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quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Meu contato com São Lucas



Caros leitores, hoje celebramos o dia solene de nosso padroeiro São Lucas. Para ilustrar tão grande festa, gostaria de partilhar com vocês o sentimento que tive, quando da primeira vez que entrei em contato com São Lucas.
O que posso escrever para vocês, jamais será digno de um grande conto místico ou de imensa espiritualidade, mas apenas um encontro com este santo que de certa forma inspira minha vocação.
Tudo começa no ano de 2004: eu morava com meus pais e não tinha muita devoção a nenhum santo – também pudera, com 10 anos não sabia muito que querer da vida.
Em novembro deste ano, mudei de residência, indo morar na Rua Abrão Winter. Junto com minha família, frequentávamos de vez em quando a Santa Missa no Santuário de Nossa Senhora do Carmo no Boqueirão e nem sequer imaginava haver uma paróquia perto de casa. Na verdade, eu ainda nem participava da iniciação cristã católica, ou seja, da catequese para a Primeira Eucaristia. Este, posso brevemente dizer, foi um problema que tive devido a tantas mudanças de residência. Um ano antes, em 2003, tentei começar a catequese na capela Santa Teresinha do Menino Jesus, lá participei apenas de uma Missa, celebrada pelo Pe. Fabian. A graça de Deus já estava agindo; como o mundo é pequeno, como poderia imaginar que mudando de lar ficaria mais perto da Igreja?
Mas como ouvimos por aí, Deus sempre usa pessoas para nos chamar e no meu caso não foi diferente. Foi numa tarde ensolarada de sábado no início de 2005 que duas pessoas foram atém minha casa perguntar se haviam crianças para fazer catequese. Minha mãe foi quem atendeu a porta, recebeu as visitas e conversou e disse que tinha um filho (eu), que precisava fazer catequese. Gentilmente, desci as escadas de casa e me deparei com duas pessoas que fazem imensamente parte da minha vocação: Dona Elsa Micheletto, MESC da Capela Nossa Senhora Aparecida e o Sr. Cláudio Moisés, também da Capela Nossa Senhora Aparecida, hoje coordenador. Tenho a graça de ter o sr. Cláudio como padrinho de consagração à Mãe Aparecida e, sobretudo, padrinho de crisma.
Numa primeira vista, penso eu que aquele menino que desceu as escadas, com uma calça curta e trajando meias amarelas, pálido e magro não intimidou a ninguém e parecia não estar ligando para o que estava acontecendo. Quando fiquei sabendo que iria ingressar na catequese em 2006, pensei comigo: “ah não! terei que acordar cedo no sábado?!”. Pasmem queridos paroquianos, mas um seminarista já teve um pensamento assim. Com os pais nunca podemos discutir, o que tive de fazer foi aceitar e ir para a catequese.
Os meses de 2005 se passaram e no final do ano fui pela primeira vez em uma Missa da Capela Nossa Senhora Aparecida. Por vontade do destino, era justamente a Missa de despedida do Pe. Fábian que estava retornando para o Equador. Voltei para casa já um pouco diferente e talvez meio aéreo, mas Deus já estava agindo em minha vida.
Eis que chega o ano de 2006 e em fevereiro fui, juntamente com meu pai, fazer a matricula da catequese. Lembro bem de que quem nos acolheu foi a Sra. Rosane, mais conhecida como Rosaninha. Depois de seu longo discurso sobre a catequese, pensei com meus botões: “Será que consigo dar conta? Meu Deus, me ajude”.
Feita a inscrição, ela nos apresentou a sala de catequese e apresentou quem seria minha eterna catequista, a Sra. Aparecida, que carinhosamente chamo de Cida. Naquele mesmo final de semana, participamos da Missa na Capela e no final uma surpresa: foi perguntado se alguém teria vontade de levar para casa a imagem de São Lucas. Subitamente, minha mãe ergueu o braço e respondeu positivamente que queria. Feito. Levamos a imagem para casa e ficaríamos com ela até o próximo sábado. Quando chegamos em casa, tivemos nossa rotina como de costume: jantamos e fomos conversar e assistir televisão. Antes, porém de dormir, tive muita sede e fui até à cozinha buscar um copo d’água. Mas, acho que a sede que tinha não era bem essa, era uma Sede de Deus. Por que digo isso? Porque me senti atraído a ir até a imagem de São Lucas e contempla-la. Ao ficar de frente com o evangelista, comecei a olhar com detalhes a imagem e observei os símbolos: o livro, a pena e o boi. Não entendi muito daquilo, mas comecei a ter São Lucas como um amigo especial para mim. E, como digo, Deus continuava agindo e naquele mesmo ano, meus pais foram escolhidos para serem padrinhos de São Lucas, ou seja, deveriam cuidar da imagem entre 2006 e 2007. No dia de recebermos a imagem, meu pai estava trabalhando e não poderia ir. Eu fui em seu lugar e recebi a imagem junto com minha mãe. Era uma graça ter tão grande santo como companheiro de nossa família.
Em 2007, o pároco Pe. Vilela foi transferido e em seu lugar veio o atual pároco, Pe. Jonacir. Foi com ele que comecei a ajudar mais ativamente na Santa Missa como coroinha. Ajudava na capela e na matriz e sentia grande alegria e felicidade no dia de São Lucas. Os dias e meses se passavam e eu levava minha vida normalmente. Até que em 2008, novamente tiver que mudar de residência e fiquei com medo de ter que sair da paróquia. Mas, graças a Deus isso não aconteceu. Pelo contrário, o ano de 2008 só trouxe benefícios para mim. Em outubro daquele ano, participei do retiro dos coroinhas e foi lá que conhecei o Sem. Bruno, a quem tenho grande apreço e considero como um irmão. No silêncio daquela tarde orante de sábado, senti pela primeira vez o chamado de Deus na minha vida. Não sabia muito bem o que era e confesso que fiquei com medo no começo. No dia 18 de outubro de 2008, foi o grande dia da Dedicação da Paróquia, com Missa presidida por Dom Moacyr. Ajudei como coroinha e nuca me senti tão feliz por ajudar como naquele dia. Ver aqueles padres e seminaristas ali, me dava um ânimo e eu sentia o chamado de Deus novamente. No fim do ano decidi que iria entrar para o Seminário. E, no dia que fui contar para o Pe. Jonacir minha vontade de ser padre, São Lucas estava presente, pois conversei com o padre, bem na frente da grande pintura de nosso amado santo.
Os anos se passaram, fiz acompanhamento vocacional, ingressei no Seminário Menor em 2010 e hoje, 2012, estou no Seminário Maior Filosófico Bom Pastor.
Mas o que posso dizer de São Lucas com tudo isso? Vejo que os símbolos que acompanham sua imagem, nunca estiveram tão presentes em minha vida como agora. Entendo que o caminho não é fácil é penoso (a pena), mas temos que ter força no Cristo, Rocha Firme, temos que ter fé e força de vontade (o boi simboliza a força). Pois somente assim é que poderei anunciar às nações o Evangelho de Cristo (livro na mão de São Lucas).
Sei que posso ter uma relação maior com ele, mas tenho certeza que São Lucas sempre esteve presente em minha vocação e sempre estará. Intercedei por mim lá do céu, meu bom amigo.

São Lucas, rogai por nós!


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