Deus nos criou livres e depende de nós a escolha que nos fará felizes. O
que dependia do Senhor já foi feito. Ele nos criou à sua imagem e
semelhança, ou seja, livres, tendo no íntimo de nosso ser buscar o bem e
evitar o mal. Somos feitos pelo Sumo Bem, evidentemente, só poderemos
estar voltados para a prática do bem. Contudo o Senhor, exatamente
porque nos criou à sua imagem e semelhança, nos fez livres. Como diz a leitura do Livro
do Eclesiástico “Diante de ti, Ele colocou o fogo e a água; para o que
quiseres, tu podes estender a mão. Diante do homem estão a vida e a
morte, o bem e o mal; ele receberá aquilo que preferir”.
Consequentemente, cada um de nós é sujeito de sua felicidade ou
desgraça, à medida que tiver feito escolhas a favor da vida ou da morte.
Evidentemente, tendo herdado o pecado original, sabemos também que nossa natural inclinação ao bem foi atingida, de modo que, muitas vezes, como nos diz São Paulo, “não faço o bem que quero, mas o mal que não quero”.
No Evangelho vemos a proposta sobre a justiça do Reino dos Céus.
Como vimos no domingo passado, somos chamados a sinalizar a aliança de
sal, a perene, que não se corrompe. Essa aliança de Deus com cada um dos
seres humanos é alimentada por todos nós batizados, que assumimos o
projeto do Senhor. Também faz parte de nossa opção aceitarmos essa
vocação dada por Jesus, de colaborarmos com Deus na construção da nova
sociedade, do Reino de Justiça.
Por fim, a Primeira Carta aos
Coríntios nos fala que a perfeição está na sabedoria, mas não na
sabedoria deste mundo, muito menos na de seus poderosos, pois ela está
voltada para a morte, para a destruição. A Sabedoria de Deus, ao
contrário, seu plano de amor em benefício dos homens, está escondida e
foi destinada para nossa glória, é o projeto de Deus, sua opção pelos
simples, pelos marginalizados. Os poderosos não a conheceram porque,
mantendo sua opção, condenaram Jesus à morte e o crucificaram. Contudo,
“o que Deus preparou
para os que o amam é algo que os olhos jamais viram nem os ouvidos
ouviram nem coração algum jamais pressentiu” escreve São Paulo.
Concluindo,
a liturgia deste domingo nos exorta a mantermos nossa missão, nossa
vocação optando livremente pelo anúncio do projeto de Deus, de anunciar a
construção de uma nova sociedade
onde a sabedoria de Deus triunfará e os marginalizados deste mundo a
conhecerão. Aliás, à medida em que optamos fazer a vontade de Deus, já
desfrutamos no próprio ato de fazer o bem, a alegria e a felicidade que
almejamos.
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