Caros leitores, já estamos na
segunda semana do Advento, o tempo de preparação para o Natal. Mas qual é a sua
origem? A palavra Advento, vem do vocábulo latino advento, que significa vinda, chegada, aproximação. Sempre para uma
chegada fazemos uma preparação. Por exemplo, quando vamos receber uma visita em
casa, deixamos tudo arrumado e preparado; limpamos a casa e preparamos uma
decoração. Assim também deve ser nossa preparação para o Natal, pois é o Senhor
que vem até nós. Não simplesmente para uma visita, mas sim para nos salvar. A
primeira referência ao tempo do Advento é encontrada na Espanha, quando no ano
de 380, o Sínodo de Zaragoza, prescreveu uma preparação de três semanas para a
Epifania. Na França, Perpétuo, bispo de Tours, instituiu seis semanas de preparação
para o Natal e, em Roma, o Sacramentário Gelasiano cita o Advento no fim do
século V. O período de espera do Advento é característico do Ocidente e sua
origem começou a ser formada a partir do século IV e concretizou-se, por fim,
no século VI. As origens do Advento estão ligadas principalmente com as Igrejas
da Europa, especificamente as Igrejas da Gália e da Espanha.
Hoje, para nós, o Advento não tem um
caráter tão penitencial como a Quaresma, principalmente aquele ligado à prática
do jejum e da abstinência de carne. Ainda mais por conservarmos o canto do
Aleluia. Os próprios documentos da Igreja salientam que os instrumentos
musicais sejam usados da mesma maneira que nos outros tempos litúrgicos:
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Anunciação do Anjo Gabriel à Virgem Maria |
“No tempo do Advento, o órgão e os
outros instrumentos musicais devem usar-se, e o altar ornar-se de flores, com
aquela moderação que convém ao caráter próprio deste tempo, de modo a não
antecipar a plena alegria do Natal do Senhor.” (Cerimonial dos Bispos, n. 236)
“No início do ano litúrgico, ao longo de quatro
semanas, a Igreja entoa um canto vigilante pela espera do Senhor. Este canto,
antes entoado pelos profetas, continua ressoando pelo seio da Igreja: vem
Senhor, nos salvar”. (Guia Litúrgico Pastoral 3.1 – p.86)
Mas, sim, o
Advento já teve um caráter penitencial semelhante ao da Quaresma e este caráter
adquiriu-se sobretudo nas Igrejas da Gália, que, posteriormente, foi passado
para Roma no século XII, onde, porém, nunca foi eliminado o canto jubiloso do
Aleluia durante este período.

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