momento de grande crescimento espiritual e de convivência fraterna. Postamos abaixo algumas imagens da celebração. As fotos foram tiradas pelo Sem. André Novaki.

Altar preparado com sete velas

Procissão de entrada

Ósculo

Incensação do altar

Ritos Iniciais

Oração do dia

Imposição do incenso

Evangelho

Homilia

Incensação do celebrante

Consagração


Oração Eucarística

Doxologia

Bênção final

Bispo, concelebrantes e acóltios


sábado, 15 de junho de 2013

CONVITE AOS JOVENS!!

JUVENTUDE, É HOJE!!!

Reflexão para o XI Domingo Comum

O Rei Davi comete pecados gravíssimos e não se dá conta do que fez, desconhece totalmente sua responsabilidade. A graça de Deus vai em seu socorro através da palavra do Profeta Natã.

A pedagogia do profeta se baseia em não falar diretamente ao rei, que ele pecou, mas conta a história colocando a responsabilidade do fato em uma terceira pessoa. O senso de justiça de que Davi é possuidor vem à tona e ele se indigna de tal modo que condena à morte tal pecador. Nesse momento Natã declara que ele, Davi, é o pecador da história.
Davi tem a luz, a compreensão e diz: “Pequei contra o Senhor”.

Davi estava acorrentado à sua cobiça e isso o impedia de se reconhecer pecador e de ser contrito. Precisou a graça de Deus, através da visita do Profeta, para que ele tivesse a lucidez necessária.

No Evangelho, temos algo semelhante. Um fariseu – exatamente um daqueles que queriam se destacar pelo perfeito cumprimento da Lei – oferece um jantar festivo a Jesus. Com a porta da casa aberta e a multidão na entrada – era Jesus quem estava lá dentro – uma pecadora adentra na residência e vai para a sala do banquete. Ela busca Jesus! Posta-se atrás do Senhor e chora tanto seus pecados que lava os pés de Jesus com suas lágrimas. Em seguida os enxuga com seus cabelos, os cobre de beijos e os unge com perfume. A cena é fantástica: o Mestre recebe homenagem afetuosa de uma pecadora! Um simples empregado não faria isso, lavaria com água, mas não os enxugaria com seus cabelos e nem os beijaria.

Nesse instante, o dono da casa faz um juízo depreciativo em relação a Jesus. Se ele soubesse quem ela era, não permitiria que a cena ocorresse. O Senhor lê o pensamento do anfitrião e vai abrir para a ele as portas do Céu. Chegou a hora da graça para Simão!

Jesus lhe conta uma história e lhe pergunta, ao final, qual dos dois devedores perdoados amariam mais o credor? Simão responde que seria o que foi mais perdoado. Jesus o elogia pelo juízo correto e traz para a conversa a situação pouco antes vivida. O Mestre diz que os pecados da mulher foram perdoados porque ela muito amou e que ele, Simão, cometeu várias omissões em relação ao seu homenageado. O não cumprimento das prescrições para bem acolher, mostrou desatenção para com o convidado.

Pecar está na área da desatenção, do menosprezo e tem suas implicações na questão do amor de Deus.

Davi e Simão, o fariseu, tiveram dificuldade em se aceitarem pecadores. Foi preciso a intervenção divina.

E nós? Reconhecemo-nos pecadores? Também estamos acorrentados ao nosso “complexo de perfeição”, com a consciência errada de que jamais pecamos?
Se nos sentirmos pecadores e nos arrependermos, o amor virá a nós e seremos perdoados.

Em sua Carta aos Gálatas, Paulo escreveu que “ninguém é justificado por observar a Lei de Moisés, mas por crer em Jesus Cristo” e Jesus Cristo é a misericórdia de Deus. Em Cristo tudo é graça! Fomos perdoados e redimidos pelo amor de Jesus.


quarta-feira, 12 de junho de 2013

Palavras do Papa Francisco na conclusão do mês de maio

 RECITAÇÃO DO SANTO ROSÁRIO NA CONCLUSÃO DO MÊS MARIANO
PALAVRAS DO PAPA FRANCISCO
Praça de São Pedro
Sexta-feira, 31 de Maio de 2013 

Estimados irmãos e irmãs
Esta tarde oramos juntos o Santo Rosário; repercorremos alguns acontecimentos do caminho de Jesus, da nossa salvação, juntamente com Aquela que é a nossa Mãe, Maria, Aquela que com mão firme nos guia rumo ao seu Filho Jesus. Maria guia-nos sempre para Jesus.
Hoje celebramos a festa da Visitação da Bem-Aventurada Virgem Maria à sua parente Isabel. Gostaria de meditar convosco este mistério que indica como Maria enfrenta o caminho da sua vida com grande realismo, humanidade e consistência.
Três palavras resumem a atitude de Maria: escuta, decisão e acção; escuta, decisão e acção. Palavras que indicam um caminho também para nós diante daquilo que o Senhor nos pede na vida. Escuta, decisão e acção.
Escuta. De onde nasce o gesto de Maria, de ir visitar a sua parente Isabel? De uma palavra do Anjo de Deus: «Também Isabel, tua parente, concebeu um filho na sua velhice...» (Lc 1, 36). Maria sabe ouvir a Deus. Atenção: não se trata de um simples «escutar», um ouvir superficial, mas é uma «escuta» feita de atenção, de acolhimento e de disponibilidade a Deus. Não é o modo distraído com que às vezes nos pomos diante do Senhor ou perante os outros: escutamos as palavras, mas não ouvimos verdadeiramente. Maria está atenta a Deus, ouve Deus.
Mas Maria ouve também os acontecimentos, ou seja, lê os eventos da sua vida, está atenta à realidade concreta e não se limita à superfície, mas vai às profundezas, para compreender o seu significado. A parente Isabel, que já é idosa, está grávida: este é o acontecimento. Mas Maria está atenta ao significado, sabe compreendê-lo: «A Deus nada é impossível» (Lc 1, 37).
Isto é válido também na nossa vida: escuta de Deus que nos fala, e escuta também da realidade quotidiana, atenção às pessoas, aos acontecimentos, porque o Senhor está à porta da nossa vida e bate de muitos modos, lançando sinais ao longo do nosso caminho; dá-nos a capacidade de os ver. Maria é a Mãe da escuta, da escuta atenta de Deus e da escuta igualmente atenta dos acontecimentos da vida.
A segunda palavra: decisão. Maria não vive «apressada», ansiosamente, mas, como são Lucas ressalta, «ponderava tudo no seu coração» (cf. Lc 2, 19.51). E também no momento decisivo da Anunciação do Anjo, Ela pergunta: «Come acontecerá isto?» (Lc 1, 34). Mas não se detém nem sequer no momento da reflexão; dá um passo em frente: decide. Não vive apressadamente, mas só quando é necessário «vai à pressa». Maria não se deixa levar pelos acontecimentos, não evita o cansaço da decisão. E isto acontece tanto na escolha fundamental que mudará a sua vida: «Eis a serva do Senhor…» (cf. Lc 1, 38), como nas opções mais quotidianas, mas também elas ricas de significado. Vem ao meu pensamento o episódio das bodas de Caná (cf. Jo 2, 1-11): também aqui se vê o realismo, a humanidade e a consistência de Maria, que permanece atenta aos acontecimentos e aos problemas; Ela vê e compreende a dificuldade daqueles dois jovens esposos aos quais vem a faltar o vinho da festa, medita e sabe que Jesus pode fazer algo, e assim decide dirigir-se ao Filho para que intervenha: «Eles já não têm vinho» (Jo 2, 3). Decide.
Na vida é difícil tomar decisões, e muitas vezes tendemos a adiar, a deixar que outras pessoas decidam por nós, frequentemente preferimos deixar-nos levar pelos acontecimentos, seguir a moda do momento; às vezes sabemos o que devemos levar a cabo, mas não temos a coragem de o fazer, ou parece-nos demasiado difícil porque significa ir contra a corrente. Na Anunciação, na Visitação e nas bodas de Caná Maria vai contra a corrente; Maria vai contra a corrente; põe-se à escuta de Deus, medita, procura compreender a realidade e decide confiar-se totalmente a Deus, e embora esteja grávida decide ir visitar a sua parente idosa, decide confiar-se ao Filho com insistência para salvar a alegria das bodas.
A terceira palavra: acção. Maria pôs-se a caminho «apressadamente…» (cf. Lc 1, 39). No domingo passado sublinhei este modo de agir de Maria: não obstante as dificuldades, as críticas que terá recebido devido à sua decisão de partir, não se detém diante de nada. E assim vai «depressa». Na oração diante de Deus que fala, ponderando e meditando sobre os acontecimentos da sua vida, Maria não tem pressa, não se deixa levar pelo momento, não se deixa arrastar pelos eventos. Mas quando compreende claramente o que Deus lhe pede, o que deve levar a cabo, não hesita, não se atrasa, mas vai «depressa». Santo Ambrósio comenta: «A graça do Espírito Santo não permite demoras» (Expos. Evang. sec. Lucam, ii, 19: pl 15, 1560). O agir de Maria é uma consequência da sua obediência às palavras do Anjo, mas unida à caridade: vai visitar Isabel para lhe ser útil; e neste gesto de sair da sua casa, de si mesma por amor, leva consigo aquilo que possui de mais precioso: Jesus; leva o Filho.
Às vezes, também nós nos limitamos à escuta, à reflexão sobre aquilo que deveríamos levar a cabo, e talvez compreendamos claramente a decisão que devemos tomar, mas não realizamos a passagem para a acção. E sobretudo não nos pomos em jogo a nós mesmos, movendo-nos «depressa» rumo aos outros para lhes prestar a nossa ajuda, a nossa compreensão e a nossa caridade; para levar também nós, a exemplo de Maria, aquilo que possuímos de mais precioso e que recebemos, Jesus e o seu Evangelho, com a palavra e sobretudo com o testemunho concreto do nosso agir.
Maria, Mulher da escuta, da decisão e da acção.
Maria, Mulher da escuta, abre os nossos ouvidos; faz com que saibamos ouvir a Palavra do teu Filho Jesus, no meio das mil palavras deste mundo; faz com que saibamos ouvir a realidade em que vivemos, cada pessoa que encontramos, especialmente quem é pobre e necessitado, quem se encontra em dificuldade.
Maria, Mulher da decisão, ilumina a nossa mente e o nosso coração, a fim de que saibamos obedecer à Palavra do teu Filho Jesus, sem hesitações; concede-nos a coragem da decisão, de não nos deixarmos arrastar para que outros orientem a nossa vida.
Maria, Mulher da acção, faz com que as nossas mãos e os nossos pés se movam «apressadamente» rumo aos outros, para levar a caridade e o amor do teu Filho Jesus, para levar ao mundo, como tu, a luz do Evangelho. Amém!

* * *
Agradeço-vos este Rosário recitado juntos, esta comunhão ao redor da Mãe. Que Ela abençoe todos nós, que nos torne mais irmãos. Boa noite e bom descanso!


Homilia do Papa Francisco na Solenidade de Corpus Christi

HOMILIA DO SANTO PADRE FRANCISCO
Basílica de São João de Latrão
Quinta-feira,
30 de Maio de 2013

Amados irmãos e irmãs
No Evangelho que ouvimos há uma expressão de Jesus que sempre me impressiona: «Dai-lhes vós mesmos de comer» (Lc 9, 13). A partir desta frase, deixo-me orientar por três palavras: seguimento, comunhão e partilha.
Antes de tudo: quem são as pessoas às quais dar de comer? Encontramos a resposta no início do trecho evangélico: é a multidão. Jesus encontra-se no meio do povo, acolhe-o, fala-lhe, preocupa-se por ele e manifesta-lhe a misericórdia de Deus; do meio do povo escolhe os doze Apóstolos para permanecer com Ele e para se imergir com Ele nas situações concretas do mundo. E o povo segue-o, ouve-o, porque Jesus fala e age de um modo novo, com a autoridade de quem é autêntico e coerente, de quem fala e age com verdade, de quem oferece a esperança que vem de Deus, de quem é a revelação do Rosto de um Deus que é amor. E o povo, com alegria, bendiz a Deus.
Esta tarde nós somos a multidão do Evangelho; também nós procuramos seguir Jesus para o ouvir, para entrar em comunhão com Ele na Eucaristia, para o acompanhar e a fim de que Ele nos acompanhe. Interroguemo-nos: como sigo Jesus? Jesus fala em silêncio no Mistério da Eucaristia, e recorda-nos de cada vez que segui-lo quer dizer sair de nós mesmos e fazer da nossa vida não uma nossa posse, mas uma dádiva a Ele e ao próximo.
Demos um passo em frente: de onde deriva o convite que Jesus dirige aos discípulos, para que dêem também eles de comer à multidão? Deriva de dois elementos: em primeiro lugar da multidão que, seguindo Jesus, se encontra ao relento, longe dos lugares habitados, enquanto já anoitece, e depois da preocupação dos discípulos, os quais pedem a Jesus que despeça a multidão, a fim de que vá aos povoados vizinhos para encontrar alimento e hospedagem (cf. Lc 9, 12). Diante das necessidades da multidão, eis a solução dos discípulos: cada um pense em si próprio; despedir a multidão! Cada um pense em si próprio; despedir a multidão! Quantas vezes nós, cristãos, temos esta tentação! Não assumimos as necessidades do próximo, despedindo-o com um piedoso: «Que Deus te ajude!», ou com um não tão piedoso: «Boa sorte!», e se não nos virmos mais... Todavia, a solução de Jesus vai noutro rumo, numa direcção que surpreende os discípulos: «Dai-lhes vós mesmos de comer». Mas como é possível dar de comer a uma multidão? «Só temos cinco pães e dois peixes, a não ser que nós mesmos vamos e compremos alimentos para todo este povo» (Lc 9, 13). Mas Jesus não desanima: pede aos discípulos que mandem as pessoas sentar-se em grupos de cinquenta pessoas, eleva o olhar para o céu, recita a bênção, parte os pães, dando-os aos discípulos para que os distribuíssem (cf. Lc 9, 16). Trata-se de um momento de profunda comunhão: agora a multidão, saciada pela palavra do Senhor, é alimentada pelo seu pão de vida. E todos ficaram fartos, observa o Evangelista (cf. Lc 9, 17).
Esta tarde, também nós estamos ao redor da mesa do Senhor, do altar do Sacrifício eucarístico onde Ele nos oferece mais uma vez o seu Corpo, tornando presente a única oferenda da Cruz. É ao ouvir a sua Palavra, ao alimentar-nos do seu Corpo e do seu Sangue, que Ele nos faz passar do ser multidão ao ser comunidade, do anonimato à comunhão. A Eucaristia é o Sacramento da Comunhão, que nos faz sair do individualismo para viver juntos o seguimento, a fé nele. Então, deveríamos perguntar-nos todos, diante do Senhor: como vivo a Eucaristia? Vivo-a de modo anónimo, ou como momento de verdadeira comunhão com o Senhor, mas inclusive com todos os irmãos e irmãs que compartilham esta mesma mesa? Como são as nossas celebrações eucarísticas?
Um último elemento: de onde nasce a multiplicação dos pães? A resposta encontra-se no convite de Jesus aos discípulos: «Dai-lhes vós mesmos…», «dar», compartilhar. Que compartilham os discípulos? Aquele pouco do que dispõem: cinco pães e dois peixes. Mas são precisamente aqueles pães e peixes que, nas mãos do Senhor, saciam toda a multidão. E são exactamente os discípulos confusos diante da incapacidade dos seus meios, da pobreza daquilo que podem pôr à disposição, que mandam as pessoas acomodar-se e que distribuem — confiando na palavra de Jesus — os pães e os peixes que saciam a multidão. E isto diz-nos que na Igreja, mas também na sociedade, uma palavra-chave da qual não devemos ter receio é «solidariedade», ou seja, saber pôr à disposição de Deus aquilo que temos, as nossas capacidades humildes, porque somente na partilha e no dom a nossa vida será fecunda e dará fruto. Solidariedade: uma palavra malvista pelo espírito mundano!
Esta tarde, mais uma vez, o Senhor distribui-nos o pão que é o seu Corpo, fazendo-se dom. E também nós experimentamos a «solidariedade de Deus» para com o homem, uma solidariedade que nunca se esgota, uma solidariedade que não cessa de nos surpreender: Deus faz-se próximo de nós; humilha-se no sacrifício da Cruz, entrando na obscuridade da morte para nos dar a sua vida, que vence o mal, o egoísmo e a morte. Jesus entrega-se a nós também esta tarde na Eucaristia, compartilha o nosso próprio caminho, aliás, faz-se alimento, o alimento autêntico que sustém a nossa vida inclusive nos momentos em que a vereda se torna árdua, quando os obstáculos diminuem os nossos passos. E na Eucaristia, o Senhor faz-nos percorrer o seu caminho, que é de serviço, de partilha e de dom, e aquele pouco que temos, o pouco que somos, se for compartilhado, torna-se riqueza porque o poder de Deus, que é de amor, desce até à nossa pobreza para a transformar.
Então perguntemos esta tarde, adorando Cristo realmente presente na Eucaristia: deixo-me transformar por Ele? Permito que o Senhor, que se doa a mim, me oriente para sair cada vez mais do meu espaço limitado, para sair e não ter medo de doar, de compartilhar, de amá-lo, de amar o próximo?
Irmãos e irmãs: seguimento, comunhão e partilha. Oremos a fim de que a participação na Eucaristia nos estimule sempre: a seguir o Senhor cada dia, a ser instrumentos de comunhão, a partilhar com Ele e com o nosso próximo aquilo que nós somos. Assim, a nossa existência será verdadeiramente fecunda. Amém!

sábado, 8 de junho de 2013

Reflexão para o X Domingo Comum

O Senhor é a proteção de seu Povo. Na primeira leitura, extraída do 1º Livro dos Reis, uma viúva, ou seja, uma mulher totalmente pobre, acolhe em sua casa um profeta, justamente por ele ser um homem de Deus. Contudo, à chegada do hóspede, seu filho morre. Ela lê nesse fato um castigo por seus pecados. Vivendo a dor e com grande liberdade, ela reclama a Elias – esse era o profeta – o modo como foi tratada. Elias, confiantemente, ora ao Senhor e o menino volta à vida e o entrega à sua mãe. Ela, agradecida, louva o Senhor.

No Evangelho temos um fato parecido. À entrada de uma cidade, Jesus encontra o enterro de um jovem, filho único de uma viúva.
Ser viúva pobre naquele tempo era viver na miséria. Não havia pensão e, por ser pobre, não possuía os bens de uma herança. Com a morte do filho, o futuro dela acabou, em todos os sentidos.

Jesus vê a cena e tem compaixão da pobre mãe. Vai consolá-la e faz aquilo que pode: devolve o rapaz à vida e o entrega à sua mãe. Todos louvam o Senhor.
O séquito de Jesus, a Vida, se encontra com um enterro, o séquito da morte. A Vida tem compaixão, toca a morte e a derrota, o rapaz é revivificado. A Vida destruirá a morte, mais tarde, no Calvário. Por misericórdia, o Verbo, a Palavra de Vida, se fez homem para destruir o pecado, a morte.

Com a viúva de Sarepta vemos a acolhida e a liberdade de expressar a dor. Com a viúva de Naim, temos a compaixão do Senhor, que se adianta e, com seu coração, lê a dor no coração da mãe. Ela se deixa amar pelo Senhor e a vida renasce, seu filho volta à vida pelas mãos do Redentor.

O relato do Evangelho termina com a exclamação dos presentes:”Um grande profeta apareceu entre nós e Deus veio visitar seu povo”. Lucas nos faz ver a identificação entre Elias e Jesus.

Jesus é maior que Elias. Enquanto Elias é um grande homem de fé e grande intercessor, Jesus se revela a compaixão, aquele que toma a iniciativa e nos redime de toda e qualquer culpa. Basta deixarmo-nos amar por Ele, entregarmo-nos à sua misericórdia, ao seu coração que não segue critérios humanos, mas divinos


sábado, 1 de junho de 2013

Reflexão para o IX Domingo Comum

O tema da liturgia deste domingo enfoca o carinho de Deus por todos os homens, sejam seguidores da revelação judaico-cristã ou não. O importante é ter fé no Deus Vivo e Verdadeiro.

Na primeira leitura, extraída de 1Rs 8, 41-43, fica bem claro que o Povo de Israel tinha consciência de ser o povo escolhido, mas isso não era motivo para que somente suas súplicas fossem acolhidas, no Templo, pelo Senhor. Salomão faz uma bela oração naquele lugar sagrado e diz: “Senhor, escuta então do céu onde moras e atende todos os pedidos desse estrangeiro.”

No Evangelho de Lucas, no capítulo 7, versículos 7 a 10, Jesus age exatamente mostrando a misericórdia de Deus. Não importa se o pedido vem de um israelita ou de um estrangeiro, o que importa é que um ser humano suplica ao Senhor a cura de seu empregado. Mais ainda, esse estrangeiro mostra uma fé extraordinária no poder de Deus a ponto de dispensar a ida de Jesus à sua casa, pois sabe que para Deus basta querer para que alguém recupere a saúde ou algo seja mudado ou transformado, afinal, Deus é Deus! Essa atitude do estrangeiro foi louvada por Jesus exatamente por isso, por dar um salto qualitativo na fé. Se antes, na oração de Salomão aparecia a oração feita no Templo, agora fica claro que basta a fé no poder de Deus. A oração não só não precisa ser feita por um pertencente ao Povo de Israel, mas nem precisa ser feita no Templo de Jerusalém. Basta a fé no Deus Vivo e Verdadeiro.

Mas podemos tirar desse fato relatado por Lucas, outra lição. Deus dá maior importância à fé de quem suplica e não tanto à adequação de sua vida aos preceitos religiosos. O suplicante, um oficial romano, era um pagão. Apesar de ser um homem honesto e respeitoso para com os israelitas – até havia construído uma sinagoga para eles –, não havia se convertido, não havia feito a circuncisão e nem seguia os mandamentos de Moisés. Contudo, esse militar demonstra uma confiança radical em Jesus, no poder de Deus, que não se importa de modo público professar sua fé: “Senhor, ordena com tua palavra, e o meu empregado ficará curado”. Demonstra grande humildade: “Senhor, não sou digno de que entres em minha casa”. Mais ainda, nem se sentiu digno de ir ao encontro do Cristo, enviou alguns mensageiros para que, em seu nome, fizessem o pedido.

Qual a lição que levamos para o nosso dia a dia?
Deus quer que vivamos de acordo com seus mandamentos, de acordo com os preceitos que aprendemos quando fomos catequizados. Em uma ocasião Jesus disse que não veio abolir a Lei e nem mudar uma letra sequer. Mas só isso não basta, não faz levantar voo. O jovem rico cumpria todos os mandamentos, mas não foi capaz de largar tudo para seguir Jesus; o fariseu no Templo orava e agradecia a Deus por ele ser certo, honesto, correto com os preceitos religiosos, mas sua oração não foi ouvida porque ele atribuía tudo isso a si mesmo e se sentia orgulhoso por isso e desprezava o pecador publicano, que estava lá no fundo do Templo.

Devemos, antes de tudo, ter grande fé em Deus e sermos misericordiosos. Isso é o “plus”, o mais que o Senhor deseja de nós.

Neste Ano da Fé - proposto pelo Papa Bento XVI para o amadurecimento de nossa confiança em Deus, de nossa entrega total, radical ao Senhor -, a consciência de que Deus é Onipotente, que tudo pode; de que é Onisciente, que sabe tudo; e de que é Onipresente, que está em todo lugar; deverá atravessar nossa vida e nossas orações. Mas uma coisa nos falta ainda, é sabermos da radicalidade de Seu Amor por nós, de Sua Misericórdia, da grandeza de Seu Coração.

Somos chamados a sermos testemunhas vivas da fé no Amor de Deus para com todos os homens, sejam pecadores ou não, sejam cristãos ou não.


Papa Francisco se encontra com grupo de crianças com câncer

Domingo, 2 de junho de 2013: Uma brincadeira que se concluiu no melhor modo possível. O pe. Gianni Toni, assistente regional da União nacional italiana de transportes de doentes a Lourdes e aos santuários internacionais (Unitalsi), explica assim o encontro entre o Papa Francisco e os seus vinte e dois assistidos, realizado na capela da Domus Sanctae Marthae na tarde de sexta-feira 31 de Maio, não por acaso o último dia do mês mariano.
O Papa e o pequeno João, cego devido a um tumor no cérebro.Os pequenos hospedes do departamento de oncologia pediátrica do hospital de Roma Agostino Gemelli regressaram à cidade há poucos dias depois de uma peregrinação a Lourdes. «Quando estávamos em frente da gruta de Massabielle – explicou-nos o pe. Gianni – para aliviar com um pouco de alegria o cansaço improvisámos um jogo: desenhar a gruta de Lourdes, para o mostrar  depois ao Papa que não a conhece». Certamente, revelou-nos o sacerdote, enquanto dizia estas coisas às crianças, nunca ninguém pensou que elas iram estar na presença do Papa para lhe mostrar a gruta de Lourdes. Mas o desenho de Giovanni – um menino da Sardenha de oito anos, que se tornou cego devido a um tumor cerebral – realizado no quadro braille com base na descrição da gruta que lhe faziam os assistentes comoveu-os de tal maneira que decidiram enviá-lo realmente ao Pontífice acompanhado por uma carta que explicava do que se tratava. Portanto, não foi necessário muito mais para que a brincadeira acabasse exactamente «da melhor forma».
Teria sido bom vê-los, o pequeno João e o Papa Francisco, ontem à tarde, um diante do outro. João perguntou-lhe: «Mas tu és guloso?». E o Papa: «Sim, muitíssimo. Gosto de bolos e de chocolate. Tu também? Sim? Mas não te  causam dor de fígado?». Giovanni mostrou-lhe então um grande saco vermelho: «Felizmente que és guloso, porque eu trouxe-te os doces da Sardenha». Então o Papa respondeu: «Uhm, obrigado! Mas então podemos comê-los juntamente com as outras crianças?».

E assim o encontro prosseguiu com o tom de diálogo entre um avô e os seus netinhos. As crianças, com os seus pais, os assistentes da Unitalsi do Lácio, guiados pela presidente da subsecção romana Preziosa Terrinoni, sentaram-se em semicírculo em frente do Papa que estava diante do altar. Rezaram juntos e a seguir o Pontífice começou a contar às crianças uma pequena história: «Certa vez Jesus teve que visitar um lugar muito importante. Mas não conseguia lá chegar. Depois do meio dia chegou e, imediatamente, os discípulos foram ter com ele: «Mas mestre, por que chegaste atrasado?». Sabem o que Jesus lhe respondeu?  Ouçam muito bem: «Ao longo do caminho encontrei uma criança que estava a chorar. Parei para ficar com ela». Assim faz Jesus com uma criança que chora. Com uma criança que tem qualquer problema. Toca o coração de Jesus, que o ama muito».
Sucessivamente, o Papa Francisco deu a palavra à pequena Michelle. «Estou muito feliz – disse-lhe – por estar aqui na tua casa com os amigos do hospital Gemelli, os médicos, os voluntários, e com os sacerdotes da Unitalsi que nos acompanham a Lourdes. É bom poder ver-te verdadeiramente e não na televisão! Em Lourdes rezámos por ti, desenhámos a gruta de Nossa Senhora para te oferecer. Prometemos que rezaremos ainda por ti e queremos pedir-te para que rezes por todas as crianças doentes do Gemelli e do mundo. O Pontífice agradeceu à menina abraçando-a. Continuou a cariciar prolongadamente a sua cabecinha enfaixada. Comovido recomeçou a falar com as crianças, continuando o diálogo sobre o amor de Jesus e perguntando-lhes: «Será  que Jesus está neste momento aqui connosco? Sim? Tendes certeza? Bem. Ele está connosco porque nos ama sempre. Jesus caminha connosco na vida e quando temos problemas ele está sempre ao nosso lado».

O encontro prosseguiu numa atmosfera muito especial. Criou-se gradualmente uma corrente de amor extraordinária. Tudo se concluiu com a oração. Mas antes o Pontífice quis falar de novo ao coração das crianças, pedindo-lhe para que repetissem com ele: «Jesus está sempre connosco. Quando estamos felizes e contentes Jesus está sempre connosco. Quando estamos tristes, Jesus está ao nosso lado. E por quê? Porque Jesus nos ama. Nunca vos esqueçais». Será difícil que estes pequeninos e os seus pais o possam esquecer. Assim como será difícil que o Papa possa esquecer o último pedido de Michelle: «Papa Francisco, reza pelos nossos pais para que possam ter sempre um sorriso como o teu».

Michelle a Francisco: "Prometemos que rezaremos ainda por ti e queremos pedir-te para que rezes por todas as criança doentes do Gemelli e do mundo".

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